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MDB local não descarta aliança com tucanos no RS, diz presidente Magali


Foto: Lucas Amorelli (Arquivo, Diário)

Magali Marques da Rocha, presidente local do MDB, de posse das perguntas da coluna, as discutiu com companheiros de partido. De modo que, segundo ela, as respostas a esta curta entrevista "foram elaboradas com a contribuição" deles. Eis o resultado:

Claudemir Pereira - Como o MDB analisa o quadro estadual, no que toca à disputa ao governo e a relação com a política local? E como o MDB daqui vê as possibilidades de aliança com o PSDB?

Magali Marques da Rocha - Com referência à disputa ao Estado, nosso partido tem nomes de expressão e, com certeza, seremos protagonistas. Hoje, os mais cogitados são o deputado Alceu Moreira para governador e José Ivo Sartori ao Senado. Sobre a aliança com o PSDB, a política é muito dinâmica, e não podemos descartar, pois como é uma eleição estadual não podemos permitir que as divergências aqui possam interferir no processo, que está acima de interesses locais.

CP - Como o MDB avalia o quadro local, no que se refere às candidaturas à Assembleia e à Câmara, lembrando que, em 2018, Francisco Harrisson concorreu a federal e, sem grandes apoios locais, Roberto Fantinel à Assembleia?

Magali - Quanto à eleição para a Assembleia, nosso partido, hoje, conta uma grande liderança, com filiação partidária aqui, o deputado Beto Fantinel, que será o candidato oficial e com o apoio da grande maioria. Quanto à Câmara, o ex-vereador Francisco Harrisson vem se consolidando e seria excelente candidato, assim como dispomos dos vereadores que seriam naturalmente candidatos se assim desejarem. E também não se descarta o apoio de algum que seja da região. Entendemos que a cidade e a região precisam aumentar a representatividade, pois este é, hoje, um dos grandes entraves para o desenvolvimento local e regional.

CP - Tem sido comum, no MDB, um número significativo de forasteiros terem cabos eleitorais aqui, retirando votos que iriam para os locais. Isso se repetirá em 2022?

Magali - Realmente, sofremos esse problema em que valorosos companheiros possuem cabos eleitorais, e isso não ocorre só em nosso partido. Penso que, em praticamente todos, isso aconteça. Nosso projeto é trabalhar para que essa questão seja bem menor, embora saibamos que não podemos "proibir" que venham buscar votos. Mas precisamos fazer campanha forte conscientizando o eleitor que estes candidatos não conseguem firmar compromisso forte com o município, pois precisam valorizar seus principais redutos e, daí, a importância de termos nomes compromissados com Santa Maria e região. De toda forma, somos reconhecidos e gratos às emendas que os atuais deputados federais do partido têm destinado à cidade. Isso nos faz refletir ainda mais sobre a responsabilidade em ter candidaturas próprias.

Presidente será Harrisson. Mas ainda demora bastante

A professora e ex-vereadora Magali Marques da Rocha continuará indefinidamente na presidência da seção local do MDB. Ela própria, ao responder as questões que constam na nota de abertura desta coluna, já informou que esta é uma decisão da Executiva nacional do MDB. Os dirigentes optaram por prorrogar os mandatos (que venceriam em agosto) dos atuais mandatários.

As convenções que renovam executivas e diretórios municipais ficarão para "quando a pandemia estiver estabilizada". Na tradução claudemiriana, isso significa no final deste ano ou apenas em 2023. Afinal, é improvável que disputas locais ocorram em ano eleitoral como o que vem na sequência. Se bem que...

Ah, e com isso também fica adiada a troca, pois a própria Magali adiantou que não será candidata a presidente. A função, ao que tudo indica, está destinada a Francisco Harrisson, ex-vereador e ex-candidato a vice-prefeito e que tem, entre outros apoios, o do deputado estadual Roberto Fantinel.

Em tempo: por mais que a dirigente tenha buscado deixar claro que há a ideia de nomes locais, o fato é que os já deputados federais, nenhum de Santa Maria, estão tomando conta do pedaço, inclusive com equipes completas, de soldados a cabos e oficiais eleitorais, todos já em campanha.

Reuniões somente na base do "come quieto". Exceção é o PSB

Outro dia, o PT santa-mariense realizou virtualmente reunião de diretório e executiva. Encontros aqui, ali e acolá ocorrem nas bandas do PP, MDB e PSDB, entre outras agremiações. Mas tudo na base do "come quieto".

Sabe-se que há articulações sobre a conjuntura (por exemplo, como agir em relação ao ato de protesto marcado para este sábado) e inevitáveis projeções para 2022. Mas tudo sem grandes manifestações públicas, se é que acontecem. Os resultados da discussão (eventualmente forte) ficam apenas "nas internas".

Mas há pelo menos uma exceção, o PSB. O partido liderado aqui por Fabiano Pereira só não fala sobre as posições nacionais e que tendem a ser mantidas no plano estadual, e se movimentam a caminho de uma aliança com Lula e o PT - na Boca do Monte abominada pelas principais lideranças.

No mais, embora certo recato, fica evidente a articulação para 2022 - um dos temas tratados pelos líderes (incluídos os de Itaara) em encontro presencial da última quarta-feira, no Instituto São José. Sim, Fabiano será mais uma vez o candidato de todos à Assembleia Legislativa.

O que não está claro, ainda, mas percebe-se ao menos uma discussão nesse sentido, é se haverá parceria local, mesmo que apenas para lançar nomes novos, para a Câmara dos Deputados.

A tendência, e isso é possível colher na análise das entrelinhas, é que o edil Paulo Ricardo Pedroso pode ser lançado. O resultado? A ver.

LUNETA

UNIÃO?

Aparentemente, não tem chegado à planície supostas articulações que ocorreriam em nível nacional, visando um reposicionamento de partidos políticos ameaçados pela cláusula de barreira, que fica ainda mais pesada na eleição do próximo ano. Exemplo: pelo menos publicamente, a cogitada união das duas siglas num único partido passa longe das discussões do PC do B e do PSB da Boca do Monte.

LUTA POLÍTICA

A CPI da Covid, na Câmara, criada para investigar possíveis ações indevidas e omissões do governo no enfrentamento à pandemia, mudou de rumo. E, agora, tenta investigar a campanha para a prefeitura em 2020 - não obstante a Justiça ter garantido a lisura do que aconteceu, ou não teria confirmado o resultado do pleito. O colegiado se tornou elemento (legítimo, se diga, mas...) da luta política. Já o vírus...

LULA/PIMENTA

Não há certeza ainda se Luiz Inácio Lula da Silva concorrerá ao Palácio do Planalto. Mas, em caso positivo e, sobretudo, se vitorioso, já se sabe que Paulo Pimenta terá papel importante no eventual governo petista. Lula, em vídeo enviado ao parlamentar nesta semana, deixa bastante claro o sentimento agradecido em relação ao santa-mariense. Este, diga-se, nunca deixou o líder nacional na mão.

HEINZE PRÉ

Militância do PP não esconde o entusiasmo com a decisão de antecipar a campanha (modernamente rebatizada para pré-campanha, algo que a lei permite) de Luis Carlos Heinze ao Palácio Piratini. Quem não gostou muito, aparentemente, foi o DEM de Onyx Lorenzoni, ele próprio interessado em concorrer. Mas o lado destro da política gaúcha já se deu conta que não há espaço para mais de um. Então...

PARA FECHAR!

A cada dia que passa, amplia-se a discussão sobre os nomes ilustres que concorrerão aos principais cargos em disputa no pleito de 2022, no Estado. E o Senado continua sendo aquele que tende a ter a disputa mais animada, como você leu aqui semana passada. Agora, surge a informação que petistas graúdos tentam, por ora sem sucesso, convencer Tarso Genro, do PT, a participar da disputa.


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