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Paris, como sempre!

Amanhã retornaremos à nossa terra de amores, le Brésil. Lá onde um dia - como diz a canção do Carlos Lyra - um gigante despertou e dele um anão se levantou!

Escrevo em um sábado - 15 de junho, em Paris - este artiguinho que será publicado (assim espero!) daqui a 15 dias. Cá estamos desde o final de abril, com escapadas a Nice e a Viena. Rememoro momentos inesquecíveis de que desfrutamos há alguns dias, aqui. Além de tudo surpreendentes.

No  Museu  Dorsay,  uma exposição maravilhosa, Le modèle noir de Géricault à Matisse. A Olympia de Manet sorrindo para nós, como a dizer que não a encontramos no lugar de sempre porque ali estava! De repente, no entanto, na sala ao lado, ela aparece novamente, agora em uma tela de Paul Gauguin! Uma loucura a multiplicidade da Olympia! Um encanto!

Eu sabia que o Gauguin corretor da bolsa, homem rico, possuía em sua casa inúmeros quadros, entre os quais - pasmem! há quem diga isso! - nada mais, nada menos do que a Olympia!

Danei-me a pesquisar aqui e ali e descobri que, logo após a sua chegada ao Tahiti, em 1891, veio a sua cabana uma moça que ele desejava pintar. Ele mesmo descreve essa cena, como relatado em mais de uma de suas biografias.

Desejava reproduzir em mais de uma tela rostos de tahitianas. Posando em sua cabana, essa jovem sua vizinha olhava para algumas fotografias de pinturas, uma delas da Olympia, que ele pusera na parede.

A moça estava realmente encantada. Perguntou-lhe então o que ela achava do quadro e ouviu a primeira frase: ela é muito linda! Em seguida, uma pergunta: é a sua esposa?

Gauguin respondeu que sim! E prosseguiu: sou o seu tané, vocábulo que na língua tahitiana significa o macho, o amante de uma mulher!

Paris enseja muitas estórias, além de histórias, a realidade e a literatura sobrepondo-se a si mesmas. O relato do quadro na casa do corretor da bolsa - desconfio disso - há de ser pura ficção, mas o episódio tahitiano não!

Escrevo agora ao chegar do Armani, onde almoçamos. No lado de lá do bulevar Saint-Germain, bem à nossa frente, passavam amigos que voltarei a encontrar - assim seja - em setembro.

Ali Akbar, a respeito de quem escrevi no meu Paris, quartier Saint-Germain-des-Près e estivera em nossa mesa vendendo jornais. Eros est lá, mais va partir au Brésil demain, gritava ele ao nos deixar. Thibaut na porta da L'Ecume des Pages e Tetsuya Yamashita, garçom do Café de Flore, nosso amigo de verdade.

Belas histórias e estórias tenho ainda a contar. Entre elas a da visita, no Grand Palais, uns dias antes, à exposição Rouge. Contarei um dia destes, prometo.

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