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Roda de conversa lembra trajetória e lutas de vereadora assassinada no Rio

Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil)
Na Câmara dos Deputados, sessão solene homenageou Marielle e Anderson

A história de lutas e de militância de Marielle Franco, vereadora pelo PSol que foi executada a tiros, junto de um motorista, no Rio de Janeiro, será tema de uma roda de conversa organizada em Santa Maria. Organizado pelo PSol, o encontro começa às 17h, na Praça Saldanha Marinho e é aberta ao público.

- A ideia é conversar com a população e militantes de outras organizações, além de mostrar solidariedade à família dela e do Anderson, motorista que estava com ela e morreu. Vamos discutir o que representa a morte de Marielle, que além de ser a vereadora com a 5ª maior votação, era militante pelos direitos humanos. Esse assassinato é uma tentativa de recuar os movimentos sociais e precisamos dar continuidade a essa luta. Também é uma forma de pedir que o caso seja esclarecido exigir justiça - observa Alice Carvalho, presidente do PSOL em Santa Maria. 

Vereadora do PSol é assassinada a tiros no Rio de Janeiro

A morte da política e militante comoveu o país inteiro e repercutiu na imprensa internacional.  "A onda de violência que sacode o Rio de Janeiro subiu mais um degrau". É assim que começa a matéria do periódico espanhol El País, que noticia a comoção no Brasil pela morte da vereadora. Outro jornal espanhol, o El Mundo, também deu destaque ao crime. Marielle é citada como uma das vozes mais críticas contra a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, que ocorre desde meados de fevereiro. 

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) classificou, nesta quinta, como "profundamente chocante" o assassinato da vereadora. Em nota, a porta-voz do Escritório da ONU, Liz Throssel, lembrou que Marielle era uma defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial, pelos direitos das mulheres e de afrodescendentes em áreas pobres do Rio de Janeiro.

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O comunicado ressalta que as autoridades devem realizar uma completa investigação do assassinato. A ONU pediu ainda que o inquérito ocorra o mais rapidamente possível.

Há duas semanas, Marielle havia assumido relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ela vinha se posicionando publicamente contra a medida.

A parlamentar também chegou a denunciar, em suas redes sociais, no fim de semana, uma ação de policiais militares na favela do Acari. "O 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. (?) Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior", escreveu. 

O 41º Batalhão da Polícia Militar é o que mais mata no Rio de Janeiro. Um cálculo feito pela Folha de São Paulo, com dados do Instituto de Segurança Pública do Estado mostra que foram 567 desde 2011, quando os números referentes ao batalhão começaram a ser compilados. 

ASSASSINATO

Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando os criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes.

Além da vereadora, também morreu no ataque Anderson Gomes, que trabalhava como motorista para o aplicativo Uber e prestava serviços eventuais para Marielle. Uma assessora que também estava no carro sobreviveu ao ataque. O velório dos dois começou por volta das 14h30min, na Câmara do Rio de Janeiro, onde uma multidão ocupou o prédio. Na Câmara dos Deputados, uma sessão solene homenageou a militante nesta quinta-feira.

A vereadora era moradora do Complexo da Maré e defensora dos direitos humanos, autora de frequentes denúncias de violações cometidas contra negros, moradores de favela, mulheres e pessoas LGBT. 


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