O difícil, mas necessário, combate ao esgoto de onde vêm as “fake news”

O difícil, mas necessário, combate  ao esgoto de onde vêm as “fake news”

Foto: Beto Albert (Diário)

Os grupos do WhatsApp que reúnem às vezes centenas de pessoas não são veículo de comunicação. Enfim, o que te mandam por ele não é confiável como regra. Ninguém precisa dizer isso ao escriba. Colocado involuntariamente em vários, lê a toda hora “fake news” em profusão e ninguém se responsabiliza – nem mesmo os criadores dos grupos.



Essa é, provavelmente, uma das grandes pragas e enorme desafio para a democracia e a própria liberdade de expressão. A disseminação invariavelmente proposital (a maioria dos que postam é supostamente bem informada, o que elimina a ignorância como coautora da sacanagem) busca atingir adversários políticos, crendo-se no anonimato próprio do esgoto.

 
Os ratos que o ocupam, acredite, são “pessoas de bem”, quase todas vão regularmente à missa ou ao culto ou a outra manifestação de fé, mas esquecem disso quando entram nas cloacas das redes sociais.

 
Agora, a questão que leva o colunista a trazer esse assunto que, de resto, fede. A maior tragédia gaúcha, que consegue a proeza de unir adversários, também tem o condão de despertar o que de pior há no debate político.

 
Aliás, não há crime em politizar a discussão. O delito, a fraude, há nos contornos que se oferecem. E não são os zés manés e seus correspondentes femininos os artífices da falcatrua intelectual.

 
Ou vocês acham que, num genuíno exemplo santa-mariense, quem espalhou no meio desta semana que Santa Maria viveria surto de diarreia provocado pela chuvarada é alguém que não conhece o assunto? Mais, ele ou ela inventou do nada um número (portentoso, claro) de casos atendidos num único estabelecimento de saúde?

 
De jeito nenhum. Basta conferir o conteúdo postado para perceber que não se trata de néscio. Ao contrário, é alguém que sabe do tema muitíssimo bem, apenas o fantasiou, sabe-se lá por quais obscuras razões.

 
A questão: se esse tipo de comportamento é notado diante de um caso de comoção geral, em que a maior parte da população da Boca do Monte e do Rio Grande está unida num único propósito, vencer os efeitos das chuvas, o que se pode esperar do episódio eleitoral, por exemplo, em que rivalidades são expostas e o nervosismo é cotidiano?

 
A única facilidade, talvez, a ser concedida aos juízes e promotores eleitorais e aos próprios dirigentes partidários, particularmente interessados, é que há número limitado de propagadores de informações falsas. Sim, senhor, para saber quem são, basta conferir o comportamento agora, diante da intempérie que atinge toda a sociedade.

 
Em resumo, o combate ao esgoto eleitoral será difícil, mas possível. Inclusive para garantir a honorabilidade do processo que vai eleger um novo prefeito e 21 vereadores.

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