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Não estamos longe uns dos outros. O caminho é o mesmo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Podemos até estar fisicamente longe das pessoas, mas não estamos distante fraternalmente, muito menos no que se refere ao espírito de solidariedade. Por que não? Porque não mudamos o caminho, a direção, nem a nossa identidade e essência social e fraterna. Creio que essa situação de pandemia que estamos vivendo, convida-nos a reforçar a nossa consciência de fraternidade e de comunhão solidária, pois somos desafiados a procurar meios e instrumentos que alimentem o sentimento de família e comunidade. Não escolhemos a solidão, nem o isolamento afetivo, pois ela nos desequilibra e nos empobrece.

Não permitamos que nenhum tipo de isoladamento social distancie-nos dos amigos, da família, nossos preciosos tesouros, da presença das pessoas que aprendemos amar e admirar. Para isso, necessitamos alimentar nossos sentimentos de carinho, pois tudo o que não é alimentado, morre. Tomemos consciência de que a distância que não for preenchida com o amor acaba por nos tirar o que temos de mais precioso em nossa vida.

Religiosamente estamos vivendo a Quaresma, um tempo rico de apelos à comunhão, ao encontro e, se não for possível ser presencial, que seja pelo caminho do amor, que é capaz de superar as distâncias e os obstáculos. Esse tempo, desafia-nos a superar todo tipo de comodismo e inércia, intensificando nossa criatividade através dos meios modernos que a tecnologia nos oferece para nos sentir membros da comunidade. Nela podemos nos ajudar e sermos por ela ajudados, se aceitarmos, é claro. Podemos viver na comunhão com os sofredores, com os tristes, com os desempregados, juntando-nos aos corajosos e heroicos profissionais da saúde e servidores que estão na linha de frente, dioturnamente, curando, aliviando e confortando. Especialmente nesse período de Quaresma somos convidados a rever nossas atitudes, nossas relações, mágoas e ressentimentos e colocá-los no coração de Deus. Depois de tudo o que experimentamos a partir dessa pandemia, não se compreende mais que guardemos em nosso interior rancores e desafetos.

Atrevo-me a fazer um desafio: se alguém ainda possui resíduos de ressentimentos, independentemente, dos motivos e razões, revista-se do espírito de Cristo, buque removê-los e, então, experimentará algo que jamais sentiu. Aliás, a Quaresma nos pede essa atitude, pois Jesus fez exatamente isso, despiu- -se de todo e qualquer ressentimento e perdoou, mesmo que não merecêssemos. Só quem faz essa experiência, sabe quanto modifica a sua vida interior e até sua saúde física.

Enfim, o caminho é o mesmo, mas não nos deixemos cair na solidão, convivamos mesmo a distância, na mesma direção da vida plena, da verdade, do diálogo, da amizade, da paz, do perdão e da solidariedade, certamente, esta é a saída. Mais do que nunca, precisamos uns dos outros.

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