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O Brasil não está quebrado... só está sem presidente!

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style="width: 100%;" data-filename="retriever">Inúmeras são as atrocidades cometidas por Jair Bolsonaro ao longo dos seus 30 anos de ineficiência na vida política desse país. Nada mais surpreende a sociedade brasileira e mundial. Os crimes de responsabilidade no exercício (ou falta dele) na função de Presidente da República são os mais diversos, mas a inércia da Câmara dos Deputados em abrir um processo de impeachment denuncia o provável comprometimento que muitos parlamentares devem ter para que não sejam expostos os motivos reais de não defenderem o povo. Lembrando que deputados federais deveriam representar o povo. Ironia.

Com quase 200 mil mortos por Covid-19 no Brasil justamente pela falta de gestão do Governo federal especialmente, a última vergonha internacional que Bolsonaro nos fez passar foi dizer que: "Brasil está quebrado. Eu não consigo fazer nada". Muitos economistas rechaçaram a fala irresponsável do atual Presidente da República. Que Bolsonaro não entende de economia ele mesmo sempre deixou isso muito claro, não uma, mas infinitas vezes, ao remeter os temas da área a seu "Posto Ipiranga", o ministro da Economia, Paulo Guedes. Que inclusive está de férias.  

Para muitos economistas o país não está "quebrado" - países, nem que estejam em pior situação fiscal do que a do Brasil atualmente, não quebram. A fala do presidente Jair Bolsonaro, aos apoiadores reunidos no cercadinho do Palácio do Alvorada mostra duas coisas: querer tirar o corpo fora dos problemas que cabem a um presidente enfrentar e que Bolsonaro não entende nada de economia. Uma pessoa ou uma empresa fica quebrada quando suas dívidas superam em muito a capacidade de obter dinheiro para pagá-las. Países não quebram, mesmo com dívidas públicas elevadas e/ou déficits públicos altos, como é o caso brasileiro, porque podem emitir dinheiro - nem tanto imprimindo cédulas, mas, principalmente, fazendo mais dívidas. Além disso, podem ampliar a arrecadação cobrando tributos de quem sonega e de quem paga menos do que pode contribuir.  

O Brasil não está quebrado porque estes limites de endividamento ainda não foram alcançados. Antes disso, e mais importante, o Brasil não tem, como nos anos 80 e 90 do século passado, dívida relevante em moeda estrangeira. As reservas internacionais brasileiras cobrem as dívidas externas. Quando os problemas dependem apenas de soluções em moeda local, como é caso brasileiro, é ainda mais impróprio falar em país quebrado conforme elucida José Paulo Kupfer. O Imposto de Renda, mencionado por Bolsonaro, é cheio de distorções. A taxação é mais pesada no meio da pirâmide de renda, pegando mais a classe média com emprego formal, e deixando escapar os mais ricos. Lucros recebidos por acionistas de empresas, por exemplo, não são tributados. No mundo todo, só no Brasil e na Estônia é assim.  

Enfim, o mais triste de tudo isso é que Jair Bolsonaro foi eleito com toda a sociedade brasileira sabendo que ele era publicamente machista, sexista, misógino, lgbtfóbico, racista, xenófobo e muito mais, mas com o argumento de que a economia iria melhorar em sua gestão. Como se todos os adjetivos e discursos de ódio mencionados fossem irrelevantes para se assumir o cargo de Presidente da República. Hoje, a sociedade brasileira, prova do gosto amargo e indizível de ter escolhido dentre inúmeras opções de candidatos humanizados e competentes para o exercício da função um despreparado. As consequências de um voto mal dado são irreparáveis. O Brasil hoje não está quebrado... o país hoje está de luto pelos seus mortos e à deriva sem um líder.  

 

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