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CPIs, entusiasmo investigatório dos edis e o risco da banalização

Claudemir Pereira

E assim, de repente, o Legislativo municipal santa-mariense se vê às voltas, ao mesmo tempo, com três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Como mostra reportagem dos colegas Marcelo Martins e Maurício Araujo, publicada na quinta-feira pelo Diário, pelo menos uma delas, a mais recente, é quase fruto do acaso, para não dizer do voluntarismo e do senso de oportunidade da petista Helen Cabral.

Sim, CPIs não necessariamente atrapalham. Elas podem ser instrumentos úteis para aferição de problemas, permitindo, em não poucos casos, o aprimoramento de processos e até servindo de barreira para impedir a acomodação dos governos.

O risco, porém, é virarem tão somente elementos para a brilhatura político-pessoal e tentativa de desgaste de autoridades, sem que se investigue objetivamente nada - apenas se apontem aqui, ali e alhures, questões que poderiam ser tratadas por outros instrumentos tão ou mais contundentes. Bem mais, por exemplo, que o mero discurso para a TV Câmara - já que plateia, mesmo, no momento não há.

De outra parte, pelo teor dos temas a ser "investigados" agora, não se percebe material explosivo o suficiente para um grande auê. O que tende a gerar certa frustração, também normal, de quem gostaria de ver a situação se complicar para o Executivo. Mas igualmente isso faz parte do jogo político e não deve ser menosprezado.

A preocupação, no entanto, deve haver com o fato de os focos serem tão díspares. E que, tratados ao mesmo tempo, não terão, quem sabe, o impacto que, de outra forma, poderiam alcançar.

Mas, enfim, é preciso saudar o entusiasmo investigatório dos vereadores. Ainda que não deva ser menosprezado, pode apostar, o risco da banalização, o pior cenário possível para quem quer ver a luz, a partir da atividade do parlamento.

Ah, uma curiosidade: manda a tradição parlamentar que o presidente da CPI seja o seu proponente. O que temos, nesse momento, é a vereadora petista Helen Cabral devendo relatar a Comissão que ela propôs, "da Covid", e também uma segunda, a dos contratos do Shopping Popular Independência.

Em tempo: aliás, a mesma parlamentar só estará nas CPIs até o final, se não houver o retorno, até lá, do vereador titular Valdir Oliveira. Helen, como se sabe, é suplente no exercício do mandato.

Chapa única para a Reitoria deixa pouca margem para surpresa. Mas...

O que se especulava nos bastidores da Universidade Federal, sobretudo após o afastamento (e até de um protesto que não chegou a ser ruidoso) de entidades dos segmentos da instituição, acabou se confirmando: apenas uma chapa se inscreveu para participar da Pesquisa de Opinião pela internet, no dia 24 de junho.

Assim é que o trio Luciano Schuch, atual vice-reitor, com suas companheiras de chapa Martha Bohrer Adaime e Cristina Wayne Nogueira, vai solito para a disputa virtual. E, claro, é a única chapa a ser levada para os Conselhos Superiores votarem como lista tríplice a ser enviada ao Ministério da Educação.

Isso significa que Schuch será o escolhido? É possível. É provável. Mas não é certo. Antecedentes até próximos indicam a possibilidade de o ministro da Educação e o presidente da República escolherem um dos outros dois nomes da chapa.

Nesse caso, a ideia é acionar a "solução" escolhida pela Universidade Federal de Pelotas. Lá, o nome preterido acabou reitor na prática, sendo nomeado pela escolhida para um cargo de pró-reitor. Imagina-se que isso não acontecerá por aqui. Imagina-se...

Então, há margem para alguma surpresa? Sempre há. Mas, no caso da UFSM, isso só acontecerá se alguém se apresentar aos Conselhos Superiores (sem participar da Pesquisa de 24 de junho) e entrar para a lista tríplice. É pouco provável. Mas não é impossível, legalmente. O risco, apenas, é institucional.

Em tempo: as reclamações das entidades dos segmentos não significarão, é o que se diz, boicote à pesquisa. Que será integralmente online.

Em duas notas, a casa das sete mulheres e um coronel "se farda"

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Foto: Karohelen Dias (Divulgação)
"FARDADO" - O ex-vice-prefeito e ex-candidato a prefeito pelo Progressistas, Sergio Cechin, declarou ao repórter Maurício Araujo, do Diário, que problemas de saúde na família e novos projetos profissionais e pessoais estão entre os motivos pelos quais declinou da possibilidade de concorrer à Assembleia Legislativa.

Desta forma, como disse a este colunista o presidente do PP, Mauro Bakoff, João Ricardo Vargas, presidente da Câmara, é a ficha um para ser o candidato. Mais que isso, o Coronel Vargas está mais que "fardado" para assumir o encargo. E, assim, o partido terá pelo menos um indicado para o Legislativo gaúcho. Sem prejuízo, aliás, de outro nome se apresentar e concorrer. No caso, a também edil Roberta Leitão.

A CASA DELAS - Com a posse de Lorena Santos, do PSDB, na terça-feira, em lugar do licenciado (para ser secretário) Juliano Soares, pela primeira vez em sua história, a Câmara de Vereadores tem nada menos que um terço de seus integrantes mulheres (todas na foto).

Lá estão as quatro titulares: Anita Costa Beber (PP), Luci Duartes (PDT), Marina Callegaro (PT) e Roberta Pereira Leitão (PP). E igualmente, mesmo que por conta de uma circunstância, outras três se encontram no exercício do mandato. Além de Lorena, também as outras suplentes Helen Cabral (PT) e Maria Rita Py Dutra (PCdoB).

É eventual, sim, e talvez não se repita mais na atual legislatura. No entanto, trata-se de fato histórico e que precisa, sim, ser registrado. E saudado.

LUNETA

CANDIDATO

Alexandre Pinzon Vargas disse ao colunista: "é 90% certo que não concorro". Foi uma forma de falar que não será candidato a deputado estadual pelo Republicanos, em 2022. Getúlio de Vargas, o outro vereador da agremiação, também não pretende concorrer, pelo menos agora. Mas o Republicanos terá, sim, nome para disputar vaga na Assembleia. Será o militante e motorista privado Luciano Sampaio.

DOBRADINHA

Quem também está certo que irá participar da disputa parlamentar do próximo ano é o PCdoB. E vai de dobradinha. Os vereadores Werner Rempel (titular) e Maria Rita Py Dutra (suplente no exercício do cargo) são os nomes do partido para a disputa. Só não se sabe por enquanto quem irá concorrer à Câmara dos Deputados ou à Assembleia Legislativa. Mas ambos estarão na urna eletrônica.

MAIS UM(A)

Não deve ser de propósito, mas é fato: o Progressistas está desidratando o Cidadania, presidido por Carla Kowalski, virtual candidata à Assembleia Legislativa. Depois do candidato a prefeito Evandro de Barros Behr, quem se mandou no rumo do PP foi a colunista social e ex-candidata a vereadora Luciane Cáurio. Nenhum dos militantes concorre ano que vem e, aparentemente, a colheita terminou. Aparentemente.

IRRELEVÂNCIA

O PTB do Rio Grande do Sul talvez não. Mas é bastante provável que, em Santa Maria, o partido esteja se encaminhando para a irrelevância - após já ter tido inclusive duas cadeiras no Legislativo Municipal. E a debandada, no rumo de várias agremiações, deve ser liderada pelo próprio vice-governador Ranolfo Vieira Júnior. Possível candidato ao Piratini, ele estaria com tudo pronto para aderir ao tucanato. A conferir.

PERDAS

A Covid-19, de uma certa maneira, estava passando ao largo da política santa-mariense, no que se refere a vítimas fatais. Agora, no entanto, "exagerou". Em menos de duas semanas, o vírus levou dois ex-presidentes da Câmara. Primeiro, José Luiz Coden. E, nesta semana, Cláudio Rosa, combativo edil por 16 anos e militante bastante fiel ao ((P)MDB), sigla que chegou a presidir.

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