Deni Zolin

16 mil multas aplicadas em um mês são um indicativo de que algo precisa ser revisto

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É claro que, quando existem placas de trânsito de limite de velocidade, elas devem ser respeitadas, independentemente de ter ou não um fiscal de trânsito ou pardal para multar. Porém, o balanço divulgado ontem pela prefeitura de que 16 mil motoristas foram multados só em agosto nas avenidas da cidade revela que alguma falha está ocorrendo.

Isso dá uma média de 540 multas por dia nas avenidas de Santa Maria. A título de comparação, em 2019, as lombadas da Faixa Velha de Camobi aplicavam, em média, somente três multas diárias. Provavelmente, por serem equipamentos mais visíveis, com letreiro de medição de velocidade, e também porque o Batalhão Rodoviário ficou anos fazendo ações com radar móvel na rodovia até todos se acostumarem a andar no limite de velocidade. A diferença é que um fiscal de trânsito fica de forma ostensiva, com viatura e tudo, e não multa 100% dos motoristas que passam acima da velocidade. Já os pardais são máquinas, que não perdoam um motorista sequer, e acabam sendo menos visíveis.

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Obviamente, a maior parte da culpa por essas 16 mil multas é, sim, dos motoristas, mas isso pode ser indicativo também de que o trânsito de Santa Maria ficou muito tempo sem controle necessário e de que pode ter faltado duas coisas: no passado, uma maior presença ostensiva de fiscalização nas avenidas, e este ano, mais ações educativas e de orientação antes do início da aplicação das multas.

O resultado é que muitos motoristas vão aprender na dor (do bolso) a ter de respeitar a velocidade. Provavelmente, levará um tempo até todo mundo se acostumar e o número de infrações diminuir. O lado ruim disso é que acaba passando a imagem de que é uma medida arrecadatória, mesmo que, no fundo, tenha a intenção de reduzir acidentes e mortes. Os pardais, que já não eram bem vistos, ficarão com uma imagem ainda pior.

Os controladores eletrônicos são só uma alternativa para tentar tornar o trânsito mais seguro. Porém, será que não está faltando mais ações educativas e preventivas? Na semana do trânsito, até foram feitas, mas e no restante do ano?

Tomara que o valor elevado arrecadado com essas multas seja usado mesmo para educação do trânsito e melhorias em sinalização e sinaleiras para pedestres, já que não há como instalar controladores em todos os locais ou ter fiscais em todos os pontos perigosos da cidade. Exemplo foi o caso do idoso atropelado, que morreu na Avenida Dores há alguns dias. Não vou entrar no mérito de quem foi a culpa. Mas é notório que a Dores e outras avenidas são muito escuras e que isso agrava o risco de acidentes com pedestres e ciclistas. A educação de motoristas e pedestres também pode ajudar a evitar acidentes como esses. Além disso, a prefeitura prometeu uma licitação para trocar a iluminação das 22 principais avenidas e ruas de Santa Maria há dois anos. Até agora, a licitação não foi realizada.


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