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Covid-19 adia as convenções, mas não o debate interno nos partidos da cidade

Tudo o que tem sido escrito aqui, nos últimos meses, acerca do pleito do próximo ano e a falta de candidaturas locais para combater o bom combate e tentar colocar a cidade num patamar mais elevado da representação política esbarra, invariavelmente, na escassa, quando não nula, vontade de tratar do tema, pelos partidos políticos.

Com a rara, e sempre citada, exceção do PT, as demais agremiações sequer tocam no assunto, e tergiversam quando procuradas. Mais preocupadas estão, é o que aparenta, na sua própria questão interna. Inclusive porque a pandemia causou o adiamento da quase totalidade das convenções municipais, mantendo nas direções locais os mesmos que estão hoje. Em certos casos, inclusive, por tempo indeterminado.

A propósito, a coluna buscou informações acerca das principais, ou pelo menos mais ativas, siglas na cidade. Objetivo: saber a quantas andam as convenções e como ficam as direções. Confira o resultado, por ordem alfabética:

MDB - Convenção adiada para data ainda indefinida. Não será em agosto, como tradicionalmente. Sua presidente, Magali Marques da Rocha, continua no cargo até lá. O favorito para sucedê-la, inclusive com apoio do deputado Roberto Fantinel, é Francisco Harrisson.

PDT - A sigla fundada pelo falecido "Doutor" Leonel Brizola tem direção com mandato encerrando em julho. Principal preocupação do atual presidente, Marcelo Bisogno, é pacificar a agremiação, que teve escaramuça importante entre o primeiro e o segundo turnos do pleito do ano passado, com um grupo muito descontente pelo apoio dado ao candidato Sergio Cechin. Tendência é de continuidade do atual grupo, com ou sem Bisogno na presidência. Mas...

PSDB - O partido do prefeito Jorge Pozzobom tem as convenções municipais adiadas até março de 2022. Não há discussão, ainda, sobre novos dirigentes. Hoje, o secretário de Desenvolvimento Social, João Chaves, é o presidente.

PSB - Mandato dos atuais dirigentes acaba no final deste mês. Tendência é que o atual presidente, Fabiano Pereira, e seus companheiros continuem. Mesmo que a prorrogação ocorra, porém, não se percebe no horizonte qualquer adversário viável e o mesmo grupo de hoje se manterá na liderança.

PP - Mandatos prorrogados pelo menos até agosto deste ano. A depender da avaliação do Diretório Estadual, a ideia é fazer convenção. E presencial. São razoáveis, no mínimo, as chances de o atual presidente, Mauro Bakof, continuar no cargo, ou ao menos concorrer a ele, embora não confirme.

PT - É o único partido que tem direções com mandato de quatro anos. A atual, liderada por Sidinei Cardoso Pereira, foi eleita no ano passado e vai até 2024. Não há previsão de convenção na pandemia.

Acredite: desta lista de 22 nomes, saem futuros governador e senador

Já muito se disse e escreveu que as eleições do próximo ano, no Rio Grande do Sul, tendem a ser bastante animadas. Emocionantes, mesmo. Isso se deve, e em muito, pelo fato de, pela primeira vez em muitos pleitos, não se identificar favoritos para os principais cargos majoritários em disputa: o Palácio Piratini e a vaga única ao Senado. Hoje, elas têm como titulares Eduardo Leite e Lasier Martins, respectivamente.

Leite já decidiu: não concorre à reeleição. Será candidato a presidente da República ou ao Senado, embora por enquanto refute essa última. Já Lasier defenderá o próprio mandato, agora pelo Podemos (ele se elegeu pelo PDT).

Esta semana, a coluna faz um exercício de imaginação. Claro que com as ressalvas do que está por acontecer e a colaboração de alguns observadores da política. Ainda assim, ousa afirmar: da relação abaixo, com 22 nomes, a menos por surpresa hoje invisível, sairão os novos governador e senador.

Duvida? Então confira, partido por partido, em ordem alfabética e sem indicar o destino, se o Palácio Piratini ou o Senado:

DEM - Onyx Lorenzoni

MDB - Alceu Moreira, Gabriel Souza, José Ivo Sartori, Osmar Terra (consta que sairá do partido em março, na janela da traição)

PC do B - Manuela D'Avila

PDT - Paulo Burmann, Romildo Bolzan

Podemos - Lasier Martins

PP - Ana Amélia Lemos, Jerônimo Goergen, Luiz Carlos Heinze

PSB - Beto Albuquerque

PSDB - Eduardo Leite

PRTB - Hamilton Mourão

PSOL - Pedro Ruas, Roberto Robaina

PT - Edegar Pretto, Miguel Rossetto, Paulo Pimenta, Tarso Genro

PTB - Ranolfo Vieira Jr (que estaria a caminho do PSDB)

Em tempo: na lista, há um santa-mariense nato e outros dois que aqui nasceram para a política, os petistas Paulo Pimenta e Tarso Genro e o pedetista Paulo Burmann (lembrado ao Senado por pedetistas), e pelo menos outros dois nomes que se graduaram na UFSM: Luiz Carlos Heinze (PP) e Onyx Lorenzoni (DEM).

PSB daqui e de Itaara e seu inferno astral


Foto: Pedro Piegas (Diário)/

O padre Sílvio Weber, além de chamar a polícia para fazer buscas nas dependências do Centro Administrativo e contratar consultoria para descobrir por onde acontece vazamento de questões do governo, enfrenta CPI na Câmara de Vereadores. O prefeito eleito pelo PSB não tem tido exatamente sossego na gestão da bela Itaara, no alto da serra.

Já cá embaixo, o partido precisa administrar uma crise que envolve diretamente sua imagem. Kleber Colvero, ex-tesoureiro do PSB e também assessor, durante cinco meses, do vereador Paulo Ricardo Pedroso, protocolou duas acusações na Câmara.

Uma envolveria a principal assessora do edil. Outra, nesta semana, trata de supostos pedidos para bancar despesas do gabinete, e é contra o próprio parlamentar.

Dá para combinar que o PSB daqui e da região vive um inferno astral?

LUNETA

TRÊS CHANCES

A dica é particularmente feita aos que reclamam, mas não participam quando têm a chance de influenciar: vêm aí três audiências públicas para tratar do Plano Plurianual, a antessala do orçamento. Dias e temas: 28 de junho (saúde e meio ambiente), 2 de julho (educação, esporte, cultura e lazer, desenvolvimento social e segurança pública) e 5 de julho (desenvolvimento econômico e infraestrutura).

TRÊS CHANCES (2)

Ok, ok, ok. O horário é complicado (sempre é, quando se busca desculpa), mas viável: os três debates, promovidos pela Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara, iniciam às 16h30min e terão transmissão da TV Câmara e das redes sociais do Legislativo. Então, no mínimo, uma observada é possível. Nem que seja para fazer sugestões mais adiante. Depois, de nada adiantará reclamar.

ORGULHO

O senador Luis Carlos Heinze (PP) declarou, para todos ouvirem, sua vergonha por ter estudado na UFSM, onde se graduou engenheiro agrônomo. Pois este escriba, com todo respeito ao parlamentar, se vê honrado em reafirmar que tem muuuito orgulho dessa instituição na qual se formou jornalista. E mais: não fosse a instituição fundada por José Mariano da Rocha Filho, não estaria escrevendo aqui. E ponto.

A FRESTA

Vitória de Luciano Schuch, na pesquisa para reitor da UFSM feita via internet, era esperada. E, ao que tudo indica, o atual vice, mais suas parceiras de chapa (afinal desfeita pela Justiça), Martha Adaime e Cristina Nogueira, serão os três chancelados pelos conselhos superiores e encaminhados ao Ministério da Educação. Espaço para surpresa existe, mas está mais para fresta que porta.

PARA FECHAR

É difícil (basta um pedido de vista, por exemplo) que o trabalho na CPI da Covid seja concluído em tempo de ser apreciado o relatório de Helen Cabral. Ela deverá ceder o lugar ao titular Valdir Oliveira, cuja volta anuncia-se para dia 1º. Certo é que a oposição tenta finalizar o serviço a jato e já fora do objetivo inicial - lembra? -: investigar ações e omissões da prefeitura na pandemia.

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