Santa Maria já registra mais de 3 mil casos confirmados de dengue e recorde de óbitos em 2024

Santa Maria já registra mais de 3 mil casos confirmados de dengue e recorde de óbitos em 2024

Foto: Beto Albert (Diário)

Santa Maria já registra 3.139 casos confirmados de dengue em 2024 e acende o alerta para o aumento no número de óbitos em relação ao ano anterior. Já são 14 mortes, frente às cinco registradas em 2023 – as primeiras de toda a série histórica. 

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De acordo com o painel atualizado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), o município emitiu 4.568 notificações de possíveis casos da doença até o momento. Além dos confirmados, seis casos seguem em investigação e 1.292 foram descartados pelo Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen), vinculado ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).

​Em 2023, Santa Maria registrou um surto generalizado de dengue, com mais de 8,4 mil casos. Antes disso, o município nunca havia contabilizado mais de 250 casos confirmados. 

Em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade! da Rádio CDN 93.5, nesta terça-feira (6), a secretária municipal da Saúde, Ana Paula Seerig, afirmou que, entre os fatores que contribuíram para o agravamento do cenário neste ano em relação aos óbitos, está a circulação de um novo sorotipo da dengue no município.

– Até então nós tínhamos o sorotipo DENV-1, que era o circulante. A partir do início de 2024, tivemos essa mudança que acabou agravando a maioria dos casos que vieram a óbito – explica a secretária. 

A doença tem quatro sorotipos, que apresentam genótipos e linhagens diferentes. No início de 2024, foi detectada a presença do DENV-1 e DENV-2 em Santa Maria. O sorotipo 1 é o dominante no Brasil e no Rio Grande do Sul há diversos anos. Já o sorotipo 2 havia sido detectado em outras cidades do Estado em anos anteriores em baixa prevalência. Com o movimento de pessoas e mosquitos infectados, o DENV-2 chegou à cidade.

Atenção aos sintomas

Ao apresentar os primeiros sintomas de dengue, procure atendimento médico nos serviços de saúde. São eles:

  • Febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias
  • Dor atrás dos olhos
  • Dor de cabeça
  • Dor no corpo e nas articulações
  • Mal-estar geral
  • Vômito
  • Diarreia
  • Manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira

Ações de combate ao mosquito

Apesar de o frio diminuir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, o trabalho de combate aos focos deve ocorrer durante todo o ano. Conforme a secretária, uma das estratégias que tem se mostrado eficaz no controle da doença é a aplicação de um inseticida biológico em regiões da cidade que apresentam maior incidência. 

– Neste ano, 2.577 quarteirões já receberam o produto. A Vigilância em Saúde elenca as regiões com maior número de casos para realizar a aplicação. Esse inseticida tem um residual de até 60 dias e as ações são refeitas conforme o ciclo finaliza. Então, o trabalho é contínuo e intensificado em determinados períodos e situações — afirma. 

Além da pulverização, os agentes de endemia atuam no monitoramento e fiscalização de espaços que apresentam riscos. Somado a isso, a secretaria reforça a importância de que a população também adote medidas que auxiliem na eliminação de possíveis focos do mosquito. 

Sem previsão de receber a vacina

Em 2023, Santa Maria foi a cidade com maior número de casos confirmados no Estado. Ainda assim, o município não foi selecionado pelo Ministério da Saúde para receber doses da vacina contra a dengue neste ano. Desde julho, o imunizante está disponível para o público de 10 a 14 anos, em cidades do Vale do Sinos, do Vale do Rio Pardo, do Alto Uruguai e da Região Metropolitana.

– Não temos uma previsão exata por parte do Estado ou do Ministério da Saúde de quando isso vai acontecer, por mais que já tenhamos sinalizado esse interesse em disponibilizar a vacina para a população – destaca a secretária. 

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