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Ainda não chegamos ao fundo do poço, mas falta pouco

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Falta coragem para alguém dizer como será o próximo ano. Os economistas divagam; ora com previsões mais otimistas, ora com trágicas perspectivas. O fato é que chegamos, neste quase final de ano, em um momento difícil para todos. O auxílio emergencial tem contribuído para a indústria e o comércio subsistirem. É o dinheiro que tem circulado, além dos salários dos que ainda não perderam os empregos e os funcionários públicos federais, estaduais e municipais.

De qualquer forma, são esses recursos que em grande parte tem dado sustentação às vendas e, por consequência, à indústria e, assim, tem se mantido a cadeia produtiva. Os recursos dispendidos com o auxílio emergencial, em parte retorna aos cofres públicos através dos vários impostos que incidem sobre tudo.

Uma pesquisa demonstrou que grande parte dos beneficiários do abono emergencial utiliza o que recebe para comprar telefone celular. Portanto, o consumo permanece como antes. A escala de valores para atender às necessidades continua a mesma. E assim vamos levando até que se esgotem totalmente os recursos públicos.

A propósito, esse abano vai permanecer até julho do ano que vem quando deve acabar a pandemia? Se permanecer, a despesa pública da união alcançará níveis insuportáveis. Se cessar antes, digamos, nesse final de ano, 60 milhões de pessoas ficarão ainda mais desprotegidas. Quando tudo voltar ao normal, não esqueçamos os empregos que teremos de criar para essa massa de mais de 20 milhões de desempregados.

Uma parte herdada do governo anterior e outra criada neste governo, em parte pela pandemia. Essa é a perspectiva com que temos que trabalhar. Alguns segmentos da economia já deram algum sinal de retomada, a construção civil, por exemplo. Outros setores igualmente pouco sentiram e estão em franca expansão. O mercado de automóveis e imobiliário, entre eles. Mas esses segmentos são sustentados por quem tem muito dinheiro e não está preocupada com a crise econômica decorrente da crise sanitária.

Entretanto, o que preciso pensar é como vamos alimentar milhões de famintos que se multiplicarão durante e ao final desse período. Os governantes precisam olhar esse futuro que se aproxima e, antes que esteja entre nós, encontrar alternativas capazes de recuperar e melhorar a nossa economia com crescimento e diversidade para suportar o que está por vir. O nosso crescimento está próximo de zero ou negativo. Sem crescimento, haverá estagnação, e o crescimento populacional e o aumento da miséria exigirão mais gastos extras.

O quadro que se nos apresenta é esse. Por tudo isso é que devemos estar atentos porque a situação é muito ruim, com inflação disparando para completar o quadro, e se alguém supunha que não teria mais espaço para piorar, preparem-se: o fundo do poço ainda não foi alcançado, mas estamos bem próximos.

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