As impressões sobre a sentença

Condenados da Caso Rodin ouvidos pelo 'Diário' rechaçam decisão da Justiça

Leandro Belles

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Desde a última sexta-feira, advogados dos 29 condenados no Caso Rodin já trabalhavam na leitura da sentença e discutiam as estratégias de recurso. Além de prisão, com penas de 2 a 38 anos, os réus terão de devolver R$ 90 milhões aos cofres públicos (valor atualizado dos R$ 44 milhões desviados do Detran na ocasião da fraude), serão multados e, em alguns casos, perderão a aposentadoria. 

No domingo, a maioria dos entrevistados ainda não havia se inteirado totalmente da sentença, que tem mais de 1,8 mil páginas. Mas, houve unanimidade em relação ao teor da decisão que encerra o primeiro capítulo de um dos maiores escândalos da política gaúcha. Para o professor Paulo Sarkis, condenado a 12 anos de prisão e cassação da aposentadoria, as "penas são absurdas", mas devem ser revertidas na Justiça. Sarkis garantiu que vai recorrer da decisão.
Opinião que foi compartilhada pelo advogado Vagner Sobierai, que representa Ruben Hoher (que era contador da Fundae).
- Nos pegou de surpresa uma pena tão elevada.

Na decisão, dos 32 réus foram absolvidas três pessoas, conforme a Justiça, por inconsistência de provas:  Francisco de Oliveira Fraga, Gilson Araújo e Lenir Beatriz Fernandes.

:: Justiça condena 29 réus no Caso Rodin e pede a devolução de R$ 90 milhões
:: Divulgados os nomes dos 29 condenados e as penas do Caso Rodin

O QUE DIZEM OS RÉUS
- Bruno Menezes - advogado da família Fernandes e de Luciana Carneiro
"Foi uma sentença estruturada em cima de provas ilícitas, como já apontamos outras vezes. Por isso, não concordamos com a sentença. Fiquei espantado com as penas, que foram desproporcionais, afastadas de processos de crimes semelhantes. Os patamares de penas aplicadas mostram que o objetivo era mais oferecer um espetáculo do que resolver um problema."

- Paulo Jorge Sarkis - Reitor da UFSM quando do contrato entre o Detran e a Fatec
"Eu não tive acesso à sentença. Só vou ter acesso segunda-feira (hoje). Uma bombástica condenação que o magistrado de primeira instância resolveu estabelecer. Entretanto, é claro, pelo que já vi, foi possível tirar algumas conclusões. O primeiro é sem dúvida é o âmbito pró-MPF. Foram penas absurdas. Se você comparar com casos semelhantes, não tem cabimento. Dos oito fatos relacionados da denúncia fui absolvido em seis. É evidente que vamos recorrer e vamos provar que nada ocorreu."

- Vagner Sobierai, advogado de Ruben Hoher - Contador da Fundae e coordenador do projeto do Detran:
"Nos pegou de surpresa uma pena tão elevada. Com toda certeza iremos recorrer. Em virtude de entender que houve uma má análise da prova. Seja pela ilicitude que já foi comentada (das provas). Uma má análise dupla (da ilicitude e de indícios de autoria)."

O 'Diário' não conseguiu contato com os seguintes condenados:

- Alexandre Dornelles Barrios - Advogado do Detran na gestão de Carlos Ubiratan dos Santos
- Alfredo Pinto Telles - Sócio da Newmark, cunhado de Lair Ferst
- Carlos Dahlem da Rosa - Dono da Carlos Rosa Advogados, que prestava consultoria ao projeto
- Eduardo Redlich João - Identificado como intermediário de Lair Ferst
- Hélvio Debus Oliveira Souza - Contador da Fundae e sócio da S3 Contabilidade Consultoria e Assessoria
- Hermínio Gomes Junior - Ex-diretor técnico do Detran
- Marco Aurélio da Rosa Trevizani - Contador de Lair Ferst
- Nilza Terezinha Pereira - Dá nome à NT Pereira, uma das terceirizadas
- Pedro Luis"

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