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Depois de concluídos os estudos de impacto ambiental e de viabilidade econômica, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) lançou a licitação para contratar empresas de engenharia que vão fazer os projetos básicos e executivos detalhando como será a nova BR-392, entre Santa Maria e Santo Ângelo. A proposta, que prevê a construção de 223,56 km para a implantação de uma nova rodovia, quer ser uma alternativa à BR-158 e à BR-287, que são usadas para escoar a safra de grãos do noroeste gaúcho para o porto de Rio Grande.
A licitação será às 15h do dia 5 de agosto e tem cinco lotes, totalizando um investimento de até R$ 28 milhões só para fazer os projetos. O primeiro lote tem 36 km de extensão e vai da BR-293, no Arenal, passando pela Faixa de Rosário e chegando ao futuro cruzamento previsto com a BR-287, entre Santa Maria e São Pedro do Sul. Só para esses projetos, são previstos até R$ 5,1 milhões. Os outros lotes fatiam o projeto até chegar a Santo Ângelo. As vencedoras terão de 480 a 720 dias para entregar tudo pronto ao Dnit.
A coluna conversou com integrante do Dnit, que informou que o traçado já está definido pelos estudos anteriores. Agora, as empresas vencedoras vão detalhar que tipos de soluções de engenharia são necessárias em cada um dos 223,54 km da nova rodovia. Segundo o Dnit, ainda não há previsão de quando começar a construção dessa nova rodovia nem de quanto ela vai custar. “Para ter obra, precisa ter primeiro os projetos, e é isso o que será feito agora”, disse informalmente um integrante do Dnit, referindo-se ao fato de que agora está sendo cumprida mais uma etapa.
Traduzindo: a expectativa é ter os projetos prontos até o final de 2026. Só então, o Dnit saberá quanto a obra vai custar e poderá ir atrás de verbas e licitar a obra em si, para contratar as construtoras que farão a nova rodovia. Porém, a decisão de fazer a rodovia depende ainda de muitas questões, como a situação econômica do país nos próximos anos e decisão política, que pode mudar conforme quem estiver no poder. A exemplo do que se viu na construção dos 114 km da Faixa de Rosário, esse também é um projeto para as próximas décadas, pois levará anos para sair do papel.
Custo de R$ 2 BILHÕES
Apesar de o Dnit não dar uma estimativa de custo para essa nova rodovia, provavelmente deve passar de R$ 2 bilhões, podendo chegar a R$ 2,5 bilhões, segundo fonte consultada pela coluna, que afirmou que o custo aproximado é de R$ 1 milhão por quilômetro. O valor pode subir se forem necessárias muitas pontes e obras complexas em alguns trechos.
SANTA FLORA E SAFRA
O projeto da nova BR-392 prevê que ela comece no Arenal, a 15,6 km de Santa Maria, e passe a 4 km da sede do distrito de Santa Flora. Dessa forma, criaria uma ligação asfáltica com o distrito. Depois, ela segue e vai até a Faixa de Rosário, cruzando por ela a 15,2 km de Santa Maria. O traçado continua em direção à BR-287, cruzando por ela a 18,5 km de Santa Maria, e continuando para Toropi, Jari e a ERS-377, entre Joia e Santiago – passará a 20 km do distrito de Santa Tecla. O traçado continua até a BR-285 e chega em Entre-Ijuís, totalizando 223, 56 km.
Além de permitir o escoamento da safra de regiões produtoras importantes e desafogar a BR-158, já sobrecarregada de carretas, a nova rodovia, se construída, ajudará no desenvolvimento econômico dessa região ao norte de São Pedro do Sul, que tem um vazio demográfico e dificuldades sérias de acesso. Ajudará também a valorizar terras e a fomentar novos investimentos e negócios.
Aqui em Santa Maria, além de ter uma rodovia asfaltada para Santa Flora, será uma opção para retirar parte do movimento intenso de carretas que passam por dentro da cidade hoje para seguir a Rio Grande.
BR-392 AO TREVO DO SANTUÁRIO
Outra proposta do Dnit é construir, futuramente, uma extensão dessa nova BR-392, com ela seguindo do Arenal em direção à Quarta Colônia, até o trevo do Santuário, na RSC-287. Esse projeto está sendo tocado em paralelo à obra da nova BR-392 daqui a Santo Ângelo. Também não há previsão de data para sair do papel.
