A venda de hortifrutigranjeiros está reduzida nos supermercados e nas feiras livres de Santa Maria devido às fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Além de haver falta, os preços dispararam. Em alguns casos, aumentaram 100%.
É o caso do alface, que é oferecido em pacotes menores e menos atrativos ao consumidor. Alimento comum na mesa da população, a hortaliça custa, hoje, o dobro do que há um mês: passou de R$ 4 para R$ 8. Cenário compartilhado por vários municípios, que estão com problemas na agricultura.
No relatório semanal da Emater/RS-Ascar, estima-se em mais de 800 toneladas de prejuízos em propriedades de Santa Maria que cultivam alface, repolho e mandioca. Outros alimentos também estão escassos.
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As hortaliças são as mais prejudicadas. Nas das feiras livres das praças Saturnino de Brito e dos Bombeiros, a rúcula estava em falta nesta terça-feira (21). A chuva destruiu a produção e reduziu a oferta de couve e o tempero verde. O solo úmido também não colabora para o replantio.

A reportagem do Diário esteve nessas duas feiras livres nesta terça e mapeou a escassez de itens e alterações nos preços. Veja, abaixo, a situação de mais de 10 alimentos. Entre eles, verduras, hortaliças e frutas. Alguns sequer foram encontrados.
Preços nas feiras
- Rúcula – Em falta
- Alface – R$ 8 o pacote (antes custava R$ 4)
- Mandioca – R$ 10 o quilo. Sem variação de preço
- Tempero verde – R$ 5 o pacote (antes custava R$ 3)
- Couve – R$ 5 o pacote (antes custava R$ 3)
- Dúzia de ovos – R$ 12 a R$ 15 (antes era vendida a R$ 10)
- Cebola – R$ 10
- Tomate gaúcho – R$ 10
- Batata-inglesa – R$ 10 (antes custava R$ 6)
- Cenoura – R$ 10 a R$ 13
Frutas
- Abacate – R$ 7 o quilo
- Banana-prata – R$ 7 o quilo (antes custava R$ 6)
- Laranja-crioula – R$ 5 o quilo. Sem variação de preço
Alterações
No dia 30 de abril, quando se intensificou a chuva na Região Central, o agricultor Marcio Rodrigues, 52 anos, estava na Praça dos Bombeiros. A caminhonete, que comumente voltava vazia para casa, retornou com a mesma carga. Desde então, os produtos não são mais os mesmos:

– Está difícil para todo mundo. Na nossa propriedade. não tivemos água de enchente, mas a chuva excessiva causou perdas. Nos esforçamos para trazer esses itens de hoje. O alface, mesmo, temos que pôr vários pés para formar um pacote. E não tem rúcula - contou.
A aposentada Cristina Foggiato, 52 nos, entende a situação. Diz saber das dificuldades. Na hora das compras, observa os valores. Se o preço for muito superior, repensa levar o item para casa.
– Verdura está escassa, mas a gente entende mediante ao que está acontecendo. Muitas coisas aumentaram. Se venho procurar e está caro, não compro. O alface já esteve a R$ 10, não levei. Hoje está melhor - relatou, referindo ao preço um pouco mais baixo da hortaliça, vendida a R$ 8.

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Perdas em Santa Maria e região
Conforme a atualização semanal do informativo conjuntural da Emater/RS, as chuvas e os alagamentos ainda dificultam as colheitas e o manejo das plantações. Abaixo os dados sobre as perdas:
Santa Maria
- Alface – 100 toneladas em 20 hectares
- Repolho – 262 toneladas em 15 hectares
- Mandioca – 525 toneladas em 30 hectares. Mais de 40 olericultores com prejuízos
São Pedro do Sul
- Alface – Perda de 24 toneladas em 2 hectares afetados (escassez)
Silveira Martins
- Batata – 120 toneladas de batata em 6 hectares afetados

Produtos por um menor preço, quando?
O agricultor Marcio Rodrigues acredita que levará mais de dois meses para que a produtividade retorne ao normal. Para plantar mais, seriam necessários de 10 a 15 dias de tempo firme, com um solo mais seco.
A cuidadora Elizabete Naisinge, 63 anos, no entanto, espera que o retorno à normalidade ocorra o mais rápido possível.
– A diferença de preço é grande, muito grande. Tudo está com valor alterado – disse Elizabete.