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Deus tem uma borracha

Ir a uma universidade para compor uma Banca presencial é um resgate fantástico nestes tempos de pandemia, porque além da apropriação do saber acadêmico, tem a possibilidade de reler histórias de vida, reencontrar pessoas queridas, e visitar outras paragens. Um dia destes integrei uma Banca em Pelotas, e constatei isto ao me refugiar numa propriedade rural num município chamado Cerrito.

 Naqueles dias revi amigos, colegas de pesquisa, ex-alunos da UFSM e da saudosa FACEN. O interessante é que todos tinham nomes bíblicos: Paulo, Maria, Pedrinho, Ana, Luca, André, Esther, Lia entre outros que chegavam à terra da professora que me hospedava e festejava o aniversário do vizinho que fazia 70 anos em dezembro.

Enquanto esperávamos os convidados, chega a neta da anfitriã. Uma menina linda, extrovertida, simpática, inteligente que encheu o lugar com sua presença, charme e longo cabelo embalado num farto laço de fita.

A menina entrou logo se dirigiu à avó lhe pedindo para desenhar uma criança com um cachorro. Embora sendo uma pintora de mão cheia, uma artista, minha amiga disse-lhe que erraria porque nunca desenhara uma criança, muito menos com um cão. Sua neta replicou: Vó! Tudo que precisas é de uma folha de caderno, um lápis e uma borracha, porque no colégio quando a gente erra, usa a borracha, e começa de novo.

Ouvindo aquilo, passei a observar atentamente aquela criança, o quanto era perfeccionista, como filosofava e explicava a pandemia, o Pai do Céu, o Anjo da Guarda, a existência da Escola, do Natal, da família, entre outros temas como os erros e os acertos da vida.

Naquele papo pensei no destino, no Criador, imaginei, e estou certa, que Deus tem uma borracha. Ao errarmos Ele apaga, e continuamente fazemos algo errado, Deus apaga porque nos conhece, sabe do nosso pensamento, lutas, sentimento e hesitação em fazer o bem. É! Somos inteligentes, todavia imperfeitos, temos vontade, livre-arbítrio, mas por vezes relutamos em viver do modo indicado por Deus.

Penso que, quando erramos, Deus nos salva com uma borracha pronta e mostra-nos o caminho certo. Muitas vezes sinto bem o Seu poder na minha vida.

Naquele dia, ouvindo minha amiga falar com a neta, me lembrei da Bíblia e de Jonas pedindo socorro, clamando por uma segunda chance de fazer o que deveria ter feito no início, o certo, como Deus lhe indicou.

Conosco também acontece assim, se erramos o caminho, podemos pedir uma segunda oportunidade, como fez Jonas, e Deus sempre nos dá, mas nos cabe decidir em pedir ou não.

E nós? Temos dado uma segunda chance a quem erra conosco? Que tal aproveitar o novo ano para rever nossas relações interpessoais, nosso dar e receber?

Caro leitor: sabias que Deus apaga nossos erros porque na borracha que carrega tem gravado o nosso nome? O que nos cabe fazer?  

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