jaqueline silveira

O mal-estar gerado entre a vereadora Marina e o PT

Vereadora estreante no Legislativo de Santa Maria, a petista Marina Callegaro não compareceu à sessão de escolha da Mesa Diretora, na última terça-feira. Grávida, ela apresentou um atestado médico. Só que o partido, apesar do atestado, não digeriu bem a ausência da parlamentar, causando um mal-estar. Havia uma resolução do PT para que a bancada votasse em peso em Valdir Oliveira (PT), que acabou eleito presidente.

Vereador Valdir Oliveira é eleito presidente da Câmara de Santa Maria

  Ao Diário, Marina alegou que, na manhã de terça-feira, participou de uma reunião com sua bancada, no caso com o próprio Valdir e Ricardo Blattes, sobre a gestão da Mesa, já que entendia que "não houve uma construção aprofundada" sobre os espaços dentro da direção - leia-se divisão de cargos -, além de não concordar com a composição da chapa com partidos do governo Jorge Pozzobom (PSDB).

Foto: Mateus Azevedo (Câmara de Vereadores)

Vereadora Marina Callegaro discordou dos colegas sobre a formação da chapa e também sobre divisão de cargos

"Foi uma reunião extremamente conturbada, eu me senti desrespeitada, eu fiquei muito nervosa. Tive uma pressão muito forte dos outros vereadores em cima das pautas que levantei", afirmou Marina. Como consequência, relatou a petista, procurou sua médica e foi recomendada a não comparecer à sessão, ocorrida no mesmo dia à tarde.
O mal-estar só aumentou no dia seguinte, quarta-feira, já que Marina esteve na Câmara e cumpriu agenda na periferia da cidade, participando da solenidade de posse da direção da Escola Marista Santa Marta, Bairro Nova Santa Marta.

Nova direção da Câmara define primeiros nomes dos cargos

Na última quinta-feira, Marina divulgou nota reafirmando que foi pressionada pelos colegas, especialmente por Ricardo Blattes. Procurado, ele preferiu não se manifestar devido "à condição clínica" da vereadora e disse que tratará do assunto em momento oportuno dentro do partido. Mas nos bastidores, a versão dos fatos do ponto de vista dos outros petistas é outra sobre a reunião.

Já o presidente do PT, Sidinei Cardoso, limitou-se, em sua manifestação, a dizer que a vitória de Valdir é resultado de "esforço e união", e que o novo presidente da Câmara representa "nosso partido e nossa bancada." Evitou entrar no episódio envolvendo a ausência da vereadora na sessão.

Nem tudo é festa no PT

A discordância de Marina Callegaro teria ocorrido acerca dos cargos mais importantes da Mesa, como secretário-geral, procurador jurídico e chefia de Gabinete da Presidência. A petista teria defendido que o PT deveria ficar com uma fatia maior e, como consequência, ela seria beneficiada.

A chefia de Gabinete é uma escolha pessoal do presidente e, portanto, ficou com os petistas. Os outros dois postos foram indicados pelos partidos da base do governo Jorge Pozzobom (PSDB), que contribuiu com seis votos para eleger Valdir Oliveira. Na nota divulgada na quinta, Marina afirmou que não terá cargos e nem participará da administração da Casa.

Os vereadores Luci Duartes (PDT), Tia da Moto, e Adelar Vargas (MDB), Bolinha, que eram até, então, do grupo da direção da Casa, garantiram os votos necessários para a vitória do petista. Mas se um deles não confirmasse o voto, poderia complicar a eleição de Valdir. Bastava o grupo adversário colocar um candidato mais velho que, em caso de empate, seria escolhido o presidente.

O petista venceu por 11 votos, e Paulo Ricardo Pedroso (PSB) obteve nove votos. Depois desse episódio, a relação entre Marina Callegaro e o PT azedou. E, claro, ficou estremecida com seus colegas de bancada.


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