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As razões de Harrisson para se unir a Cechin

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Arquivo)

Pela segunda eleição consecutiva, o MDB resolve ser uma espécie de, com perdão pela aparente contradição, protagonista-coadjuvante do pleito - após oito anos no poder municipal, com a liderança de Cezar Schirmer, hoje vinculado ao Ministério da Cidadania.

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O surpreendente, no caso, talvez seja o fato de o partido desistir da candidatura própria, lançada com antecedência, na pessoa do vereador de primeiro mandato Francisco Harrisson (foto), e que se imaginava competitiva, para ser vice do pré-candidato do PP, Sérgio Cechin. Os partidos, claro, apostam na imbatibilidade da dobradinha, o que se saberá apenas nas urnas.

Mas, afinal, o que levou o médico que surpreendeu em 2016, ao conquistar mandato de vereador, a assumir a posição de segundo na chapa com o Progressistas? Ele próprio responde, em curta, mas exclusiva, entrevista (via WhatsApp) ao colunista. Confira a seguir, na íntegra:

O temor dos adversários de Pozzobom e o que ele tem para mostrar na campanha

Claudemir Pereira - O que determinou a mudança de posição do MDB, que, em vez da candidatura própria, no caso a sua, decidiu apoiar o PP?

Francisco Harrisson - A proposta do PP, que já foi parceiro do MDB por 8 anos, foi de estabelecer um governo compartilhado com a experiência de 41 anos de serviços prestados à cidade por Sérgio Cechin e as ideias de renovação da política que defendo no MDB. Tivemos nossas ideias acolhidas e, juntos, fortalecemos as chances de vitória no pleito. Nesse momento de crise, a cidade precisa de união, de forças, de ideias e de atitudes. Por isso, temos certeza de que a união do MDB, PP, PL, Podemos e outras siglas só faz bem a Santa Maria.

Claudemir - O senhor é meeeesmo o candidato a vice-prefeito?

Harrisson - Sim, sou pré-candidato a vice-prefeito na chapa com Sérgio Cechin, pré-candidato a prefeito.

Claudemir - O que determinou a desistência de concorrer a prefeito?

Harrisson - Não houve desistência, mas, sim, um fortalecimento do nosso nome na corrida à prefeitura. Juntos, Cechin e Francisco são mais fortes.

Claudemir - A escolha por uma candidatura majoritária, especialmente a vice-prefeito, não é um risco muito grande para quem está apenas no primeiro mandato de vereador?

Harrisson - Acredito que não, pois conseguimos montar uma chapa com dois profissionais qualificados: um político experiente com 41 anos de vida pública ilibada e, outro, um jovem político com muita experiência na área da saúde, com uma vivência de SUS do Rio de Janeiro, São Paulo e Amazonas, essa que é a área mais carente de Santa Maria.

PL chateado e líderes empresariais no PSL

BRABEZA - O presidente do Partido Liberal (PL), Miguel Passini, ficou, lá com as razões dele, justificadamente brabo com este escriba. Tudo por conta de uma afirmação (lateral, mas importante) da semana passada, em que a sigla foi tratada como pequena.

Na verdade, não custa corrigir: os liberais não são tão reduzidos assim. Aliás, com seus 730 filiados na cidade, são maiores, por exemplo, que o Republicanos e o PSD. Estes, porém, têm bancada na Câmara e participarão de chapas majoritárias neste ano.

De todo modo, para pequeno o Partido Liberal não serve, com certeza. Agora, só entre nós, apesar disso, acabará por ser caudatário de agremiação maior que ele (o que não é desdouro) e brigará, mesmo, é por alcançar o quociente eleitoral e eleger vereador(es).

CONQUISTAS - O Partido Social Liberal, ex-sigla de Jair Bolsonaro, definitivamente não participará do pleito majoritário na cidade. Mas o PSL coleciona, de todo modo, grupo interessante de neofiliados, e que poderão levar a agremiação a ser competitiva para o Legislativo.

Dos cerca de 20 nomes que pretende apresentar à Câmara, por exemplo, há dois líderes empresariais afirmados, tanto que presidiram as principais entidades do setor. São os ex-presidentes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Jacques Eskenazi, e da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism), Rodrigo Décimo. Este, inclusive, teve ficha abonada no Diretório Estadual no último dia do prazo legal.

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É iminente a mudança de data do pleito de 2020. Imagina-se que em junho, no máximo, o Congresso Nacional decida, na medida em que apenas mexendo na Constituição é possível modificar o calendário eleitoral.

Há quem imagine, inclusive, que possam acontecer postergações de prazos já dados, como da desincompatibilização. Este escriba não crê, mas não duvida. Trocar datas para diante, como convenções, ok. Mas reabertura de prazos de filiação, por exemplo, é improvável.

De todo modo, uma data futura pode afetar diretamente dois nomes da política local. O provável candidato a prefeito ou a vice, na Frente Trabalhista, Fabiano Pereira (foto à esq.), assumiu, recentemente, cargo na bancada do PSB na Assembleia. E o suplente de vereador, e candidato à Câmara, pelo PSDB, João Kaus (acima, à dir.), virou superintendente na prefeitura. Ambos terão de sair dos cargos, para os quais foram recém-nomeados, até 3 de julho.

No entanto, há quem entenda que haverá mudança nesses prazos, com o que ambos poderiam desfrutar da atual situação por pelo menos mais um mês, talvez dois, dependendo da data definida para o pleito, se em novembro ou dezembro.

Ah, esses são casos mais notórios, mas não os únicos. Sobretudo na prefeitura e vale para quem não é ordenador de despesa. Estes, situações de Ewerton Falk e/ou Gilberto Menna Barreto, ambos do DEM, terão de sair até 4 de junho - inclusive porque pré-candidato (um deles), se for o caso, a vice-prefeito.

LUNETA

DEFINIDOS
Aparentemente, já é possível afirmar, com boa dose de certeza, que três coligações majoritárias estão definidas em Santa Maria. São elas: a) pró-Marcelo Bisogno e Fabiano Pereira (ou vice-versa), com PDT, PSB, PC do B, PTB e Rede; b) a dobradinha Sérgio Cechin e Francisco Harrisson (com PP, MDB, Podemos, PL e Avante); e c) a aliança Luciano Guerra e Marion Mortari (ou Deili Silva), unindo PT e PSD.

INDEFINIDOS
Existe a tentativa de formação de ao menos duas outras alianças à Prefeitura. Uma a que tem a liderança de Jader Maretoli, do Republicanos. Ele quer fugir do epíteto de candidatura "evangélica", e busca além religião outros apoios capazes de tornar competitiva a sua pretensão. A outra tem como protagonista Evandro de Barros Behr, do Cidadania. Cobiçado como vice, a ideia é ser cabeça de chapa e vai atrás de parceria.

AGRURAS
Evandro de Barros Behr enfrenta óbvias dificuldades para bancar a candidatura só com a ideia "da novidade na gestão" - não obstante já ter concorrido a vice-prefeito, duas décadas atrás. Mas não falta conversa. Dias atrás, por exemplo, Behr papeou com líderes do PSL, partido que poderia, afora oferecer o vice, também ajudar a pagar as contas pois, junto com o PT, terá o maior repasse nacional do fundo eleitoral.

MOTIVO REAL
A bronca de grupo pequeno de petistas locais, e que não tem poder para mudar os destinos da aliança com o PSD, não é exatamente com a busca de partido "do Centrão" para o PT se aliar visando a Prefeitura. O problema, meeesmo, é o candidato da própria agremiação, com o qual (embora respeitem) nunca concordaram. O diabo é que, como diria Zagallo, terão de "engolir" Luciano Guerra e por ele fazer campanha. E ponto.

PARA FECHAR!
Ao que tudo indica, e o Senado já decidiu isso, o Congresso Nacional vai, por conta do coronavírus e a necessidade de estar presente, suspender o recesso parlamentar de inverno. A pergunta é: a medida, e se isso não for incomodar muito os nossos edis, será adotada também pela Câmara de Vereadores de Santa Maria?

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