Um ano depois de receber selo da Unesco, o que avançou nos geoparques da região

Um ano depois de receber selo da Unesco, o que avançou nos geoparques da região

Foto: Deni Zolin

Um ano após os Geoparques Quarta Colônia e Caçapava serem reconhecidos como globais, recebendo o selo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura) em evento internacional em Marrakech, no Marrocos, o que avançou nessas duas regiões? 


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O Diário conversou com o prefeito de São João do Polêsine e presidente do Consórcio de Desenvolvimento da Quarta Colônia (Condesus), Matione Sonego, e com a chefe da Subdivisão de Geoparques da UFSM e membro do comitê gestor do Geoparque Caçapava, Patrícia Freitas, para trazer algumas respostas.

 
Segundo Matione, em termos de investimentos, o maior foi em placas padronizadas de sinalização em todos os geossítios, que são os pontos turísticos do geoparque. Ele conta que visitou outros parques da Unesco e que o Geoparque Quarta Colônia tem uma sinalização melhor do que os demais. Outro aspecto importante foi a participação em diversos eventos nacionais e estaduais de turismo, como em Porto Alegre, no Rio de Janeiro e no Nordeste, o que tem ajudado a divulgar muito a Quarta Colônia. 


Uma agência de turismo da região tem vendido, para todo o país, pacotes turísticos para os destinos daqui e de outras regiões do Estado. Além disso, mais restaurantes e empresas têm se instalado na Quarta Colônia para aproveitar esse potencial turístico.

 
– Tivemos uma grande evolução nesse primeiro ano. Antes das enchentes, a gente percebia um aumento gradual dos turistas. Por conta disso, tivemos uma queda de visitação, mas nos últimos 30 dias, estamos notando que o volume voltou a crescer e esperamos que continue aumentando – diz Matione, ressaltando que a região já reconstruiu a maior parte do que foi perdido na enchente de maio.

 
Em termos de investimentos, o foco do Geoparque Quarta Colônia agora é conseguir os R$ 4 milhões necessários para o Museu de História Natural que deve ser erguido ao lado do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (Cappa), da UFSM, em Polêsine. Ele diz que está tudo bem encaminhado e que as verbas federais devem ser liberadas no ano que vem. 


Atualmente, o Cappa tem recebido 7 mil visitantes por ano, mas tem uma estrutura ainda pequena para receber os turistas, que querem conhecer fósseis dos dinossauros mais antigos do mundo, o que rendeu até o selo de recorde do Guinness à região.

 
Matione diz que o Condesus tem tido conversas com possíveis investidores para tentar instalar um parque dos dinossauros na região, mas ainda não há nada concreto nesse sentido. Apesar das dificuldades provocadas pela enchente, ele acredita que, daqui a três anos, quando os avaliadores da Unesco voltarem à região, o geoparque terá condições de manter o selo.

 
Já Patrícia Freitas diz que a UFSM segue com projetos de extensão nos dois geoparques da região, apesar de ter saído da gestão na Quarta Colônia. Como membro do Comitê Gestor do Geoparque Caçapava, ela afirma que, nesse primeiro ano, um dos pontos principais foi a grande visibilidade que a região teve, com reportagens destacando a conquista da Unesco em veículos de todo o país.

 
– Isso leva o geoparque a ser um destino turístico e já percebemos o aumento do turismo. A maior ainda é da região, mas temos gente de outros Estados e até de fora do Brasil. Esses de fora do Brasil querem vir conhecer o Pampa, como Bagé, Dom Pedrito e Caçapava. Tivemos turistas que vieram visitar o Geoparque Caçapava e, na sequência, foram conhecer o Geoparque Quarta Colônia e vice-versa – diz Patrícia.

 
Ainda de acordo com ela tem crescido também o número de empreendedores locais que fazem geoprodutos, que têm ligação com o geoparque, com azeite de oliva, doces, brinquedos e artesanatos.

 
O que são Geoparques – Os Geoparques Unesco são regiões com características únicas no mundo. No caso da Quarta Colônia, conquistou o selo por ser o berço dos dinos mais antigos do mundo. Em Caçapava, por ter uma formação rochosa única no planeta, com 500 a 600 milhões de anos, o que inclui as Guaritas e a Pedra do Segredo. Caçapava é considerada uma meca para os geólogos.

 
O geoparque é aberto ao público e inclui vários locais de riqueza histórica, científica e cultural. Muitos deles são também pontos turísticos.


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