CORREÇÃO - o número de abstenções é 58.876, e não 51.876 como o Diário tinha informado anteriormente. A informação já foi corrigida na matéria.
Embora um novo embate à prefeitura já tenha sido sacramentado na noite do último domingo, quando as urnas apontaram Sergio Cechin (Progressistas), com 26% dos votos, e Jorge Pozzobom (PSDB), com 24%, uma nova caminhada está por vir. É que os dois nomes que irão disputar a preferência de 204.282 eleitores santa-marienses no segundo turno terão, a partir dessa semana intensificadas as articulações entre partidos dissidentes da competição que se encerrou em 15 de novembro. Até 29 de novembro, progressista e tucano irão travar uma nova batalha pelo apoio dos quatro oponentes derrotados no primeiro turno. Votos depositados para Luciano Guerra (PT), Jader Maretoli (Republicanos), Marcelo Bisogno (PDT) e Evandro Behr (Cidadania) serão decisivos na nova corrida eleitoral à principal cadeira do Executivo. A soma da votação dos quatro foi de 64.628.
INDEFINIÇÕES
Três deles falaram ao Diário e adiantaram o posicionamento e o eventual apoio a um dos governistas. Jader foi o único que não retornou à reportagem. Luciano, terceiro colocado, com uma diferença de 1.237 para o segundo, afirmou veementemente que não apoiará nenhuma candidatura. Já Bisogno e Behr, embora não tenham declarado uma posição final, trouxeram argumentos que não descartam e até abrem precedentes a possíveis parcerias. Bastidores eleitorais dão conta que haverá, sim, novas coligações. Porém, reuniões partidárias e encontros entre os atuais dois concorrentes e seus oponentes no primeiro turno podem se desdobrar em surpresas nos 13 próximos dias.
Candidatos falam da votação e adiantam posições
- Jader Maretoli ( Republicanos)
"Na tarde desta segunda-feira, o Diário tentou contato por telefone e WhatsApp com Jader, mas ainda não teve retorno. Conforme a assessoria do candidato, ele dedicou o dia a compromisso pessoal: o aniversário de um ano do filho Asaph."
- Luciano Guerra (PT)
"Estamos gratos e é claro que sempre entramos em um jogo para ganhar, mas perdendo ou ganhando nessa eleição, nos sentimos vitoriosos. É a minha primeira eleição onde enfrentei um candidato com 40 anos de vida pública e o outro que tem a máquina pública na mão, o qual tive praticamente com 1% de diferença na votação. Eu fico extremamente feliz com quem votou em mim e na nossa campanha em um ano de pandemia, o que foi bem limitada, pois não pudemos usar a experiência do nosso partido, naqueles encontros direto com o povo. Nesta semana, haverá uma executiva do partido para tratarmos do assunto do posicionamento no segundo turno. Mas, pessoalmente, eu, Luciano, não vou apoiar nenhum dos dois concorrentes, pois as candidaturas são totalmente contrárias às minhas propostas."
- Marcelo Bisogno (PDT)
"Nós cumprimos nossa missão, apresentamos um projeto inovador, um novo caminho para Santa Maria. Essa sensibilidade foi pensada em atender à população que mais precisa da política em Santa Maria. Eu saio de alma lavada, com a minha consciência tranquila. Aquilo que eu empenhei durante a campanha, eu rigorosamente cumpri até ontem (domingo) as 17h. Respeito o resultado das urnas, estou muito feliz por ter recebido mais de 12 mil votos . Agora vamos reunir o partido e estamos avaliando tudo com calma, porque é uma posição que deve ser responsável. Mas, qualquer posição que vamos tomar será pautada em três pilares da nossa proposta de governo. Não abrimos mão do nosso comprometimento com a escola em tempo integral, que é nossa bandeira. Também a modernização urgente da máquina pública, a cidade digital, com a informatização em todo os sistema para que possamos derrubar as filas em postos de saúde. Não podemos achar que é normal uma pessoa esperar desde as 5h para pegar uma ficha em posto ou tanta demora para conseguir um alvará com a prefeitura. E a terceira proposta é do programa de construção de um projeto de travessia urbana dentro de santa maria. Se as posições não forem atendidas, podemos até ficar sem dar nenhum apoio e ficar neutros, como foi na última eleição, quando fiquei neutro no segundo turno. Mas se as propostas forem entendidas e acatadas, iremos dar sequência na parceria."
- Evandro Behr (Cidadania)
"Para mim, a eleição não terminou aqui. Estou feliz, ainda considero-me um candidato para 2024, faltam cerca de 20 mil votos. Eu não busco uma carreira política, eu defendo uma visão de mundo, a qual não vou desistir até que eu morra. Já tenho 7 mil pessoas comigo e tenho de honrar cada uma que acreditou em mim e na Carla Kowalski. Trabalhamos demais e agora temos de analisar o que aconteceu nas urnas. Foram 50 mil votos em branco na mesma eleição que teve a candidata mais votada que não se elegeu (Alice Carvalho). Essa menina é a pura beleza da democracia pelo que ela conquistou. Quanto ao segundo turno, não acredito na transferência dos meus votos para algum candidato. Quem decide é o eleitor, a não ser que algum deles (Cechin ou Pozzobom) se aproprie do meu discurso, o que acho difícil. Tenho conversado com os dois candidatos e apresentado minhas ideias. Não acho impossível (um apoio), mas acho improvável que eles acatem o que eu pedir.
VOTOS SEM DONO
Um número que chamou a atenção no pleito de 2020 foram os 51.876 votos "sem dono" apontando uma abstenção de 28,8%. Em 2016, foram 17%, em 2018, 20%. Já os brancos totalizaram 6.736, o que significa 4,63%, e nulos 5.744, com 3,95%.
- Abstenção - 28,8% (58.876 votos)
- Brancos - 4,63% (6.736 votos)
- Nulos - 3,95% (5.744 votos)
- 132.926 votantes
Dos 204.282 eleitores santa-marienses no pleito de 2020 - 110.633 mulheres, e 93.649 homens - apenas 132.926 compareceram às urnas. Veja quantos votos obteve cada uma das seis candidaturas
- Sergio Cechin - 26,4% (35.218 votos)
- Jorge Pozzobom - 24,8% (33.080 votos)
- Luciano Guerra - 23,9% (31.843 votos)
- Jader Maretoli - 9,7% (12.901 votos)
- Marcelo Bisogno - 9,42% (12.515 votos)
- Evandro Behr - 5,54% (7.369 votos)