opinião

Fake News: a era da pós-verdade



Fake News, expressão que significa notícias falsas. Esse é um problema da era digital, quando se divulga uma notícia que não é verdadeira com algum interesse (político, econômico, etc). Muitas pessoas, na pressa, não somente comentam como compartilham essas mentiras nas redes sociais; não chegam a verificar se condizem ou não com a verdade. Aí, temos dois problemas: primeiro, a repercussão da falsa notícia é tão rápida que a verdade, mesmo que apareça, não vai ter muitas vezes a mesma credibilidade da fake news; segundo, a divulgação dessa notícia pode configurar crime.

A afobação digital e a ânsia de manifestar o pensamento, mesmo que de forma irrefletida, podem levar a erros. Antes de compartilhar, propalar ou comentar uma notícia, verifique se a notícia é realmente verdadeira, se o autor ou o site são confiáveis. Uma das maneiras de verificar é colocar a chamada da notícia na barra de ferramentas do Google, que poderá falar sobre a notícia, confirmando ou não.

Há fake news famosas como: o filho do Lula é dono do Friboi, Dilma tentou suicídio, a CIA matou Eduardo Campos para beneficiar Marina Silva etc. Nesse sentido, um estudo da USP listou os 10 sites mais famosos no derrame de mentiras: Ceticismo Político, Correio do Poder, Crítica Política, Diário do Brasil, Folha do Povo, Folha Política, Gazeta Social, Implicante, Jornal Livre, Pensa Brasil.

Na era da pós-verdade, ou seja, a verdade vem depois, a preocupação é mundial. Na União Europeia, a grande maioria dos países não possui legislação específica a respeito do tema. No ano passado, a Alemanha aprovou uma lei chamada NetzDG, a qual tem por objetivo punir os discursos de ódio, conteúdos ofensivos e ilegais nas redes sociais. Com certeza outros países da UE e do mundo irão na esteira da lei alemã. O problema é tão grave que as autoridades brasileiras também estão preocupadas com as notícias falsas, principalmente em ano eleitoral, não bastassem as tragédias políticas verdadeiras, ainda há as falsas.

O Brasil também não tem legislação específica. O Tribunal Superior Eleitoral formou um conselho consultivo com o objetivo de sugerir a criação de uma legislação. Além disso, há uma inquietação com a censura, a qual pode ter um limite tênue entre o que é falso é a liberdade de expressão, principalmente no que tange à honra das pessoas atingidas.

Certo é que mesmo não havendo legislação especial, toda divulgação ofensiva à honra de alguém cabe ação criminal contra o autor. Fica o alerta para que não se propalem notícias sem a certeza da sua veracidade. Tem uma frase interessantíssima de Friedrich Nietzsche que diz: "Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te." Essa é a grande questão, depois de uma mentira, fica difícil acreditar na verdade.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Por que as empresas quebram? Anterior

Por que as empresas quebram?

Senti o cheiro da morte depois do café da manhã Próximo

Senti o cheiro da morte depois do café da manhã

Colunistas do Impresso