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O mercado, a plutocracia e a ilusão democrática

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Plutocracia é o sistema político em que o poder é exercido pelo grupo mais rico, que concentra o poder em suas mãos e é caracterizado pela profunda desigualdade de renda e baixo grau de mobilidade social.

O jurista e historiador Raimundo Faoro em sua clássica obra Os Donos do Poder, mostrou o modos operandi da casta econômica do Brasil (que remonta desde os tempos coloniais). Faoro, sem meias palavras, diz que vivemos sob uma ditadura do interesse econômico na qual a classe política é apenas uma simples representante desses verdadeiros donos do poder.

Atualmente, somam-se aos velhos capitalistas (ainda voltados para a produção de bens) os novos capitalistas (voltados para a farra da especulação sem produção). A lógica é a mesma, alugam (corrompem) agentes políticos e os colocam como serviçais de seus interesses particulares.

No documentário Requiem for the American Dream, Noam Chomsky afirma: "O Estado ajuda os ricos, o governo é o problema e não a solução para os pobres, isso é essencialmente o neoliberalismo". A plutocracia comanda e dita as regras de comportamento da classe política.

Este não é um fenômeno exclusivo do Brasil, mas aqui ele se mostra fria e cruamente. O melhor para um plutocrata é um povo acrítico, passivo e despolitizado. Jornais, rádio e televisão funcionam como  correia de transmissão dos interesses do poder econômico e têm papel fundamental em "fazer a cabeça" do povo, ditando suas preferências, desejos e sentimentos.

Pautam os assuntos a que devemos acreditar e, inclusive, sobre o que devemos nos indignar, oferecendo heróis e vilões conforme seus interesses.

Muitos agentes políticos não passam de gerentes públicos dos interesses privados. A política está mais sensível ao que pensa o "mercado" do que o que o povo pensa e quer.

A plutocracia, entretanto, para não deixar muito evidente seus objetivos, precisa de um adorno para tirar o máximo da terra com o menor custo e pagando o mínimo de impostos. Este adorno é a fachada democrática.

Dizendo-se democrática, a plutocracia domina os meios de produção e comunicação e controla a população implantando nos eleitores ideias que não são deles (eleitores), mas que a mídia de forma sistemática lhes faz acreditar que estão pensando por si mesmos.

Neste contexto, se explica a onda, que parecia improvável, do retorno de ideias estapafúrdias e anticientíficas, como terraplanismo e a volta de certo fundamentalismo religioso, pois isto é bom para quem domina. O escravo não deve pensar, mas apenas acreditar.

O escravo de hoje não são todos que trabalham para viver, ganhando mais ou menos, mas ganhando com seu trabalho. São escravos modernos o trabalhador braçal, o profissional liberal, agricultores pequenos e médios, comerciantes e até mesmo industriais que lutam para manter seus negócios. Todos são peças da engrenagem, que podem ser substituídos por obsoletas ou por outra mais barata.

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