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O mar, esse (des)conhecido

Janeiro 2022 - Cá estou, nesta manhã de sol, vivendo o privilégio de ver e ouvir o mar à minha frente, no vaivém das suas ondas, beijando a areia da praia. Dou-me conta de que a nossa relação é antiga, às vezes, mais intensa, sempre multifacetada e prazerosa. Tenho no mar um velho e querido amigo, uma amizade alimentada pela frequência e parceria que experimento ao ser acolhido por seu abraço. No verão, somos mais próximos, pois a relação é mais duradoura. É a estação de maior convivência em que estar no mar é experimentar ora a carícia, ora a cobrança da força das suas águas.

Aparentemente é simples e fácil definir o mar, mas quando buscamos identificar, com os olhos, os seus limites, então percebemos o quanto é desafiador e difícil. Ele nos dá a sensação de impotência quando sonhamos conquistá-lo, adentrando os seus limites.

Agora, do alto do edifício onde estou frente ao mar, envolto em linda noite, o mar não me parece tão estranho, mas, sim, ainda mais misterioso ao me deixar sem resposta diante de algumas perguntas. O mar nasce dos rios, assim me ensinaram em criança. Anos depois me fiz perguntas que não prosperaram na busca de respostas. O mar é imenso para caber em pequenas interrogações.

Ao caminhar, piso a areia da praia, olho de perto o vaivém das suas águas. Percebo, então, que o mar acolhe meus pés com muito carinho, sensação que recebo carregada de bons sentimentos, colhida ao andar descalço com o olhar ensopado de horizonte. Sou tomado por uma sensação especial! Se você, meu caro leitor, minha atenta leitora, ainda não teve a oportunidade de andar com os pés pisando a areia, não deixe de colher essa vivência.

O mar, sem dúvida, é desconhecido quando sonhamos conhecê-lo em profundidade. Importa, por isso, ter um GPS capaz de desvendar o seu interior, vencendo as aparências.

O mar seduz milhões de frequentadores em suas lindas praias, em todo o mundo. Cativa a todos que se deixam bronzear os corpos e espairecer a alma.

Pergunto: se o mundo está tão carregado de perguntas, é válido dar atenção ao mar à sua frente, ao horizonte a perder de vista, e não às respostas que as perguntas exigem?

Texto: Máximo Trevisan
Advogado e escritor

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