Política

FOTOS: como foram as solenidades de posse de Eduardo Leite e Jair Bolsonaro

da redação*

Foto: FramePhoto (Folhapress)

ATUALIZADA às 16h07min do dia 1º de janeiro de 2019.

Na tarde desta terça-feira, os novos comandantes do Estado e do país tomaram posse. Sob um forte esquema de segurança, Jair Bolsonaro (PSL) assumiu, nesta terça, a presidência da República, ao lado do seu vice, general Antônio Hamilton Mourão (PRTB). Candidato de direita e defensor de bandeiras conservadoras, Bolsonaro foi eleito no 2º turno com 57,7 milhões de votos. A partir da posse, o capitão da reserva, 63 anos, deixa a Câmara dos Deputados onde atuou por quase três décadas e passa a despachar no Palácio do Planalto. 

Em 6 de setembro, na campanha do 1º turno, Bolsonaro sofreu um atentado à faca, que o deixou gravemente ferido. Devido às sequelas da facada, que atingiu o intestino, ele usa, ainda, uma bolsa de colostomia. Em virtude do fato, a segurança foi reforçada para a posse em Brasília. 

Em dez minutos de discurso no Congresso Nacional, Jair Bolsonaro pediu um pacto nacional com a sociedade e prometeu revigorar a democracia. Foi sua primeira fala como presidente empossado. Ele começou agradecendo por estar vivo, após ter sofrido um ataque a faca durante a campanha. Para ele, os médicos da Santa Casa de Juiz de Fora operaram um milagre ao salvá-lo. 

Bolsonaro pediu ajuda ao parlamentares para "restaurar e reerguer a pátria" contra "corrupção, criminalidade, irresponsabilidade econômica e submissão ideológica". O presidente falou em "pacto nacional entre a sociedade os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário na busca de novos caminho para o novo Brasil". Bolsonaro também afirmou ter compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão. 

Depois da sessão, Bolsonaro seguiu para o Planalto onde acontece a última parte da cerimônia de posse: a passagem da faixa presidencial do presidente Michel Temer (MDB).

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Para ajudá-lo a governar o país, Bolsonaro escolheu 22 ministros (abaixo), sete a menos do que na gestão Temer. Muitos dos escolhidos são militares. Entre os maiores desafios do presidente, estão melhorar a economia e reduzir a taxa de 14 milhões de desempregados, fazer a reforma da Previdência e amenizar a violência o país, bandeiras, aliás, de sua campanha.

Leia a íntegra do discurso: 

"Excelentíssimo presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira, senhoras e senhores chefes de Estado, chefes de Governo, vice-chefes de Estado e vice-chefes de Governo, que me honram com suas presenças. Vice-presidente da República Federativa do Brasil, Hamilton Mourão, meu contemporâneo de Academia Militar de Agulhas Negras, Presidente da Câmara dos Deputados, prezado amigo e companheiro, deputado Rodrigo Maia, Ex-presidentes da República Federativa do Brasil, senhor José Sarney, senhor Fernando Collor de Mello, Presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, senhoras e senhores ministros de Estado e comandantes das Forças aqui presentes, Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, senhoras e senhores governadores, senhoras e senhores senadores e deputados federais, senhoras e senhores chefes de missões estrangeiras acreditados junto ao governo brasileiro, minha querida esposa Michelle, da aqui vizinha Ceilândia, meus filhos e familiares aqui presentes - a conheci aqui na Câmara. 

Brasileiros e brasileiras. Primeiro, quero agradecer a Deus por estar vivo. Que, pelas mãos de profissionais da Santa Casa de Juiz de Fora, operou um verdadeiro milagre. Obrigado, meu Deus!  Com humildade, volto a esta Casa, onde, por 28 anos, me empenhei em servir à nação brasileira, travei grandes embates e acumulei experiências e aprendizados que me deram a oportunidade de crescer e amadurecer. Volto a esta Casa, não mais como deputado, mas como Presidente da República Federativa do Brasil, mandato a mim confiado pela vontade soberana do povo brasileiro. 

Hoje, aqui estou, fortalecido, emocionado e profundamente agradecido a Deus, pela minha vida, e aos brasileiros, que confiaram a mim a honrosa missão de governar o Brasil, neste período de grandes desafios e, ao mesmo tempo, de enorme esperança. Governar com vocês.  Aproveito este momento solene e convoco cada um dos Congressistas para me ajudarem na missão de restaurar e de reerguer nossa Pátria, libertando-a, definitivamente, do jugo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica. Temos, diante de nós, uma oportunidade única de reconstruir o nosso País e de resgatar a esperança dos nossos compatriotas. 

Estou certo de que enfrentaremos enormes desafios, mas, se tivermos a sabedoria de ouvir a voz do povo, alcançaremos êxito em nossos objetivos, e, pelo exemplo e pelo trabalho, levaremos as futuras gerações a nos seguir nesta tarefa gloriosa.  Vamos unir o povo, valorizar a família, respeitar as religiões e nossa tradição judaico-cristã, combater a ideologia de gênero, conservando nossos valores. O Brasil voltará a ser um País livre das amarras ideológicas. 

Pretendo partilhar o poder, de forma progressiva, responsável e consciente, de Brasília para o Brasil; do Poder Central para Estados e Municípios.  Minha campanha eleitoral atendeu ao chamado das ruas e forjou o compromisso de colocar o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos. Por isso, quando os inimigos da Pátria, da ordem e da liberdade tentaram pôr fim à minha vida, milhões de brasileiros foram às ruas. Uma campanha eleitoral transformou-se em um movimento cívico, cobriu-se de verde e amarelo, tornou-se espontâneo, forte e indestrutível, e nos trouxe até aqui. 

Nada aconteceria sem o esforço e o engajamento de cada um dos brasileiros que tomaram as ruas para preservar nossa liberdade e democracia.  Reafirmo meu compromisso de construir uma sociedade sem discriminação ou divisão. 

Daqui em diante, nos pautaremos pela vontade soberana daqueles brasileiros: que querem boas escolas, capazes de preparar seus filhos para o mercado de trabalho e não para a militância política; que sonham com a liberdade de ir e vir, sem serem vitimados pelo crime; que desejam conquistar, pelo mérito, bons empregos e sustentar com dignidade suas famílias; que exigem saúde, educação, infraestrutura e saneamento básico, em respeito aos direitos e garantias fundamentais da nossa Constituição.

O Pavilhão Nacional nos remete à "Ordem e ao Progresso".  Nenhuma sociedade se desenvolve sem respeitar esses preceitos.  O cidadão de bem merece dispor de meios para se defender, respeitando o referendo de 2005, quando optou, nas urnas, pelo direito à legítima defesa. Vamos honrar e valorizar aqueles que sacrificam suas vidas em nome de nossa segurança e da segurança dos nossos familiares. 

Contamos com o apoio do Congresso Nacional para dar o respaldo jurídico para os policiais realizarem seu trabalho.  Eles merecem e devem ser respeitados! 

Nossas Forças Armadas terão as condições necessárias para cumprir sua missão constitucional de defesa da soberania, do território nacional e das instituições democráticas, mantendo suas capacidades dissuasórias para resguardar nossa soberania e proteger nossas fronteiras.  Montamos nossa equipe de forma técnica, sem o tradicional viés político que tornou o Estado ineficiente e corrupto. Vamos valorizar o Parlamento, resgatando a legitimidade e a credibilidade do Congresso Nacional. 

Na economia traremos a marca da confiança, do interesse nacional, do livre mercado e da eficiência.  Confiança no cumprimento de que o governo não gastará mais do que arrecada e na garantia de que as regras, os contratos e as propriedades serão respeitados. Realizaremos reformas estruturantes, que serão essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade das contas públicas, transformando o cenário econômico e abrindo novas oportunidades. Precisamos criar um ciclo virtuoso para a economia que traga a confiança necessária para permitir abrir nossos mercados para o comércio internacional, estimulando a competição, a produtividade e a eficácia, sem o viés ideológico. 

Nesse processo de recuperação do crescimento, o setor agropecuário seguirá desempenhando um papel decisivo, em perfeita harmonia com a preservação do meio ambiente.  Dessa forma, todo setor produtivo terá um aumento da eficiência, com menos regulamentação e burocracia. 

Esses desafios só serão resolvidos mediante um verdadeiro pacto nacional entre a sociedade e os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, na busca de novos caminhos para um novo Brasil.

Uma de minhas prioridades é proteger e revigorar a democracia brasileira, trabalhando arduamente para que ela deixe de ser apenas uma promessa formal e distante e passe a ser um componente substancial e tangível da vida política brasileira, com o respeito ao Estado Democrático.  A construção de uma nação mais justa e desenvolvida requer a ruptura com práticas que se mostram nefastas para todos nós, maculando a classe política e atrasando o progresso. A irresponsabilidade nos conduziu à maior crise ética, moral e econômica de nossa história. 

Hoje começamos um trabalho árduo para que o Brasil inicie um novo capítulo de sua história.  Um capítulo no qual o Brasil será visto como um país forte, pujante, confiante e ousado. A política externa retomará o seu papel na defesa da soberania, na construção da grandeza e no fomento ao desenvolvimento do Brasil. 

Senhoras e senhores Congressistas, deixo esta casa, rumo ao Palácio do Planalto, com a missão de representar o povo brasileiro. 

Com a benção de Deus, o apoio da minha família e a força do povo brasileiro, trabalharei incansavelmente para que o Brasil se encontre com o seu destino e se torne a grande nação que todos queremos.

Muito obrigado a todos vocês.

Brasil acima de tudo!

Deus acima de todos!"

FALHAS NA SEGURANÇA
Um segurança do Congresso barrou a circulação de uma jornalista da própria TV da Câmara, que fazia transmissão ao vivo da chegada dos convidados à posse de Jair Bolsonaro. A TV Câmara é o canal institucional da Casa. A repórter estava do lado de fora do espaço onde jornalistas estão confinados desde as 13h. 

Um segurança do Congresso informou que ela deveria entrar na área delimitada, apesar de trabalhar na Câmara. Jornalistas formam uma fila para terem acesso a banheiros e água, que estão fora do local destinado à imprensa. Seguranças acompanham os profissionais até a porta dos sanitários, cujo uso só foi liberado às 15h, após discussão com a equipe do Congresso.

Além disso, dezenas de pessoas tiveram acesso a uma área reservada em frente ao Palácio do Planalto, o que causou confusão. Na Praça dos Três Poderes, local mais próximo de onde o presidente empossado vai discursar após receber a faixa, apoiadores de Bolsonaro conseguiram circular entre grades posicionadas para separar o público dos jornalistas que estão fazendo a cobertura da cerimônia. 

Há diversas aberturas entre as grades em frente ao Planalto e o monitoramento das passagens não foi eficaz. Ao perceberem que as pessoas estavam caminhando junto com os repórteres, cinegrafistas e fotógrafos -muitos deles hostilizados pelos eleitores de Bolsonaro durante todo o dia- os seguranças se apressaram para retirá-las dali. 

Foi permitida a permanência apenas de cadeirantes e seus acompanhantes. Algumas das pessoas retiradas da área reservada ficaram em uma das laterais das grades. Ao resistirem a sair inclusive dali, iniciaram uma confusão que culminou no uso de spray de pimenta por parte de um dos seguranças da Presidência. 

Segundo um dos apoiadores de Bolsonaro, o produto pegou no rosto de uma criança. Entre gritos, a Polícia Militar foi chamada para acalmar a situação. Um homem desmaiou e o segurança da Presidência foi orientado por colegas a se afastar do local.

PRIMEIRO ESCALÃO NO PLANALTO

  • Advocacia-Geral da União - André Luiz de Almeida Mendonça 
  • Gabinete de Segurança Institucional - Augusto Heleno
  • Ministério de Minas e Energia - Bento Costa Lima Leite
  • Secretaria de Governo - Carlos Alberto dos Santos Cruz
  • Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos - Damares Alves
  • Ministério das Relações Exteriores - Ernesto Araújo
  • Ministério da Defesa - Fernando Azevedo e Silva
  • Secretaria-Geral da Presidência - Gustavo Bebianno
  • Ministério do Desenvolvimento Regional - Gustavo Canuto
  • Ministério da Saúde - Luiz Henrique Mandetta
  • Ministério do Turismo - Marcelo Álvaro Antônio
  • Ministério da Ciência e Tecnologia - Marcos Pontes
  • Casa Civil - Onyx Lorenzoni
  • Ministério da Cidadania e Ação Social - Osmar Terra
  • Ministério da Economia - Paulo Guedes
  • Ministério do Meio Ambiente - Ricardo de Aquino Salles
  • Ministério da Educação - Ricardo Vélez Rodríguez
  • Banco Central - Roberto Campos Neto
  • Ministério da Justiça e Segurança Pública - Sérgio Moro
  • Ministério da Infraestrutura - Tarcísio Gomes de Freitas
  • Ministério da Agricultura - Tereza Cristina
  • Ministério da Transparência, Fiscalização e CGU - Wagner de Campos Rosário

POSSE DE EDUARDO LEITE

Foto: Palácio Piratini

Como o governador mais jovem da história recente do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), 33 anos, assume, nesta terça, o comando do Palácio Piratini. Ex-prefeito de Pelotas, o tucano venceu as eleições no 2º turno com 3,1 milhões de votos. Junto com seu vice, o ex-chefe de Polícia Ranolfo Vieira (PTB) e novo secretário da Segurança, Eduardo tomou posse às 16h, na Assembleia Legislativa.

Eduardo assume o Estado em uma situação caótica: salários e pagamentos a fornecedores atrasados, além de repasses a hospitais, e um rombo estimado em R$ 7,5 bilhões. Diante das contas no vermelho, o futuro governador se envolveu pessoalmente na votação no Legislativo da prorrogação das alíquotas do ICMS por mais dois anos, percorrendo as bancadas, inclusive de oposição, para pedir apoio à aprovação. E conseguiu: foram 40 votos, parte deles do PT, favoráveis e 10 contrários.

Para garantir uma base sólida na Assembleia, Eduardo tratou de fazer uma composição com a participação no governo de partidos além de sua coligação na campanha. Entre eles, o MDB, que disputou o 2º turno com o governador José Ivo Sartori. Para governar o Estado, o tucano contará com 21 secretários (abaixo). Uma das novidades é a criação da pasta de Administração Penitenciária para cuidar de problemas crônicos dos presídios.

Entre os maiores desafios do jovem governador, estão regularizar os salários dos servidores em um ano e os repasses a hospitais e aos municípios, além de reduzir os índices da criminalidade, todas promessas de campanha de Eduardo Leite.

PRIMEIRO ESCALÃO NO PIRATINI

  • Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural - Covatti Filho
  • Articulação e Apoio aos Municípios - Rodrigo Lorenzoni
  • Casa Civil - Otomar Vivian
  • Cultura - Beatriz Araújo
  • Comunicação - Tânia Moreira
  • Educação - Faisal Karam
  • Esporte e Lazer - João Derly
  • Fazenda - Marco Aurélio Santos Cardoso
  • Governança e Gestão Estratégica - Cláudio Gastal
  • Inovação, Ciência e Tecnologia - Luís da Cunha Lamb
  • Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - Catarina Paladini
  • Meio Ambiente e Infraestrutura - Artur Lemos
  • Obras e Habitação - José Stédile
  • Planejamento - Leany Lemos
  • Procurador-geral do Estado - Eduardo Cunha da Costa
  • Relações Federativas e Internacionais - Ana Amélia Lemos
  • Saúde - Arita Bergmann
  • Segurança - Ranolfo Vieira Júnior
  • Trabalho - Regina Becker Fortunati
  • Transportes - Jovir Costella
  • Turismo - Dirceu Franciscon

*Com informações da Folhapress

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