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UPA registra boletim de ocorrência contra vereadores por pertubação do trabalho

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Matéria atualizada em 13 de abril, às 10h35min

No último domingo, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Maria recebeu a visita fiscalizatória dos vereadores Rudys Rodrigues (MDB), Tony Oliveira (PSL), Pablo Pacheco e Roberta Leitão, ambos do PP. A visita culminou com os parlamentares acionando a Brigada Militar (BM) e com a direção registrando um boletim de ocorrência contra os mesmos.

A ida dos vereadores foi motivada por denúncias recentes recebidas pelo Legislativo acerca do atendimento na UPA, que apontaram os seguintes problemas: longa espera de pacientes por atendimento, aglomerações em alguns setores e o não funcionamento da tenda de triagem, instalada para separar os pacientes com sintomas da Covid-19 das outras demandas.

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- Essa situação não pode continuar assim - pediu a vereadora Roberta Leitão em live feita em frente à UPA na tarde de domingo, em página de Facebook.

Conforme Roberta, os vereadores que estiveram no local solicitaram a escala de funcionários que estavam de plantão no fim de semana, mas não tiveram acesso. Eles chegaram a afirmar que encontraram somente um médico de plantão no dia.

QUEIXA

A Brigada Militar foi acionada e os parlamentares registraram um Boletim de Atendimento. Ainda no domingo, os vereadores acionaram o Ministério Público para que eventuais irregularidades sejam acompanhadas pela promotoria.

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- Ainda estamos aguardando retorno oficial da prefeitura e do MP - disse a vereadora, na tarde de segunda.

Em resposta à reportagem do Diário, a prefeitura informou que, no domingo, havia quatro médicos trabalhando na unidade. A escala geralmente prevê seis médicos, porém, nesse dia, dois médicos não compareceram, pois, avisaram, no próprio domingo, que haviam testado positivo para Covid-19, conforme a assessoria de comunicação do Executivo.

Já sobre a situação envolvendo a ida dos vereadores até o local, a prefeitura informou, em nota, que "foi registrado um boletim de ocorrência policial por perturbação do trabalho e sossego alheio", já que os vereadores compareceram ao local com o intuito de fiscalizar, mas, "acabaram por constranger a equipe médica e de enfermagem que trabalhava no momento, inclusive, gravando vídeo com os servidores sem autorização". 

Confira a nota da prefeitura na íntegra:

A direção da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) informa que, no domingo, 11 de abril, havia quatro médicos trabalhando na unidade. A escala, geralmente, prevê seis médicos, porém, nesse dia, dois médicos não compareceram, pois, avisaram, no próprio domingo, que haviam testado positivo para Covid-19. Além da equipe médica, em 11 de abril, trabalharam quatro enfermeiros e nove técnicos em enfermagem.

A tenda montada do lado de fora da instituição, como já divulgado anteriormente, funciona como uma estrutura de pré-triagem, onde ficam pacientes clínicos de outras enfermidades à espera de atendimento, justamente para evitar o contato com pacientes com síndrome respiratória que aguardam atendimento dentro da unidade. No referido domingo, não havia pacientes na tenda porque os casos que chegaram à UPA eram de síndrome respiratória e estavam em atendimento na área interna.

Sobre a situação envolvendo a presença dos vereadores, foi registrado um boletim de ocorrência policial por perturbação do trabalho e sossego alheio, já que, segundo os vereadores, eles compareceram ao local com o intuito de fiscalizar, mas, acabaram por constranger a equipe médica e de enfermagem que trabalhava no momento, inclusive, gravando vídeo com os servidores sem autorização.

A direção da UPA segue comprometida em proporcionar a melhor experiência e cuidado com os pacientes e reconhece o esforço imenso que sua equipe de multiprofissionais vem fazendo nesse sentido. Todo o paciente que chega à unidade é atendido, e os casos que necessitam de internação clínica ou de UTI são colocados no sistema, chamado Gerint, para serem encaminhados aos hospitais referenciados na rede SUS. Entretanto, na pandemia, com lotação máxima ocupada e sem vagas nos hospitais, muitos pacientes acabam ficando na UPA, que deveria ser um local de passagem. Portanto, o local vem, em várias oportunidades, sendo ocupado de forma permanente.

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