Fotos: Beto Albert (Diário)
Isaac, de 3 meses ingressou no PA do Patronato para atendimento. A mãe acredita que é por questões respiratórias.
Mudança de estação com a entrada na primavera, alterações constantes na temperatura e a fumaça que deixa o céu escuro, encoberto e a respiração mais difícil. Essas são as principais causas do aumento na busca por atendimento médico na rede pública de saúde nas últimas semanas, aponta a Secretaria de Saúde de Santa Maria. As crianças foram as mais afetadas. O número de entradas deste grupo no Pronto-Atendimento do Patronato aumentou gradativamente em um curto período.
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Apesar de os diferentes motivos, o que assusta é o fenômeno relativamente raro para o Rio Grande do Sul: a fumaça de queimadas vindas de outros pontos do país. Conforme os órgãos de monitoramento, ela compromete a qualidade do ar.
Os cuidados devem ser reforçados, estendendo-se pelas próximas semanas. O meteorologista da BaroClima Gustavo Verardo indica que essa condição deve seguir até pelo menos os primeiros dias de outubro.
– Não temos boas notícias sobre a concentração da fumaça, porque devemos ter condição seca e mais quente até o começo de outubro. Então, pelo menos até o dia 4 de outubro ainda terá fumaça vindo para o Rio Grande do Sul em uma grande concentração. Consequentemente, a qualidade do ar terrível – projeta Verardo, durante participação no programa 'Bom Dia, Cidade', na rádio CDN, 93.5 FM.
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A preocupação com os pequenos
Ainda que as causas sejam múltiplas, a aflição é constante para a mãe de Heitor Dias, 2 anos. A técnica em enfermagem Kauani Dias, 24 anos, acredita que os sintomas só pioraram com a fumaça. O que levou Kuani a retornar, depois de uma semana, a uma unidade de saúde.
– Ele tá com problema respiratório hoje. Depois que começou essa fumaça, foi pior ainda. Trouxe ele na terça-feira passada, e como não melhorou, trouxe de novo, porque ele já tomou antibiótico – relata Kauani, angustiada.
O Isaac, de 3 meses, também está visitando novamente uma unidade de saúde em um curto intervalo. Na madrugada desta terça (24), os sintomas pioraram, e a autônoma Kamylla Medeiros, 19 anos, teve que retornar para consulta médica com o filho.
– Ele está gripadinho, aparentemente. Deve ser mudança de tempo. Vamos aguardar para ver se irão recomendar algo além dos cuidados básicos, que já faço todo o dia – completa Kamylla.
Atenção
O alerta para as consequências da fumaça vêm do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde e do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Eles repassam as secretarias municipais.
Com a situação, a população deve ficar atenta para as seguintes recomendações:
- Beber mais líquidos para manter as vias respiratórias úmidas e mais protegidas
- Evitar atividades ao ar livre e manter portas e janelas fechadas
- O uso de máscara deve ser avaliado individualmente, mas devem ser priorizadas para pessoas com condições crônicas, como pneumopatas, cardiopatas e pessoas com problemas imunológicos
- Em caso de sintomas respiratórios, deve-se buscar um serviço de saúde