Claudemir Pereira

O “zunzum” no PP e o fogo amigo contra apoio ao nome de Riesgo

As convenções que definirão os candidatos ao pleito de 6 de outubro de 2024 acontecerão entre o final de julho e o início de agosto. Isto é, dentro de algo como 10 meses. Até lá, muita coisa pode acontecer, especialmente em partidos indefinidos. E se fosse hoje? No caso do Progressistas (PP), uma das grandes forças políticas do município, e a terceira maior em número de filiados, a porca estaria torcendo o rabo.

 
Pelo menos duas fontes graúdas da sigla, sob o manto do sigilo, se mostram pra lá de descontentes com o nome que seria apoiado pela agremiação. No caso, Giuseppe Riesgo, filiado ao Novo. Mas, afinal, quais os óbices ao jovem ex-deputado estadual e que é uma das estrelas da mesma Direita em que se coloca o PP? Aí, vem uma fileira de quatro motivos listados pelas fontes para colocar o novista na berlinda. 


A saber: “1) não tem mandato; 2) está em Brasília e, ainda por cima, ligado a um deputado, Marcel Van Hatten, sem qualquer identificação com Santa Maria; 3) até agora não tem agenda, “nem pisa em Santa Maria”; e 4) insiste em seguir no Novo, partido que nada” (supõe-se que estivessem falando de recursos financeiros) “trará à campanha municipal”.


Apenas para facilitar a prosa, o colunista, até aquele momento, não contestou quaisquer dos argumentos. Mas ousou perguntar: está tudo muito bem, mas qual a alternativa? O plano B?


Vieram as respostas. Pelo menos para esses grandões, a primeira possibilidade, e que estaria “ganhando corpo”, seria apoiar o pré-candidato do MDB, Beto Fantinel. Ao que, agora sim, o colunista redarguiu: mas ele também é acusado de “não ser de Santa Maria”, embora aqui esteja domiciliado física e politicamente. E, bem mais importante, diferente de 2020, em que as siglas se aliaram, agora há a pressão estadual.

 
Sim, se for mantida a ideia de candidatura própria, ok, Beto Fantinel poderia ter um vice do PP. Mas a ideia dominante na capital seria uma aliança com os tucanos, repetindo a dobradinha que venceu a disputa para o Palácio Piratini.

 
E se tudo der errado, como seria? Aí, a ideia das fontes graúdas (que têm, sim, muitos seguidores internos) é a candidatura própria. Nomes? Sergio Cechin, que se mostra refratário a concorrer de novo em pleito majoritário; e Sandra Rebelato, ex-vereadora. Em qualquer circunstância, não obstante as pretensões para a prefeitura, a candidatura própria fortaleceria a disputa ao Legislativo.

 
Resumo da ópera: Riesgo deve ser o candidato, com o apoio do PP. Mas não é algo assim que aconteça naturalmente. Afinal, como fechou sua opinião um dos graúdos que falou com a coluna: “Riesgo não é hoje pré-candidato virtual, que dirá real do PP”.

 
Enfim, até agosto de 2024 muita discussão vai acontecer. E não só à direita, por sinal.


PDT quer Burmann candidato a prefeito. Mas há uma condição

Com o PDT da cidade, a história ensina, nunca se sabe. Nem é bom fazer afirmativas muito firmes, pois a possibilidade de quebrar a cara sempre é grande. Dito isto, a sigla aparenta caminhar para a pacificação interna. Inclusive, veja só, existiria a ideia de fazer uma convenção em novembro, com o que a direção deixaria de ser provisória para ser permanente. Esse é um dos saldos da reunião havida na segunda-feira (11) e que contou com a participação de algo como uma centena de militantes. 

 
Para além do encontro, o primeiro após a saída de Marcelo Bisogno e seus apoiadores, e que contou com a presença dos já afirmados líderes Paulo Burmann (presidente) e Luci Duartes, a vereadora, entre outros, a coluna assuntou para tentar ir um pouco adiante do balangandã próprio das análises internas.

 
Afinal, o que essa situação toda aponta para 2024, por exemplo? O colunista apurou que, sim, a ideia é de candidatura própria, e com Paulo Burmann na cabeça. Por duas razões: pela reafirmação do partido, independente do resultado eleitoral imediato, e para fortalecer a disputa legislativa. O objetivo seria no mínimo dobrar a bancada, hoje com a cadeira solitária da professora Luci.

 
Mas, para viabilizar essa candidatura a prefeito, há um condicionante. Uma fonte ligada a direção partidária não poderia ser mais objetiva: “o que dificulta colocar candidato próprio: “falta de dinheiro, de estrutura”. E segue: “se o partido, em nível estadual e nacional não apostar e não apoiar, nós vamos repensar, sim, ter candidato a prefeito”.

 
Resumindo: como disse esse pedetista à coluna, “sem o mínimo de recursos a gente não consegue sair de casa. É difícil”. E, assim, o partido veria o que fazer e quem apoiar para a prefeitura, e apostaria todas as fichas na nominata à Câmara de Vereadores.


Poucos dão bola a partidos. Mas, dos que gostam, mais queridos são PT

Talvez o PL seja a única grande novidade na pesquisa “A Cara da Democracia”, feita pelo Instituto da Democracia, financiada, entre outros, pelo CNPq e com pesquisadores de quatro universidades: UFMG, Unicamp, Unb e Uerj.


O levantamento apurou a preferência partidária, ouvindo presencialmente 2.558 eleitores em 167 cidades. O resultado mais ou menos confirma a percepção empírica dos observadores.

 
Uma das perguntas foi “você simpatiza com algum partido?” A resposta: 20% Sim e 80% Não. Desenhando: oito em 10 está nem aí para as agremiações. Mas a porção que simpatiza, e que leva bandeiras à rua, é pequena, mas não é desprezível, tem sim preferência. É onde entra o PL, provavelmente sob a influência do ex-presidente Bolsonaro, e que é o segundo colocado. 


Bem atrás do primeiro, o PT, mas ainda assim muito a frente dos demais. No caso, entre os que gostam, os petistas são 65% e os liberais, 15%. O terceiro, o MDB, vem bem atrás, com 3% (1% abaixo de “outro” e 1% acima do “não sabe”). 


Exceção feita ao PL, que em Santa Maria é o 10% em número de filiados, os outros dois estão de acordo com o que acontece por aqui, com os petistas em 1º e os emedebistas em 2º.


LUNETA

RESCALDO 
Depois do que, internamente, se considerou um sucesso, o PDT santa-mariense já se alça, projetando novos eventos políticos, dois deles ainda antes do final do ano. Um seria uma “conferência trabalhista” no mês de outubro. A ideia é, além de propagandear a seção local, dar-lhe um brilho especial, com a vinda de todos os caciques do Estado, a começar pelo presidente recém-eleito, Romildo Bolzan Júnior.


RESCALDO II
O segundo evento do supostamente renovado PDT da comuna, a partir do encontro pacificador do início desta semana, tem intenção política, claro, mas teria um caráter sobretudo festivo. Seria um “jantar trabalhista” ou regabofe semelhante. O objetivo não declarado, mas óbvio, é a mostra de um Partido que, após tantos feios confrontos internos, finalmente confraternizaria com o devido fervor e alegria.


RESERVA TÉCNICA
Não seria a primeira vez. Já houve uma, ao menos, em que foi indicada candidata a deputada e sofreu com a pequena adesão da militância na hora do vamos ver, a campanha eleitoral. De todo modo, Sandra Rebelato é sempre uma espécie de reserva técnica do PP. Agora mesmo, tem sido citada por fontes partidárias como possibilidade de ser a vice na eventual chapa com Giuseppe Riesgo, do Novo, à prefeitura.


MUDANÇA
Segundo o próprio dirigente disse à coluna, Ronei Lopes (foto) assume a presidência do PT de Santa Maria em 8 de outubro. Com larga militância no Partido, Lopes entra no lugar de Sidinei Cardoso Pereira, que é presidente da sigla há um tempão. Agora, o eterno assessor do deputado (hoje ministro) Paulo Pimenta vai experimentar a sensação de concorrer a vaga na Câmara de Vereadores em 2024.


PARA FECHAR!
Engana-se quem imagina fazer sucesso ao microfonar palavras de ódio na tribuna, na beira do irracional, com transmissão da TV Câmara. Se quiser(em) chegar ao conjunto da sociedade, assim não é. Então, pergunta um, por que há quem faça? Resposta: porque acredita ou, sendo pouco inteligente, ao menos alimenta sua militância. Dividendos eleitorais? Pode ser, mas só numa faixa bem estreita do público.

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