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Future-se: quem de fato está olhando para o futuro da educação?


A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está comemorando o fato de estar na 'elite' das universidades mundiais. Ela está entre as 5% melhores. Isso, no entanto, não é tão incrível quanto parece - há mais de 900 universidades melhores do que ela.

A UFSM, que tanto admira Harvard (a melhor do mundo), a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Universidade Federal de Minas Gerais, não estão de acordo com o projeto que irá revolucionar a educação brasileira em relação às políticas de financiamento através: o Future-se. Explico a seguir.

As universidades acima citadas, que são admiradas, têm algo em comum: possuem centros de inovação que recebem recursos privados para seu desenvolvimento. Notem: são boas porque possuem boa gestão e grande volume de recursos financeiros. Pensemos de forma simples: com um salário de R$1000,00, consumimos X coisas. Mas, tendo a opção de ganhar mais, ainda que não da mesma pessoa, você poderá consumir mais do que X - e, consequentemente, viverá melhor. Por óbvio, deverá fazer um bom trabalho.

É por isso que as universidades anteriormente citadas possuem melhores resultados - elas não recebem dinheiro exclusivamente do Estado e, portanto, precisam demostrar para a comunidade como estão trabalhando. Infelizmente, é contra isso que a UFSM está lutando. A questão é que toda a cidade sai perdendo. E, mais do que isso, nossos estudantes também perdem - não deveríamos gostar da ideia de comemorarmos eternamente a 'quase' melhor universidade.


O projeto Future-se foi lançado ainda no mês de julho pelo MEC (Ministério da Educação). Até o dia 15 de agosto a população pode opinar acerca dele através de uma consulta pública que está sendo realizada. Em sequência, ele irá para o Congresso Nacional - onde poderá tornar-se um Projeto de Lei. De adesão voluntária, ou seja, as universidades não são obrigadas a cumprí-lo, o Future-se - como já garantido pelo MEC - não irá cobrar mensalidades dos estudantes ou fazer o Estado parar de investir na educação. Ele também não irá privatizar as universidades. O projeto surge com o propósito de modernizar o ensino público nacional por meio da autonomia na gestão das universidades e institutos federais. É a maneira de competirmos, em qualidade, com os melhores. Porque ele é importante para Santa Maria e o que ele fará, em pontos:

  • Mais de 10% de todo o orçamento de Santa Maria advém da UFSM. Exemplo: de R$100 do município, mais de R$10 estão aqui por causa da Universidade. Ou seja, se tivermos mais investimentos nela a cidade ficará mais rica e irá gerar mais empregos. Por isso que o Future-se poderá causar ótimos e grandiosos impactos à Santa Maria. Cabe o lembrete: é impossível que todo esse investimento seja apenas do Estado, porque ele investe também em setores como Saúde, Segurança e Previdência (aposentadoria) e, como todos sabem, dinheiro não é algo infinito
  • As universidades terão um fundo privado que ampliará o financiamento para as atividades de pesquisa, extensão e desenvolvimento, empreendedorismo e inovação
  • Internacionalização da Universidade: estimular intercâmbio de estudantes e professores, com foco na pesquisa aplicada; revalidação de títulos e diplomas estrangeiros por instituições públicas e privadas com alto desempenho, de acordo com critérios do MEC; facilitar o acesso e a promoção de disciplinas em plataformas online; firmar parcerias com instituições privadas para promover publicações de periódicos fora do país; possibilitar bolsas para estudantes brasileiros com alto desempenho acadêmico e atlético em instituições estrangeiras
  • Além disso, empresas e pessoas poderão doar quantias financeiras à Universidade. Também, os professores que forem premiados por projetos de pesquisa, desenvolvimento ou inovação ou por publicação com destaque nacional ou internacional, desenvolvidos a partir da parceria firmada irão receber quantia superior ao salário que possuem e essa será paga pela iniciativa privada.

A Deputada Federal, Tabata Amaral (PDT), é uma das defensoras do projeto. Tabata nasceu na periferia de São Paulo e precisou estudar muito para poder estudar em Harvard. Ela quer que mais brasileiros tenham essa possibilidade. Torcemos para que os estudantes e a população compreendam os benefícios do projeto para Santa Maria.

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