opinião

Governo e oposição travam guerra de versões sobre fechamento da Rua Sete de Setembro

Jaqueline Silveira

Desde que a prefeitura fechou a Rua Sete de Setembro, na quinta-feira, protestos têm sido frequentes no local. No início da noite de sexta-feira, moradores fizeram uma manifestação (foto abaixo) com a participação de dois integrantes da bancada do governo: Admar Pozzobom (PSDB) e Luci Duartes (PDT), Tia da Moto. O Executivo alegou que o fechamento da via ocorreu em cumprimento a uma decisão judicial, já que a prefeitura se comprometeu com a contrapartida no convênio assinado com o Dnit, em 2004, no governo Valdeci Oliveira (PT), para a obra do túnel.

Já o bloco de oposição, que foi questionado por integrantes do governo Jorge Pozzobom (PSDB) pelo fato de não ter comparecido à coletiva sobre o caso e aos protestos, publicou nas redes sociais uma nota de esclarecimento, na noite de sábado, com trechos de documentos anexados ao convênio. Conforme a papelada, em quatro oportunidades, o departamento reiterou à prefeitura para apresentar um projeto alternativo ao fechamento da rua. O Dnit também, diz o documento, colocou técnicos à disposição para ajudar na elaboração do projeto e até visitar o local.

Já domingo, foi a vez de a prefeitura rebater a oposição em uma longa nota. O Executivo alegou que o processo está encerrado e que o Dnit não aceitou o projeto elaborado pela prefeitura e apresentado, em junho de 2017, como última alternativa ao fechamento da rua. Além disso, destaca a nota, diante das negociações esgotadas com o Dnit, restou à administração pagar os R$ 15 milhões ou fechar a Sete de Setembro para evitar o bloqueio das contas da prefeitura.


É importante dizer que, a partir da decisão sobre o fechamento da rua, começaram as tratativas. Em 2015, em reunião na Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), com a presença do então prefeito Cezar Schirmer (MDB) e dos deputados Valdeci e Pozzobom, a ANTT recomendou ao Dnit uma medida alternativa.

Assim como em 2004, quando as famílias deveriam ter sido consultadas e ter conhecimento das medidas que poderiam ser tomadas, falta transparência, agora, para com os moradores. A comunidade, impactada pela ação, tem o direito de saber de todos os passos e medidas do poder público. Não há dúvida que o município tem de cumprir com sua parte, mas há pontas soltas que precisam ser melhor esclarecidas, como o fato de o Dnit ter se colocado à disposição para auxiliar no projeto, o que poderia tornar mais fácil a aprovação do mesmo. Além disso, a ação para o município fazer a obra de contrapartida foi movida em 28 de janeiro de 2017. Já a decisão que diz que o município deve cumprir com a contrapartida foi julgada em definitivo em 2015.

Nos resquícios da eleição da Câmara, oposição e governo estão se digladiando, e farpas vêm e vão na mesma velocidade nas redes sociais. Só que a comunidade ao redor da Sete de Setembro não pode servir de massa de manobra de nenhum dos lados. Por isso, Dnit e MPF deveriam explicar o que houve, evitando o tiroteio.  

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