Eleições 2014

Número de candidatas mulheres cresceu 46,5% neste pleito

Leandro Belles

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Apesar de a participação feminina entre os candidatos ter crescido 46,5% neste pleito em comparação com as últimas eleições nacionais e estaduais, a de 2010, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), levaria 150 anos para as mulheres se equipararem aos homens na representatividade política. Isso significa ocuparem 50% das cadeiras nas diferentes esferas de poder. 

A projeção é feita com base na média de crescimento entre as candidatas eleitas, que é de 1% a cada pleito. Para essas eleições, do total de cerca de 25 mil candidatos, 7,4 mil são do sexo feminino, o que representa 29,8% dos candidatos. Na eleição de 2010, eram 5.056 candidatas, ou seja, 22,43% do total. Os índices destoam da representatividade feminina na população do país, que equivale a 51,5% do total.
Para o cargo de presidente da República, nas eleições deste ano, em um total de 11 registros apresentados à Justiça Eleitoral, três são do sexo feminino (27,2%) e pela primeira vez, uma pessoa nascida em Santa Maria concorre a presidente: Luciana Genro, PSOL.

Eleitas não passam de 12%

Segundo um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), de 2013, o Índice de Desigualdade de Gênero, colocou o Brasil em 85ª posição entre 149 países pesquisados. Outro levantamento, de 2013, esse feito a pedido do Senado, mostra que as mulheres ocupam, atualmente, 46 das 513 cadeiras da Câmara dos Deputados, o que equivale a 8,6% do total. Nos municípios, a representação não é muito diferente: menos de 10% das prefeituras são comandadas por mulheres, e 12% dos vereadores são do sexo feminino.

A Lei das Eleições, de 2007, sancionada em 2009, que determina que sejam preenchidas as candidaturas a cargos eletivos com o mínimo de 30% e o máximo de 70% de cada sexo, ajudou a impulsionar a participação da mulher na eleição. A pesquisadora Clara Araújo, da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), que coordena o Núcleo de Estudos sobre Desigualdades Contemporâneas e Relações de Gênero, acredita que a lei forçou a entrada da mulher na política. 

_ O problema maior ainda é conseguir se eleger _ diz, em referência à fragilidade das candidaturas.

Para respaldar o argumento, a pesquisadora cita as questões financeira e cultural. Ela salienta que a capacidade financeira do candidato ainda é fundamental no sistema atual. Além disso, a mulher ainda sofre com a falta de tempo, já que ainda tem de se dedicar a questões domésticas.

A pesquisa de 2010, liderada pela professora Clara, apontou ainda que uma das características mais valorizadas pelo eleitor é a experiência.

_ Quem já está ou já foi  político tem mais chance. Por isso, as mulheres começam com desvantagem.

O estudo do Senado mostrou também que, entre 1992 e 2012, a participação da mulher cresceu, em média, 1% no total de eleitas a cada eleição. Segundo Eustáquio Alves, demógrafo do IBGE, nesse ritmo a paridade entre os gêneros no país vai demorar 150 anos para ocorrer e só seria alcançada em 2163. 


Santa-mariense almeja presidência

Nascida no dia 17 de janeiro de 1971 em Santa Maria, a filha do atual governador do Estado, Luciana Genro, 43 anos, é a primeira santa-mariense a disputar a Presidência da República. Ex-deputada estadual (1995 a 2002) e federal (2003 a 2011), concorre pelo PSOL a presidência.

Ontem, ela foi entrevistada no Painel RBS e defendeu posições polêmicas. Hoje, estará em Santa Maria, em agenda que prevê caminhada pelo Calçadão ao meio-dia e à tarde na Nova Santa Marta.

Ex-professora de inglês e advogada, Luciana prega uma revolução tributária que incluiria o imposto sobre "ricaços e não riquinhos" e apresenta-se como "alternativa ao continuísmo e ao retrocesso" que, segundo ela, marcam partidos como PT e PSDB.
Em entrev"

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