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Quando um 'ministro do Meio Ambiente' é contra o meio ambiente

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Que é público e notório para a comunidade nacional e internacional o projeto de poder que se instalou no Brasil nos últimos quatro anos, isso não é segredo para ninguém. Aliás, é um plano muito bem arquitetado de desmonte da estrutura pública para a expansão do privado da forma mais irresponsável e visceral que o país tenha visto em tão curto espaço de tempo. Não existe requinte, diplomacia ou urbanidade, os ataques são de todas as formas no intuito de redução da ideia de Estado o que na prática significa o de sempre... massacre do povo e dominação por uma elite econômica, nada diferente do que a história já nos mostrou. O desolador é que estamos em 2020, era para ser futurista, mas estamos em um período obscuro e quase sem perspectiva de iluminação.

Mas a denúncia aqui proferida está na inegável incompetência, despreparo e crueldade do então ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles para comandar o que era para ser a defesa e não o ataque à pasta que deveria proteger. Importante salientar que o atual presidente da república também se elegeu com a promessa de colocar ministros técnicos e comprometidos com as áreas de atuação, mas fez exatamente o contrário. Militarizou os ministérios e os poucos civis são absurdamente incompetentes para as funções que exercem, ou melhor, talvez sejam competentes aos olhos de uma sociedade alienada que vê no projeto de destruição da estrutura pública o caminho a ser seguido, sem a mínima responsabilidade com as gerações futuras como o referido ministro do Meio Ambiente.

A última das suas atrocidades cometidas frente à pasta, das inúmeras que se tem relato, está no fato do governo revogar nesta segunda-feira resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que garantiam preservação de áreas de restinga e manguezais, de entornos de reservatórios d'água e que disciplinavam licenciamento para projetos de irrigação. Conama é o principal órgão consultivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os danos que essas revogações podem causar são inúmeros. No ano passado, o governo reduziu e alterou a composição do Conama. O colegiado, que contava com 96 conselheiros, entre membros de entidades públicas e de ONGs, passou a ter 23 membros titulares, incluindo seu presidente, o ministro Ricardo Salles.

Sem contar o descaso com o povo nordestino quando do derramamento de óleo no seu litoral, as queimadas criminosas constantes na Amazônia e no Pantanal provocadas por latifundiários que buscam a "grilagem" dessas terras; as denúncias e ações judiciais devido ao seu discurso na reunião de ministros quando deixa claro o seu projeto de destruição do meio ambiente sugerindo que deveriam aproveitar o foco na pandemia para "deixar a boiada passar e mudar as regras ambientais" (para pior no caso). Entende-se por grilagem de terras como a falsificação de documentos para, ilegalmente, tomar posse de terras devolutas ou de terceiros, bem como de prédios ou prédios indivisos. O termo também designa a venda de terras pertencentes ao poder público ou de propriedade particular mediante falsificação de documentos de propriedade da área. O agente de tal atividade é chamado grileiro.

Enfim, cenário desolador como a paisagem assolada da natureza brasileira sendo destruída nesses últimos tempos e a espantosa inércia da maior parte da sociedade civil. O cheiro de morte da nossa fauna e flora, o sentimento de luto por algo que jamais vamos conseguir recuperar e o clima mórbido que paira sobre a nação brasileira tem um responsável... você que vota mal.

Pense nisso nessas eleições. Como diz a celebre frase que transita nas redes sociais: "Você é resultado de 3,8 bilhões de anos de evolução. Aja de acordo"

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