Foto: Divulgação
A renúncia de Beto Fantinel à pré-candidatura a prefeito pelo MDB teve efeitos para bem além do próprio partido. Pode-se dizer que escancarou, inclusive, o que já era mais ou menos perceptível nos bastidores: a busca desesperada, pelos atores principais do processo pré-eleitoral, de parcerias capazes de garantir, no mínimo, um desempenho digno nas urnas de outubro.
No popular: a tentativa de evitar fiasco numérico que torne o futuro político de uns e outros no mínimo temerário.
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Aliás, foi o próprio MDB que tratou com maior agilidade a questão. De pronto, em quarenta e oito horas, indicou Magali Marques da Rocha como a substituta de Fantinel. A ex-candidata a vice-prefeita e ex-vereadora tem história e é facilmente (como foi, aliás) assimilável pela base e por outros líderes partidários.
Mais que isso, para marcar posição, a própria Magali buscou contato, até com líderes de agremiações com as quais seria difícil explicar uma aliança. E teve um encontro importante, que pode dar frutos. Sim, foi ao PDT de Paulo Burmann, como mostra a foto que ilustra esta nota.
O fato é que a consolidação de duas alianças fortes traz nervosismo político a quem a elas não aderir – seja porque não querem, seja porque não serão convidados. Claro que há espaço, por exemplo, e seriam bem-vindos, para o MDB apoiar a já fechada dobradinha Rodrigo Decimo (PSDB) e Lucia Madruga (PP), como também não seria impossível (embora bem menos provável) entrar na eleição como apoiador da chapa Valdeci Oliveira (PT) e José Farret (UB).
Mas, no caso da aliança tucano-pepista, a imposição de um nome para vice chegou atrasada e não será aceita. Como, ao que tudo indica, inexistem acordos capazes de demover o emedebismo de figurar em chapa majoritária, essa ideia não prosperará. Com o que, para manter-se na disputa pelo Executivo, o caminho será outro. Talvez o PDT, ainda que sem o nome principal, que poderá ser mesmo o de Paulo Burmann.
Detalhe: se for esse mesmo o acordo, e é muito cedo para cravar que ele se dará, Magali Marques da Rocha dificilmente será a vice, para não se repetir – ela que já concorreu a esse cargo, em 2016, na aliança com o PSB de Fabiano Pereira. Nessa hipótese, Marta Zanella estaria “fardada” para o posto, ao lado do ex-reitor da UFSM.
Aparentemente, um acordo PDT-MDB, ou vice-versa, mais que hipótese, virou possibilidade real, dado que nenhum deles gostaria de fazer conchavo e aliar-se à direita local. Ainda que tenham conversado com parte dela nos últimos dias.