Pelo menos foi isso que sinalizou uma postagem feita pela página do Gabinete do Reitor no Facebook. O texto diz claramente que a bicharada será recolhida do campus e levada para um canil no Hospital Universitário (possivelmente um erro de digitação, em uma tentativa de referência ao Hospital Veterinário), onde receberá tratamento e será disponibilizado para adoção. A publicação gerou uma série de comentários, muitos deles contra a iniciativa, que é apontada por protetores como uma solução ineficaz.
Em entrevista ao Diário, contrariando a postagem institucional, a Federal nega a intenção de fazer um canil. O post foi ao ar na quarta-feira e dizia que a UFSM está elaborando duas ações: "a primeira será uma campanha educativa para conscientizar as pessoas de que o abandono dos animais não é a melhor saída. Essa mesma campanha busca também orientar a comunidade universitária a conviver de forma saudável com os cães. A segunda medida será a destinação de um local apropriado no Hospital Universitário para cuidar, vacinar e castrar os animais até encaminhá-lo à adoção".
O coordenador do projeto, o vice-reitor (e médico veterinário) Paulo Bayard, comentou a publicação reforçando a intenção de retirar os cães do campus. O texto escrito por ele diz que "as medidas que serão adotadas passarão por: 1. educação (orientando de que o abandono de animais é crime), 2. controle de entrada de animais no Campus, 3. intensificação da vigilância para impedir o abandono e 4. retirada dos cães que estão no Campus disponibilizando-os para adoção". Ele ainda escreveu em outro comentário dizendo que interessados no tema poderiam participar da discussão.
Mas o vice-reitor está em férias e, nesse período, quem responde pelo projeto é o assessor do gabinete do vice-reitor e integrante da comissão organizadora da iniciativa, Caio Cesar Gomes. Em entrevista ao Diário, quinta-feira à tarde, ele disse desconhecer o conteúdo da publicação do Facebook e negou que já haja um espaço preparado para receber os bichos ou a ideia de construir um. Sobre o comentário do vice-reitor que afirmava a intenção de retirar da bicharada do campus, Caio limitou-se a responder que Bayard é quem deveria explicar o que disse.
_ O projeto é educativo, de conscientização. Não se sabe se será feito um canil, um lugar para abrigar animais, ou se haverá recolhimento. Se isso existir, será uma construção coletiva, entre pessoas que frequentam as reuniões para decidir _ comenta.
As reuniões a que o assessor se refere estão sendo realizadas periodicamente e contam com a presença de alguns representantes de grupos de protetores de animais. O diretor do hospital veterinário, Sérgio Segala, também negou a existência do canil:
_ Não há um canil pronto no hospital veterinário. Se houver, será daqui a bastante tempo porque é um assunto polêmico.
Protetores são contra a proposta
Ao que tudo indica, muitos dos ativistas das causas da cachorrada não estão nada satisfeitos com a proposta de colocar os bichos no canil. Entre os argumentos, está a questão de espaço e a ausência de uma garantia de que os animais estarão em "boas mãos". Além disso, eles temem que a existência de um abrigo seja um incentivador para mais pessoas abandonarem animais pelo campus:
_ A gente sabe que o projeto já está pronto e só agora, depois de pronto, nos convidam para discutir e dizer que a gente participou. Somos contra, porque "