diário nos bairros

Cratera e depósito irregular de lixo incomodam moradores do Bairro Itararé

BATCH

Foto: Rafael Favero (Diário)
Depósito irregular de lixo incomoda morador da Estrada do Morro do Cechella

Morador da Estrada do Morro do Cechella há meio século, o aposentado Luiz Maciel Soares, 78 anos, demonstra indignação ao denunciar o depósito irregular de lixo próximo à via que dá acesso a sua casa. Segundo ele, é comum que pessoas larguem galhos, eletrodomésticos e móveis velhos no local, que é rodeado por árvores e mato alto. Entretanto, o idoso resolveu fazer da situação uma oportunidade de renda. Atualmente, ele recolhe o lixo deixado na beira da estrada e no mato e vende para recicladores.

- As pessoas atravessam a cidade para vir abandonar sucatas aqui. Agora, resolvi juntar e vender para recicladores. Pelo menos, ganho alguns trocados - relata.

Em relação à segurança da região, ele diz que o problema parece estar amenizado. Frequentemente, ele avista a Brigada Militar realizando rondas próximas ao morro. Mesmo assim, Soares é saudoso ao lembrar de quando não tinha de conviver com o medo de assaltos. Houve um tempo em que a Estrada do Morro de Cechella, que leva à Rua Raul Soveral, não causava preocupações a quase ninguém:

- Hoje em dia, muitas pessoas que moram nesta região, ao lado da Barragem do Vacacaí-Mirim, utilizam a estrada para ir para o Itararé. Está movimentado por aqui. Merecemos mais atenção do poder público.

E não é só no alto do morro que os moradores do Itararé pedem ajuda para as autoridades. A população da região nordeste da cidade também sofre com os problemas decorrentes de uma sanga que atravessa o pátio da Escola Estadual de Ensino Médio Walter Jobim e na Rua Oscar Henrique Zappe. Entre os prejuízos, estão alagamentos, que invadem terrenos de casas. Lixo e terra também se espalham pelas ruas e calçadas.

Foto: Rafael Favero (Diário)
Cratera chama atenção de quem passa pela Rua Oscar Henrique Zappe e provoca prejuízos aos moradores

Ao logo do tempo, a infiltração da sanga abriu uma cratera na rua. A situação se agravou em abril, devido às fortes chuvas que atingiram Santa Maria. A profissional autônoma Raquel Moura da Rosa, 51 anos, conta que pedestres já caíram no buraco. Segundo ela, uma equipe da prefeitura já esteve no local, prometeu canalizar a sanga e cobrir o buraco.

A casa que fica em frente à cratera teve o muro derrubado pela enxurrada. O filho da moradora da residência, o funcionário público Elson Bittencourt, 58 anos, relata que a mãe havia acabado de ampliar o imóvel. A infiltração levantou o chão da nova construção e a estrutura teve de ser demolida, pois corria risco de desabar. A proprietária da residência não quis comentar o caso.

- A sanga causa infiltração na rua há mais de 10 anos. Minha mãe é idosa e, agora, está em risco. As chuvas aumentaram o buraco, e o poder público não fez nada até agora - desabafa Bitencourt.

O dentista Paulo Antônio Lauda, 58 anos, afirma que os moradores da Rua Oscar Henrique Zappe compraram os tubos de concreto que devem ser utilizados na canalização da sanga, que terá o fluxo de água direcionado para a rede da Rua Visconde de Ferreira Pinto. 

ESCOLA TAMBÉM SOBRE

A Escola Estadual Walter Jobim agoniza em meio ao matagal que toma conta de uma parte do terreno na esquina com a Oscar Henrique Zappe e a Rua Visconde de Ferreira Pinto. A vegetação cobriu a área onde ficava um campo de futebol. A diretora Priscila Guedes, 35 anos, fala que a instituição não tem condições de fazer a limpeza com recursos próprios, já que o local, que fica em cima da sanga, só pode ser acessado com máquinas pesadas. Além disso, Priscila lembra que já foi até a sede da prefeitura para pedir ajuda:

- Falei com o próprio Sérgio Cechin, vice-prefeito, para que a prefeitura usasse as máquinas para fazer a manutenção daquele espaço. Porém, ele disse que como a escola é estadual, a prefeitura não pode colocar as máquinas para trabalhar aqui.

Foto: Rafael Favero (Diário)
Mato toma conta de parte do pátio da Escola Walter Jobim

A diretora recorreu, também, à 8ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Segundo Priscila, a resposta que teve foi de que a manutenção deve ser feita com a verba do orçamento padrão da escola. Mas, ela argumenta que a verba que a instituição tem para a manutenção não consegue pagar todo o serviço:

- Fiz o orçamento com um profissional que faz este tipo de trabalho, e o valor estimado para custear o serviço é de R$ 4,5 mil. O valor que temos para a manutenção custeia vários itens, como compra de giz, tinta para a impressora e muitas outras coisas. Não temos como pagar com recursos próprios.

Além dos problemas com o pátio, a Walter Jobim tem problemas no refeitório, onde o teto de madeira está com partes quebradas. A diretora diz que esse conserto foi encaminhado à 8ª CRE e deve ser feito nos próximos meses. O Diário visitou o Itararé em setembro de 2018. Em abril de 2019, os mesmos problemas permanecem.

O QUE DIZ A PREFEITURA

  • OBRA DE CANALIZAÇÃO DA SANGA E CONSERTO DO BURACO DA RUA OSCAR HENRIQUE ZAPPE 

Desde o dia 23 de maio, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos trabalha no local. Equipes fazem a manutenção da rede pluvial que estava rompida. Em função de passar um córrego pela rua, foi preciso escavar cerca de quatro metros de profundidade para a troca da tubulação. A comunidade participou da compra de mais de 100 metros de tubos, e a prefeitura realiza a obra por meio do Fundo Pró-Saneamento.

  • SOBRE A POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO NA ESCOLA WALTER JOBIM

A prefeitura não tem como fazer intervenção no terreno de uma escola estadual, pois ele não pertence ao município.

  • SOBRE O DEPÓSITO IRREGULAR DE LIXO 

A prefeitura de Santa Maria, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, informa que as denúncias sobre depósito irregular de lixo podem ser informadas à Ouvidoria Geral do município, pelo número 156, ou presencialmente no Protocolo Geral, no 1° andar do Centro Administrativo Municipal, das 7h30min às 13h. O contribuinte pode levar provas em imagens ou vídeos, o que facilita os servidores no momento da vistoria.

O QUE DIZ A 8ª CRE

  • SOBRE A LIMPEZA NO PÁTIO DA ESCOLA WALTER JOBIM

As despesas de limpeza do pátio, consertos e manutenção das escolas são realizadas com as verbas recebidas nas rubricas de Despesas de Manutenção e Despesas de Material Permanente, repassadas, quadrimestralmente, às escolas. No contexto da referida escola, a mesma possuía um saldo de verba das Despesas de Manutenção de R$ 780,17 e das Despesas de Permanente um saldo de R$ 7.852,93, em 31 de dezembro de 2018. No ano em curso, foram pagos nas duas rubricas, até 12 de abril, a quantia de R$ 13.526,50 para as Despesas de Manutenção, e R$ 2.319, para as despesas em material Permanente.

  • SOBRE O CONSERTO NO TETO DO REFEITÓRIO DA ESCOLA WALTER JOBIM

A demanda está em análise na Secretaria de Obras Públicas para elaboração de projeto de engenharia.

*Colaborou Rafael Favero

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Diário nos Bairros