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Edmundo Cardoso, amigo de meu pai!

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20 de novembro de 2020, eu em São Paulo, recolhido por conta das pandemias de saúde e política que sou compelido a suportar. De repente, no entanto, dou-me conta de que a Vida não apenas pode ser, a Vida é maravilhosa!

Às oito da noite entrei no Viva o Palco, pela internet, para assistir a um programa em memória de um velho amigo de meu pai, Edmundo Cardoso. Programa encantador que me levou de volta à sua Casa de Memória, na Rua Pinheiro Machado. Uma beleza, em todos os sentidos. Além de tudo porque há de ficar na minha Santa Maria da Boca do Monte para sempre.

Lá estivemos, Tania e eu, mais de uma vez. Gilda e Terezinha nos recebendo com afeto e amizade. Amizade que vem de longe. Lembro-me de um episódio por volta de 1954 ou 55, o Edmundo, meu pai e eu caminhando pela primeira quadra da Doutor Bozano. Na esquina da Praça Saldanha Marinho estava o Isaac vendendo bilhetes de loteria e me reconheceu!

A memória de inúmeros momentos da sua vida maravilhosa me acompanha sempre. Um livro que tenho cá comigo, ao meu lado, o História da Comarca de Santa Maria 1878-1978. Um belo livro, de verdade.

E mais e mais, Edmundo no teatro, o teatro do nosso Edmundo! Dizem que tudo começou quando ele atuou na peça Na Boca do Monte, estreia no dia 18 de novembro de 1938, no Cine Independência. Antes disso, contudo, no Teatro Coliseu, 3 e 4 de junho de 1937, no A Casa das Três Meninas, na qual também atuaram meu pai e tios, da qual tenho uma foto maravilhosa!

Depois, em 1943, a fundação, por obra sua, da Escola de Teatro Leopoldo Fróes, na qual trabalhou meu tio Dalton Couto inúmeras vezes, em inúmeras peças, sob a sua direção. Edmundo, ser humano especial, privilegiado intelectualmente. Escritor de livros e crônicas em nossos jornais, inclusive - e isso me encanta ainda mais - no nosso A Razão, que me traz saudade.

Em abril de 2015, Gilda e Terezinha fundaram a Associação dos Amigos da Casa de Memória Edmundo Cardoso, que lá está - repito - na Rua Pinheiro Machado, 2.712. Um prédio construído em 1911 por Constantino Gomes. Em 1944, Edmundo o comprou e ali passou a viver com sua família até que se foi para o Céu, no dia 5 de dezembro de 2002.

Estou a relembrar o que todos haveriam de lembrar, de modo que... Não sei! Na verdade, nada sei senão que tudo passa com o tempo e os jovens esquecem o que nem chegaram a relembrar. É terrível, mas repito aquele trecho, que sempre ouço, da canção de Reginaldo Bessa, o tempo não para no porto...

Edmundo Cardoso é parte da história de Santa Maria.

Aí nos veremos assim que as pandemias se forem. Estaremos então, aí, superando o Tempo. Todos juntos reunidos! Ele, meu pai, Gilda, Terezinha, Tania e eu!

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