claudemir pereira

Presidente do PDT garante que a sigla terá candidatos locais em 2022

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Foto: Germano Rorato (arquivo Diário)

Do quinteto de grandes partidos da cidade, o PDT é o quarto (atrás de PT, MDB e PP, e à frente do PSDB). Mas, a exemplo de todos, exceto os petistas, não tem demonstrado grande apetite eleitoral quando o assunto é Câmara dos Deputados ou Assembleia Legislativa.

Em 2018, por exemplo, apoiou forasteiros no primeiro caso e, ao Legislativo gaúcho, até teve candidata, a vereadora Luci Duartes - mas quase a contragosto, pois indicada mais pela Executiva estadual que pela local. Ela até fez uma votação digna (3.350 no total, com 2.421 em Santa Maria), mas pra lá de insuficiente.

E agora, em 2022, como será? Esse é o tema para questões dirigidas, eletronicamente, ao presidente da sigla na cidade, Marcelo Bisogno, que tem mandato até setembro na presidência municipal do partido. Confira as respostas, a seguir:

Claudemir Pereira - Em 2018, o PDT não apresentou candidatos a deputado federal. Qual será o comportamento em 2022?

Marcelo Bisogno - O PDT em Santa Maria e na Região Centro (a nossa coordenadoria compreende 24 municípios) terá comportamento forte e com foco na disputa eleitoral em 2022. Teremos candidatos, sim, no pleito do ano que vem.

CP - Na mesma eleição, também não haveria candidato local à Assembleia. No entanto, por apoio da direção estadual, foi lançada a vereadora Luci Duartes. Qual a posição do partido no próximo ano?

Bisogno - Nossa postura partidária será de apresentação de candidatos e de fortalecimento do nosso PDT em Santa Maria e região, comprometido com o projeto estadual e nacional do PDT.

CP - Na hipótese de lançamento de nomes ao parlamento, seja à Câmara ou ao Legislativo gaúcho, quais as possibilidades aventadas pelo partido, atualmente?

Bisogno - Temos importantes nomes e lideranças nos quadros do PDT em Santa Maria e região, vários ex-prefeitos e vereadores do nosso partido. Estamos discutindo com os municípios. Em Santa Maria, nossa vereadora Luci Duartes e lideranças do PDT local e regional estão defendendo.

CP - Algo mais a acrescentar? E como será a sucessão no Diretório e Executiva Municipal, por exemplo?

Bisogno - Temos um mandato em andamento, eleito pelos filiados. Vamos planejar a eleição, pautados na união e construção de um grande projeto no futuro do nosso PDT. Brigas e divisões que ocorreram no ano passado, após o primeiro turno das eleições, não fazem parte do trabalho que por muitas mãos temos realizado nos últimos anos. Temos bons nomes para a construção partidária, e nossa vereadora Luci Duartes tem sido grande aliada e grande parceira.

Burmann será candidato? E a que mesmo?

O que o presidente do PDT santa-mariense Marcelo Bisogno não falou, na entrevista (remota) concedida à coluna, mas o escriba apurou, é uma intenção que passa pela aceitação do reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, um pedetista (trabalhista/brizolista) de carteirinha.

Sim, a ideia dos pedetistas locais e regionais seria lançar o professor, em fim de mandato na gestão da maior instituição da cidade, a participar do pleito do próximo ano. Mas não como candidato à Assembleia Legislativa, como se poderia supor, numa primeira empreitada eleitoral de Burmann.

O objetivo, que por enquanto é articulado no entorno do reitor, é lançá-lo como concorrente ao Senado para a única vaga disponível no pleito do próximo ano - a ocupada, hoje, por Lasier Martins (por sinal, eleito pelo PDT há oito anos e atualmente filiado ao Podemos).

Difícil será persuadir Paulo Burmann a partir para um provável suicídio político-eleitoral. Mais fácil, e isso é reconhecido pelas fontes do colunista, é convencer o professor a concorrer à Câmara do Deputados. Aliás, esse parece ser mesmo o objetivo final dos articuladores.

Ah, no caso de vitória eleitoral (o que todos reconhecem difícil, mas se recusam a considerar impossível), o PDT teria um deputado federal para chamar de seu. Na hipótese de derrota, mas com votação digna, estaria aberto o caminho para a candidatura a prefeito em 2024.

A mais empolgante das eleições gaúchas

Pesquisa não é eleição. Mas, certamente, indica rumos. Dito isso, parece difícil uma "terceira via" se impor em nível nacional. Impossível não é, mas...

É nesse cenário que procura se imiscuir Eduardo Leite (PSDB). Sendo possível, concorre ao Planalto. Mas, na verdade, nos bastidores políticos gaúchos (e o escriba papeou com quem tem acesso a eles), se trabalha mesmo é com outra hipótese: o atual governador (foto) buscar a única vaga disponível para o Senado.

Em qualquer circunstância, terá de renunciar em abril do próximo ano, abrindo caminho para o vice, o hoje petebista Ranolfo Vieira Júnior que, já no PSDB (ninguém duvida da migração), pode ser o candidato tucano ao Piratini.

Muita confusão? É. O bestunto precisa trabalhar bastante para tentar entender o que acontece. Mas há, pelo menos, duas certezas.

Uma é que, pela primeira vez em muito tempo, o cenário para a disputa ao governo gaúcho está pra lá de aberto. Sem favoritos. Nem para o segundo turno.

Outra: vem aí a mais empolgante eleição ao Senado de todos os tempos, com os atores já colocados ou por se apresentar. Quer a lista preliminar? Além do atual titular, que buscará novo mandato, Lasier Martins (Podemos), são prováveis concorrentes Eduardo Leite (PSDB), Jeronimo Goergen (PP), José Ivo Sartori (MDB), Miguel Rossetto (PT) e Romildo Bolzan (PDT). Que tal?

LUNETA

REPETECO

Outro dia, no início da semana, o Twitter trouxe um punhado de postagens dando conta de uma possível união entre PT e PSD, na disputa presidencial. A dobradinha seria Lula com Henrique Meirelles (sim, o banqueiro). No plano local, haveria um repeteco na campanha. Relembrando: na eleição municipal, os dois partidos estavam juntos, com os agora ex-vereadores Luciano Guerra e Marion Mortari.

REVOADA

Não passa uma semana sem que deputados federais e estaduais dali e d'alhures fazem contato com Santa Maria. São aqueles que, não raro, apresentam uma emenda parlamentar por ano e querem multiplicá-las por miles em votos nas urnas quadrienais. É legítimo. Afinal, o sufrágio não é distrital. Mas, como sempre, muita da (ou toda a) responsabilidade dessa situação é dos partidos, que não apresentam nomes locais.

REVOADA 2

Alguém diria que a revoada dos forasteiros é fenômeno das pequenas agremiações que, afinal, não têm sequer militância e troco (sim, é preciso) suficientes para bancar candidaturas. Reles engano. Nas menores, e 2022 está logo ali para que se tire a prova dos nove, sempre surge algum destemido, para defender as cores próprias ou partidárias. Já os grandões, estes não estão nem ai, com a(s) exceção(ões) conhecida(s).

AQUI, NÃO

Qualquer negociação política estadual com tucanos é ignorada pelo MDB local. Líderes graúdos ou nem tanto só querem saber mesmo é de ser oposição ao governo do PSDB. O comportamento da bancada na Câmara é mais que suficiente para perceber o ânimo que tangencia a agressividade, na relação com a prefeitura. Assim, acordos regionais serão solenemente ignorados.

PARA FECHAR!

A agenda do presidente da Assembleia Legislativa, o emedebista Gabriel Souza, marca para a próxima sexta-feira, 28, compromissos em Santa Maria. Até onde foi possível apurar, o deputado terá encontros institucionais, inclusive na prefeitura. Mas, com certeza, aproveitará a oportunidade para papear com correligionários. E na pauta, certamente, 2022 terá lugar de destaque.

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