claudemir pereira

A inglória luta dos candidatos à vereança

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No início da semana, com direito a marcar quase uma centena de amigos na rede social, candidato graúdo (tradução para concorrente com boas chances de eleição) à vereança bolou uma enquete virtual. Os termos são o de menos. O fato é que a iniciativa, aparentemente abortada (ao menos não apareceu mais na timeline do escriba), e certamente por orientação de correligionários e/ou amigos, configurava-se ilegal. Dito de outra forma: crime eleitoral. É provável, no caso, por desconhecimento.

Irregular ou não, porém, o movimento tem o condão de apresentar uma situação absolutamente real do pleito deste ano, para quem pretende uma vaga no parlamento municipal: a extrema dificuldade de fazer as propostas chegarem ao eleitor. Mesmo "impulsionando" publicações no Facebook (para ficar num exemplo), a chance de a mensagem não ir além da própria "bolha" do candidato é grande. O que a torna pouco mais que inócua. Ou, em português claro, há chance grande de jogar dinheiro fora.

O exemplo acima, porém, e que tem outros adeptos pela rede, que parece ser claro caso de inadvertência, permite acrescentar: mais que em nenhuma outra eleição, a dificuldade de fazer campanha atinge a quase totalidade dos pretendentes.

Todos com espaço irrisório no trololó eletrônico, confinados a uma ou outra inserção solitos ou como mero rabicho de uma citação coletiva do partido (não raro chamando mais a atenção para a campanha majoritária) que em nada colaboram para virar conhecidos do eleitor, os candidatos penam.

Na caixa de correspondências do escriba, bem menos que em pleitos anteriores (é a crise, sim), já entrou um punhado significativo de santinhos. Alguns com a clara falta de ajuda profissional (ou não conteriam peroração interminável e que ninguém lê), mas todos imbuídos da melhor das intenções.

Reuniões massivas? Há os que tentam, mas borrados de medo de serem flagrados apoiadores sem máscara e com direito a foto nas redes sociais. Minirreuniões? É o que tem sobrado, e ainda assim dependendo de algo em falta: apoiadores gratuitos. Sim, poucos podem pagar a conta, e as doações escasseiam.

Agora, atenção: essas dificuldades só existem ou são maiores para os novatos. Eventualmente para os experientes sem mandato. Mas, definitivamente, as condições são diversas para quem tinha espaço midiático (o que inclui, além dos mediatas, os ex-vereadores e/ou dirigentes de instituições) e, sobretudo, para quem já é edil. Estes têm toda uma estrutura à disposição. Não garante a vitória, claro que não, porque isso dependerá do desempenho histórico e até da concorrência intrapartidária. Mas que é uma grande vantagem apenas um mentecapto não perceberia.

Como resolver isso, em algum momento no futuro? Só levando a luta para dentro dos partidos e criando o voto em lista. Mas isso já é outra conversa, impensável no momento.

Pega pra capar, troco que se cria e 53 contos

SEM ESCAPAR - A grande sacada da organização do debate do Diário, no dia 12, e aceita pelos seis contendores, são os quatro blocos em que haverá a chance de os candidatos realizarem perguntas entre si. Será a última oportunidade de jogar o jogo sem medo. Além de desamarrar o confronto entre os concorrentes, será possível, enfim, notar as diferenças entre cada um deles. Os que não aproveitarem a chance terão certamente a punição máxima: ficar fora da finalíssima.

HORA DO TROCO - Os candidatos, em maior ou menor intensidade, reclamam bastante do tempo curto, das restrições sanitárias e, sobretudo, da falta de recursos. Mas que ninguém duvide: na última semana, o "fôlego" virá, nem que seja dos cofres partidários. Assim ou do próprio bolso, certamente o troco irá se criar. É isso. Ou a derrota inevitável.

LUZ ALTA. E CARA - Sentença da última terça, 27, da qual cabe recurso, já fez seu estrago e mostra que a Justiça não está para brincadeira. Nem pode, aliás. O fato é que uma candidatura majoritária de Itaara, que postou no Facebook mensagem mencionando a chegada do resultado de pesquisa "com margem de erro zero", e depois, a pretexto de homenagear o aniversário do município, escreveu "obrigado 64,28%", foi condenada à multa de R$ 53 mil (número redondo). Aliás, nenhuma pesquisa foi registrada em Itaara. Foi uma luz alta e tanto. E não só para o alto da serra.

 O confronto pra lá de decisivo 
Será o Diário o promotor daquele que tende a ser o mais decisivo dos encontros pré-eleição. O debate da noite de 12 de novembro adquire características únicas, e será a última chance de os concorrentes, mais que se diferenciarem um dos outros, alçarem-se ao segundo turno, previsto para duas semanas depois.  

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Com transmissão direta da TV Diário e nas redes sociais do jornal, com a estimativa de uma grande audiência, não terão os candidatos a prefeito outro palco tão grandioso para dar o salto final rumo à classificação entre os finalistas do turno inicial do pleito.

Há indícios bastante fortes de que hoje, embora seja possível afirmar que há um deles com algum favoritismo, as duas vagas estão indefinidas na cabeça do eleitor. Admite-se, nos bastidores, que um entre eles tende a se consolidar para ir à rodada final. Mas, na pior das hipóteses (do ponto de vista da disputa), todos os demais (três com mais possibilidades) terão que criar fatos legítimos e penetrar no (e conquistar o) bestunto do eleitor.

É fato que, na ordem alfabética, Evandro de Barros Behr (Cidadania), Jader Maretoli (Republicanos), Jorge Pozzobom (PSDB), Luciano Guerra (PT), Marcelo Bisogno (PDT) e Sergio Cechin (PP) têm, todos, condições técnicas e aritméticas de alcançar o segundo turno. E isso os próprios indícios citados lá em cima apontam como possível.

No entanto, o distanciamento entre o os integrantes do sexteto pode ou não se aprofundar tanto quanto mais perto se chegar do 15 de novembro. É exatamente por isso que, salvo uma catástrofe hoje inimaginável, a três dias do pleito, quando do debate, no mínimo quatro terão de jogar tudo para tentar chegar entre os dois primeiros.

Deu para perceber a importância do encontro promovido pelo Diário? Cá entre nós, nem é preciso desenhar.

LUNETA

SE FOI
Se você for ao centro da cidade neste sábado, mais exatamente no Calçadão Salvador Isaia, há boa chance de constatar o que parecerá óbvio: a pandemia de coronavírus, que chegou em Santa Maria na metade de março, com consequências e quantidade de vítimas de todos conhecida, acabou. Se foi. Muito provavelmente deve estar engordando a segunda onda em terras europeias. Sim, porque aqui "não está". 

TODAVIA...
Na contrapartida da óbvia falta dos devidos cuidados sanitários por parte de candidatos e eleitores, será possível perceber, também, nas ruas centrais, pelo menos um arremedo bastante visível de campanha. Pretendentes ao voto perdendo o "pudor" e mandando ver nos contados diretos com os cidadãos que irão às urnas. Afinal, é o penúltimo final de semana antes da eleição. Se não for agora... 

SURPRESA?
Eleição após eleição, a Câmara sempre apresenta uma surpresa. Entendendo-se como tal aquele candidato vitorioso sobre o qual "ninguém" imaginava existir. Na última, aliás, teriam sido duas, vindas do MDB e do PP. Aí vem o leitor e pergunta: "qual a surpresa de 2020". A resposta do escriba: "ora, não sei. Se soubesse, com certeza surpresa não seria." Aliás, nem palpite vale. 

PRÊMIO
A irmã Lourdes Dill (foto) é uma ilustre figura santa-mariense. Sem ela, há consenso, a economia solidária seria só uma ideia bonita, e não eventos que unem centenas e reúnem milhares. Pois, agora, a coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança recebe mais um reconhecimento. Local? Não, claro que não. Conferido pelo Conselho Federal de Economia, a religiosa receberá o prêmio "Mulher Transformadora 2020". 

PARA FECHAR!
Há esquisitices entre os candidatos ao parlamento municipal. Vão desde os apelidos institucionalizados (que têm importância no grupo ao qual pertence o concorrente, mas não necessariamente sobre o conjunto do eleitorado) até ideias esdrúxulas, sobre as quais melhor não fazer propaganda. Mas o mais grave, aparentemente, é propor o que não é da alçada do edil. Exemplo? Acabar com a Zona Azul. 


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