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Olhares

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Este que me vizinha na página, meu pessoal e dileto amigo Evandro, cuja sensibilidade peculiar à alma artística que também traz consigo para além dos olhos atentos a tudo o que refere ao povo e à cidade de Santa Maria, fez emergir saudosas reminiscências, ternas lembranças, caros sentimentos e afetivos pensamentos em nós daqui do torrão da Boca do Monte, ao escrever com invulgar maestria e conhecimento a respeito de personagens com quem topamos ou topávamos diuturnamente e que, por suas peculiaridades, habitam o setor das nossas melhores memórias.

Aqueles descritos e homenageados são, sem dúvida, parte indissociável da construção do perfil do santa-mariense nato ou adotado e seus modo e estilo de vida, tendo, quando não protagonizado, ao menos testemunhado e contribuído para o forjo da nossa história, mítica com suas licenças poéticas, e real.

Gracias, Evandro! Pelos teus dizeres veio o ressaborear de episódios e convivências dignas de emoção daquelas melhores das humanas. Trouxe, também, o refletir a propósito de quão bom eram os tempos em que as cidades, das maiores às menores, mas cada qual com as suas, tinham figuras públicas e notórias queridas por seus conterrâneos em grau de praticamente lendas vivas.

Eram homens e mulheres, daqui e dali, que de tão conhecidos e bem quistos, mesmo sem saberem, portavam uma tez, um status, um quê de celebridades, sem que isso lhes tirasse a simplicidade de quem vive o cotidiano comum, ou a humildade da existência ordinária e idêntica a todos, em qualquer aspecto. Eles e elas, podiam até não conhecer a todo mundo na cidade, mas certamente, todo o mundo local os conhecia...

Passaram, passam e passarão, assim como nós todos que os admiramos de mais perto ou mais distante um pouquinho. Me veio, no entanto, logo após, não diria preocupação ou questionamento, mas mero refletir sobre quem virá depois a desempenhar estes papéis de figuras gratas nossas e a nós, em um futuro remoto ou longínquo, a semear e deixar frutificados tamanhos bem-quereres, tão profundas marcas e registros dos tempos que agora compartilhamos.

Então, sim, temi pelo que percebo e rogo, com sinceridade, ser equivocada, ou exagerada, minha detecção e assim despropositado o indigitado temor. Me pareceu que essas legendas foram notadas em razão de épocas de atenções à realidade das vivências locais, o que hoje não se vê mais, ou não tanto como outrora.

Olha-se para o longe, o acima, a grama nem mais do vizinho, mas do distante, como se só lá corresse a vida relevante e aqui, na cidade, nas coisas rueiras e terrenas, somente se deflagrem gentes e fatos coadjuvantes ao que realmente pareça interessar: o televisionado, radiofonado, escrito, ou mesmo "internetado". E não só isso, pois tem de ser o de acolá, dos notórios, afamados mundial ou nacionalmente.

Sabe-se, pois da gravidez das estrelas, dos atos dos distantes políticos mandatários, das conquistas dos atletas planetários, das semi-intimidades das celebridades do momento sempre ditado por alienígenas ao nosso meio fático e palpável materializado aqui. Não me parece que percebamos o nosso entorno a fazer ver, então, afinal, quem são os protagonistas dos nossos dias e suas peculiaridades a serem os nossos homenageados e descritos nos textos do amanhã.

Até um empresário, para ser reconhecido em seus talentos, intentos, resultados e contribuições, como já se viu, tem de vir de fora para obter mínimo reconhecimento dos daqui. O que se dizer, então, dos nossos populares que, por suas condutas e convivências próximas e, assim, efetivamente sabidas e conhecidas, haveriam, ou haverão, de habitar o campo de nossos conviventes ternos, fraternos e, um dia, saudosos nesta notoriedade de que gozam aqueles a quem o Evandro até agora arrolou?

Olhos aqui. Também.



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