Foto: Acervo IOC/Fiocruz
O principal vetor da doença é o inseto da espécie Culicoides paraensis, popularmente chamados de maruim ou mosquito-pólvora
Os casos de Febre Oropouche apresentaram um aumento significativo no Brasil em 2024. Segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses, atualizado pelo Ministério da Saúde, mais de 7,7 mil diagnósticos da doença foram confirmados até o momento, sendo a maior parte no Amazonas e em Rondônia. No Rio Grande do Sul, dois casos importados chegaram a ser registrados no início do ano, sendo apenas um deles confirmado posteriormente.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Cenário gaúcho
Embora o Rio Grande do Sul ainda não tenha identificado casos autóctones em humanos, ou seja, que a infecção tenha ocorrido dentro do Estado, quadros importados da doença já foram registrados.
Em nota emitida ao Diário, o Ministério da Saúde informou que “até a semana epidemiológica 30 (21 a 27 de julho de 2024), foram registrados dois casos importados de Oropouche no estado do Rio Grande do Sul. Ambos os casos são de residentes do Rio Grande do Sul, com provável local de infecção no estado do Amazonas. Os exames de ambos detectaram o genoma do vírus Oropouche em fevereiro de 2024 (01/02/2024 e 17/02/2024, respectivamente). Após essa detecção, outros processos de investigação foram iniciados para confirmar o diagnóstico”.
Ao Diário, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirmou que apenas um dos casos foi confirmado. Trata-se de uma mulher moradora do município de Aratiba, que viajou para Manaus em Janeiro. Ela teria apresentado sintomas de Febre Oropouche uma semana depois da viagem. O atual estado de saúde da mulher não foi informado.
Considerando esse contexto, o Ministério da Saúde resolveu atribuir o caso ao local provável de infecção (LPI): o Amazonas. O mesmo já teria acontecido com outras unidades federativas como Goiás, Paraná, Rio Grande do Norte e Distrito Federal, que segundo o quadro abaixo, não teriam registrado casos autóctones de Febre Oropouche até o momento.
Casos de Febre Oropouche no Brasil
- Confirmados em 2023 – 831
- Confirmados em 2024 – 7.767
Dados atualizados em 20 de agosto de 2024
Fontes: Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan Net) e Gerenciador de ambiente laboratorial (GAL)
O que é e quais são os sintomas?
A Febre Oropouche é transmitida pelo inseto da espécie Culicoides paraensis, conhecido popularmente como Maruim ou Mosquito-pólvora e conta com dois ciclos de transmissão: silvestre e urbano. No primeiro, animais como preguiças, macacos, aves e roedores podem ser considerados como hospedeiros do vírus. Já no ciclo urbano, o principal hospedeiro é o homem.
A doença apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, o que tem exigido maior atenção dos órgãos e profissionais de saúde. Os sintomas são:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dor nas articulações e muscular
- Calafrios
- Tontura
- Náuseas
- Vômitos
Nos quadros mais graves, as pessoas infectadas podem apresentar sensibilidade à luz e ocasionalmente, desenvolver meningite asséptica.