prejuízo na pandemia

Diretor da ATU fala em buscar 'indenização' para as empresas de ônibus

18.398

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Fabiano Marques (Diário)

O número de passageiros do transporte coletivo em Santa Maria, segundo a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), caiu 56% em 2020 em relação a 2019 (redução de 28,7 milhões para 12,7 milhões). Segundo o diretor da ATU, Edmilson Gabardo, o contrato da prefeitura com o SIM prevê que o município precisa de 235 ônibus para contemplar todos os itinerários. Porém, atualmente, há somente 115 ônibus em circulação, justamente por conta da queda na quantidade de usuários.

LEIA TAMBÉM

Contrato da prefeitura com empresas de ônibus será prorrogado por 90 dias

Doutor em transportes diz que concessão de serviços de ônibus precisa ser modernizada

Câmara de Vereadores terá comissão especial para acompanhar licitação do transporte coletivo

Por isso, Gabardo entende que as empresas precisam ser indenizadas. Ele aguarda que os valores financeiros para uma possível indenização sejam apurados junto à ação civil pública que acompanha o assunto.

- Lançar uma licitação agora seria uma temeridade. O momento é de absoluta insegurança, em função da pandemia - preocupa-se Gabardo.

Sobre isso, do lado da prefeitura, o chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez acha prematuro falar em valores. E afirma que o tema será tratado, em âmbito judicial, no devido momento.

DEMISSÕES

A ATU irá avaliar até o fim do mês qual será a situação financeira das empresas para o pagamento de salários. Porém, o diretor da associação é taxativo ao dizer que "não vai ter dinheiro para todo mundo".

Ele afirma que os funcionários que tiveram salários reduzidos ou contratos suspensos - artifício legal permitido pelo governo federal até o ano passado - voltaram neste mês.

O Sistema Integrado Municipal (SIM), conjunto de empresas que presta o serviço na cidade tem cerca de 1 mil funcionários. Gabardo prevê que, se não houver melhora significativa na quantidade de usuários, o número de demissões pode chegar a 50%.

Não há definição sobre a extinção da função de cobrador, discussão que surgiu em Santa Maria até mesmo antes de a pandemia começar. Ele passa a responsabilidade sobre esses profissionais à prefeitura.

- Quem vai decidir sobre essa questão é o município. A legislação fala que, na planilha de custos, está contemplado um sistema com motorista e cobrador. O cobrador corresponde a 15% dos gastos - diz.

Gabardo afirma que a ATU não quer aumentar o valor da tarifa de ônibus em Santa Maria. Para contemplar todos os gastos, o valor estimado que a passagem deveria ser de R$ 6.

- Não tem como repassar esse custo ao usuário. Temos insistido para que haja um subsídio, que se pegue dinheiro do caixa da prefeitura para pagar as gratuidades - acrescenta.

O empresário diz que, dos atuais R$ 4,20, o real preço da passagem é de R$ 2,80, e o restante do valor, R$ 1,40, corresponde ao subsídio para quem não paga - crianças, idosos e estudantes, que pagam meia, por exemplo. Ou seja, quem não tem direito à gratuidade ou abatimento no preço, arca com a conta das isenções.

Em novembro, o Senado aprovou um auxílio emergencial de R$ 4 bilhões às empresas de transporte público. Porém, o "socorro" foi vetado pelo presidente Bolsonaro. Assim, as empresas do setor em Santa Maria deixaram de receber R$ 8 milhões.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">

*Colaborou Rafael Favero

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

VÍDEO: contrato da prefeitura com empresas de ônibus será prorrogado por 90 dias

Próximo

Bolsonaro aceita manter presidente do Banco do Brasil no cargo se ele adiar demissões anunciadas

Política