Pai e filha transformam a brincadeira em família em HQ premiada

Pai e filha transformam a brincadeira em família em HQ premiada


Um pai com vontade de ficar mais perto da filha. Uma garota que seguiu os passos do pai, mergulhou no universo das histórias em quadrinhos e desenhou sua primeira HQ aos 5 anos. É dessa combinação que surge a Tê Rex, que frequenta as redes sociais todas as semanas com inteligência e humor. Agora, ela também está em pré-lançamento de seu terceiro livro.

 
O pai é Marcel Ibaldo. A filha é Marcelli Siqueira Ibaldo, hoje com 16 anos. Há nove anos, eles criaram a Tereza Rex, uma tiranossaura nerd, que adora ler e busca na leitura uma forma de compreender o mundo à sua volta. Além de administrar a ameaça da estante lotada (sempre com mais livros do que consegue ler), Tê precisa lidar com promoções relâmpago, enfrentar bullying e outras tantas questões que se apresentam entre a infância e a adolescência.

 
– Houve uma época em que, devido à minha rotina, eu passava muito pouco tempo com a Marcelli. Saía quando ela ainda estava dormindo e, por vezes, chegava em casa quando ela já tinha ido dormir. Quando pude, decidi convidar para criar um projeto comigo, tanto para ajudar ela a desenvolver a arte que já estava produzindo, quanto para ser uma forma de passarmos mais tempo juntos – relembra Marcel.

 
Não por acaso, a proposta feita à menina de 7 anos reunia vários temas de seus interesses: dinossauros, música e gostar de muito de leitura. O contexto das tiras, então, é a pré-história. Mas as situações e os dilemas não se distanciam da atualidade e foi, para o pai, uma forma de também ajudar a filha a enfrentar as dificuldades cotidianas.

 
– A Tê Rex passava pelas mesmas situações que a Marcelli vivenciava, só que no que a Marcelli não sabia lidar, a Tê sempre tinha uma resposta inteligente. Eu abordava as questões por meio dos roteiros e utilizava como forma de responder às dúvidas que ela tinha – conta Marcel.

 
– A Tê é essa personagem que me inspirou tanto quando era pequena. Ajudava a lidar com questões cotidianas difíceis pra mim. Também inspira várias crianças, inclusive entrarem no mundo da arte – percebe Marcelli.

 
O que era um passatempo entre os dois mudou de status quando surgiu uma oportunidade para a publicação de tiras online. O pai sugeriu. A filha, então com 9 anos, aceitou o desafio.

 
– Produzir a Tê Rex é uma experiência nova a cada tira. Sinto que vamos entendendo melhor o mundo da Tê e os personagens. Isso dá a liberdade de testar técnicas e formas narrativas diferentes. Nesses nove anos, desenvolvi um estilo mais consistente, que me permite hoje em dia trabalhar com outros projetos também – avalia Marcelli.

CONVIVÊNCIA

A garota conta que o processo criativo é naturalmente estimulado pela convivência intensa dos dois, que têm o hábito de conversar bastante. Além disso, ainda dividem vários interesses em comum.

 
– Das conversas que temos, muitas vezes, surgem ideias para tiras sobre experiências cotidianas, situações engraçadas. Aí, meu pai transforma essas ideias em um esboço, que é como ele planeja os diálogos, a interação dos personagens. Então, eu ilustro em aquarela e passo para ele diagramar – descreve a ilustradora.

 
A etapa seguinte é adequar o material para a postagem nas redes sociais. O Instagram da série é @terexhq. Posteriormente, eles identificam as tiras que tematicamente completem uma temporada. Daí, surge a seleção para os livros.


OS DOIS PRIMEIROS 


Os livros surgiram dois anos depois do início das publicações online. Publicados pela Editora Avec (que também comercializa títulos da escritora Nikelen Witter) alcançaram repercussão nacional.

 
Tê Rex: Spoilerfobia e Tê Rex: Zapzombie renderam à dupla indicações aos maiores prêmios da área de quadrinhos no Brasil, sendo três indicações ao Troféu HQMIX, uma premiação no Troféu GibiFest, além da classificação entre as cinco finalistas no CCXP Awards, no Troféu Angelo Agostini e Prêmio LeBlanc.



TERCEIRO ATO EM PRÉ-LANÇAMENTO


O terceiro livro da dupla, Tê Rex: Livrofagia, contará com 120 páginas de tiras e material extra. Assim como os dois livros anteriores, a obra é uma compilação da terceira temporada da série, que é publicada online todas as semanas. Para compreender o livro, não é necessário ter lido os dois primeiros.
Com humor, questionamentos e reflexões nas tiras roteirizadas pelo Marcel e ilustradas em aquarela pela Marcelli, Tê Rex leva os leitores à pré-História para falar sobre colecionismo, preconceitos e dilemas típicos do que é crescer sendo a pessoa “esquisita”, que sempre tem mais livros do que consegue ler.
A edição conta com prefácio pela ilustradora e quadrinista Lu Cafaggi. E há, ainda, uma Galeria de Convidados, com artes de Orlandeli, Cora Ottoni, Eduardo Ferigato, Fefê Torquato e Camilo Solano.
A campanha de pré-lançamento conta com uma série de recompensas exclusivas, incluindo artes encomendadas, jogo de tabuleiro da Tê Rex e até uma tira original do livro em aquarela, além de outros itens. Para conhecer o projeto, o caminho é acessar catarse.me/terexhq3


 

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