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Quase 100 mil mortos por Covid-19 no Brasil. Entenda por que o governo Bolsonaro é genocida e a história o condenará

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Começo esse texto sabendo que em um primeiro momento possa gerar algum desconforto diante de extremismos e polaridade no contexto da sociedade brasileira atual, mas com a ciência também de que pessoas quando não radicais (para qualquer lado) e abertas ao processo de reflexão e aprendizagem compreenderão o comportamento irresponsável e criminoso do atual governo federal. Quem realmente me conhece de verdade, sabe que não tenho um alinhamento político-partidário. Não que eu não entenda importante e necessário que se tenha também, ademais um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é o pluralismo político, mas entendo que existem outros atores sociais que bem cumprem esse papel. Me reservo assim, como pesquisador que sou, em me ater aos fundamentos científicos da minha análise, visto que como especialista e mestre em Direito Constitucional, o meu compromisso é com a interpretação da Carta Magna e a garantia de proteção, bem como de concretização dos Direitos Humanos Fundamentais.

Pertinente a essa reflexão é apropriado que compreendamos qual é o conceito de genocídio, sendo este entendido como o extermínio deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e, por vezes, sociopolíticas (engenharia social). Esse último conceito muito nos interessa para a compreensão do que se busca contextualizar ao se afirmar a prática genocida do atual governo federal, pois a engenharia social é um conceito de ciência política que se refere a iniciativas que visam a influenciar atitudes e comportamento social em larga escala, tanto por governos quanto por grupos privados.

Na área política, o equivalente da engenharia social é a engenharia política. Todas as governanças e todas as leis têm efeito modificador no comportamento humano e, portanto, podem ser consideradas como formas de engenharia social.

Dessa forma, com fundamento científico e não com achismos ou ideologia partidária, está mais que claro, evidente e internacionalmente reconhecida a política higienista do governo Bolsonaro. Muitas são as situações em que isso ocorre, como por exemplo, "tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus". Comparou a contaminação por coronavírus a uma "gripezinha" ou "resfriadinho". "Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Todos nós iremos morrer um dia". "E daí? Lamento. "Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse, em referência ao seu nome, Jair Messias Bolsonaro. Mandou uma mulher que o questionava sobre o número de brasileiros mortos pela pandemia de Covid-19 "cobrar do seu governador". "Eu não sou coveiro, tá?", em frente ao Palácio do Planalto.

Enfim, sem contar as inúmeras situações que incitava às aglomerações, tratando com ideologia política uma questão que é de saúde pública. Uma análise em estudo recente demonstra por exemplo, que se tivéssemos uma política de saúde em proteção às vidas dos brasileiros como a Argentina fez com seu povo, teríamos vivos ainda mais de 77 mil brasileiros que morreram pelo descaso do poder público federal.

Atualmente, o Tribunal Penal Internacional (Tribunal de Haia/Holanda) já recebeu a quarta comunicação apresentada contra Bolsonaro no tribunal, dessa vez assinada por uma coalizão que representa mais de 1 milhão de profissionais da saúde, a petição defende que o presidente brasileiro é responsável por crimes contra a humanidade e genocídio, por ações e omissões durante a pandemia do novo coronavírus. Como a celebre frase veiculada no filme O Gladiador "... o que fazemos na vida, ecoa na eternidade", certamente a história será implacável ao condenar o atual presidente da República por seus crimes contra a humanidade.

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