Revista MIX: Conheça o museu que guarda memórias da infância e brinquedos que fazem sucesso até hoje

Revista MIX: Conheça o museu que guarda memórias da infância e brinquedos que fazem sucesso até hoje

Uma festa de aniversário fictícia com o clássico bolo de glacê e confeitos prateados divide a mesma sala que o Fofão e a boneca da Xuxa, itens muitos familiares para as crianças dos anos 1980. Ainda no mesmo espaço, uma coleção enorme de Barbies, bonecas das Spice Girls, bolinhas de gude e as pelúcias da Parmalat marcam a presença dos anos 1990. Esses e muitos outros brinquedos estão expostos no Museu Vicente Pallotti, local que convida o público a viajar no tempo, em que as memórias da infância são o destino final. De acordo com Danieli Sanches, 41 anos, curadora da exposição, o acervo da sala Memórias da Infância conta com aproximadamente 600 peças e demorou anos para ser concretizado:

– A proposta desta sala surgiu em 2003, durante uma conversa com o irmão Ademar, que doou brinquedos articulados. A ideia começou a ser efetuada em 2015 e foi um dos acervos mais difíceis de conseguir para o museu. As pessoas que guardam as peças, elas dificilmente doam porque as memórias de infância trazem muitas mensagens que às vezes as pessoas não conseguem desapegar – explica.


“Sempre com uma boneca na mão”

Aline Fleig, 36 anos, atualmente mora em Paris, na França, mas passou a infância em Santa Maria, rodeada de muitas bonecas. A maioria delas eram Barbies, desde edições especiais como a da boneca Mulan, até a coleção das Spice Girls, as favoritas. Elas faziam companhia nos momentos de viagem e também em casa, por ser filha única. O que era para ser uma viagem à praia, permanece até hoje na memória de Aline:

– Lembro de ir para Tramandaí com minha mãe de férias. Levei minhas bonecas favoritas e, como dormi no ônibus, acabei esquecendo elas lá. Chorei durante uma semana porque elas foram perdidas – relata.

Aline doou 135 brinquedos e quem incentivou a ação foi a mãe, Maria Odete Fleig, que confirma: a filha sempre esteve com uma boneca na mão.


Fofão, o melhor amigo de Flávia

A infância de Flávia Deprá Netto, 39 anos, teve uma figura marcante dos anos 1980 como companhia: o boneco Fofão. Apesar de gostar de atividades coletivas, como corrida, vôlei, futebol e outras brincadeiras esportivas, ela também adorava assistir ao programa de TV com o personagem nascido no planeta “Fofolândia”.

– Ele esteve comigo por mais de 30 anos. Foi a partir do programa de TV que me apaixonei por ele. Segundo meus pais, eu era muito ciumenta com o Fofão e não deixava ninguém tocar ou pegar ele. Talvez por isso, consegui conservá-lo por tanto tempo – avalia.

Apesar do valor sentimental que o boneco tem para Flávia, ela doou para o Museu com a intenção de que as novas gerações possam conhecer os brinquedos de outra época.



Ana e a paixão pela boneca Fofolete

Ana Caldatto, 51 anos, é empresária e mora em São Paulo, mas viveu a infância em um sítio no interior. A criatividade fez com que as bonecas morassem no sítio também: ela criava casinhas com curral, estradas, pontes, e fazia vaquinhas de carambola. Recorda até hoje que o primeiro presente de Natal que ganhou foi uma pata com patinhos.  Susi, boneca Baby Flor, boneca Emília e fofoletes (as preferidas) são alguns dos brinquedos da infância de Ana que ela doou para o Museu com a intenção de preservar a memória:

– A primeira vez que vi a fofolete foi na vitrine de uma loja e mesmo ela sendo pequena, do tamanho de uma caixa de fósforo, não pude comprar com a graninha.

Ela só ganhou a primeira anos depois em um amigo secreto, recorda. Atualmente, ela tem um acervo com mais de 2 mil bonecas dos anos 60, 70 e 80, incluindo as fofoletes.


Brincar nunca sai de moda

Ana Laura, Allana, Isabela, João Lucas e Thalles, todos com idade entre 6 a 8 anos, estiveram na sala Memórias de Infância e puderam conhecer, e até reconhecer, os brinquedos de antigamente.

Pulos de alegria e olhares de surpresa foram algumas das reações das meninas que viram as bonecas doadas por Aline nos aquários de vidro. Allana, que vestia um casaco rosa,  rapidamente, identificou-se com uma Barbie:

– Eu não gosto de rosa, eu amo! Queria poder brincar com essa Barbie, gostei dela porque ela é rosa. Brinco de boneca com as minhas amigas – afirmou entusiasmada.

As bonecas das Spice Girls estavam em uma das prateleiras mais alta e Isabela tentou pular para enxergar mais de perto o quinteto pop que marcou os anos 90. Já Ana Laura, ficou muito animada com todas as Barbies, mas gostou especialmente da que estava à cavalo.

Thalles e João Lucas se encantaram pelas bolinhas de gude, e comentaram que costumam jogar em casa.

– Eu tenho bolita em casa, jogo com meu irmão. Brinco de carro também – relatou Thalles, que também adora brincar de Batman.

As cinco crianças são alunas do Projeto Pallotti, que oferece oficinas culturais, reforço escolar, esportes, atendimento psicológico e outras ações de cuidado, tudo no turno inverso ao escolar. De acordo com Suelen Oliveira Rosauro, coordenadora do projeto social, o ato de brincar é incentivado inclusive em sala de aula:

– Percebemos nas visitas domiciliares que eles não têm acesso a tanta diversidade de brinquedos. Então, em sala de aula mesmo, temos brinquedos, como a casinha de bonecas. É uma realização para eles. Brincar também fortalece o desenvolvimento da criança – comenta.

Para Danieli Sanches, curadora da sala “Memórias de Infância”, resgatar a história dos brinquedos como expressão cultural é uma forma de viver o passado, materializado no presente:

– Ao longo da história, o homem foi criando diferentes brinquedos para se divertir. Todas essas peças compõem o cenário que eternizam os sonhos de adultos e crianças – finaliza.

Além desta sala, o museu ainda tem outras 13 salas de exposições com um acervo de cerca de 70 mil peças, que pode ser visitado mediante agendamento. Nos dias 10 a 14 de outubro, a exposição “Memórias de Infância” estará aberta ao público no turno da manhã, das 9h às 11h, e tarde, das 14h às 17h.


He-Man e Barbie

Assim como brincar, alguns brinquedos também não saem de moda e seguem fazendo companhia e aguçando a imaginação das crianças. Alguns exemplos são as linhas de Barbie e He-man. A boneca que já tem 63 anos nunca saiu das prateleiras e das mãos dos baixinhos.

Se antes havia Barbie noiva, noite de festa, e com acessórios de todos os cômodos do lar, hoje, as Barbies ganham profissões, homenageiam ícones da história, como Frida Khalo, e têm linhas modernas e descoladas como a Extra. E tem para todos os bolsos, de R$ 39,90 até R$ 399,99.

Já a linha do herói He-Man fez muito sucesso nos anos 1980 e 1990, virou item raro e colecionável nos anos 2000 até que, recentemente, recuperou a força com releituras do desenho para a Netflix. A Mattel lançou uma linha vintage e outra com os novos formatos dos personagens do príncipe de Etérnia e sua trupe.

– Desenvolvemos brinquedos e experiências com atenção especial aos detalhes para continuar trazendo qualidade e inovação em linhas inspiradoras por meio de nossos parceiros no Brasil. São mais de 40 marcas licenciadas da Mattel no Brasil, o que demonstra a nossa consolidação no mercado e crescimento ano a ano – observa Valeria Gonzalez, Country Manager da Mattel do Brasil.


Agende-se


Exposição “Memórias da Infância”

  • Onde – Museu Vicente Pallotti (Rua Padre Alziro Roggia, 115 – Patronato)
  • Horário de Visitação – 9h às 11h (manhã) e 14h às 17h (tarde)
  • Quanto – De graça

Visita ao Museu Vicente Pallotti

  • Onde – Rua Padre Alziro Roggia, 115 – Patronato
  • Quanto – De graça
  • Agendamento – (55) 3220 4565


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