eleições 2018

As propostas dos candidatos ao governo do Estado e à presidência para a população idosa

Eduardo Tesch


Foto: Renan Mattos (Diário)
Aparecida Colvero, 72 anos, faz questão de exercer a sua cidadania e votar nestas eleições

Mesmo com o voto facultativo acima dos 70 anos, a dona Aparecida Colvero, 72, não abre mão de ir às urnas nas eleições de outubro. Ela vai pedir que a filha a busque no Lar das Vovozinhas, onde mora há dois anos, e a leve até a seção eleitoral. Segundo a idosa, não dá para perder a oportunidade de eleger as pessoas certas para governar, além de exercer a sua cidadania.

- Faço questão de votar em todas as eleições. Eu faço parte de uma sociedade, então preciso participar. A política atual está uma confusão, então, como sempre votei, vou pesquisar o melhor candidato. Ainda não me decidi - afirma Aparecida.

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A aposentada faz parte de um universo de 23.580 idosos com mais de 70 anos que estão aptos a votar em Santa Maria, conforme dados do Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Esse número representa mais de 11% do total de eleitores do município, que são 206.116. Já em todo o país, pessoas nessa faixa etária somam mais de 10 milhões de possíveis votantes.

Aparecida não só exerce a cidadania, como integra a estatística divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que projeta um crescimento considerável da população idosa. Os dados apontam que, em 2060, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos. O Rio Grande do Sul, por exemplo, segundo o IBGE, será o primeiro Estado que registrará uma parcela maior de idosos do que crianças de até 14 anos, o que deverá ocorrer em 2029, quando deverá alcançar 2.074.898 de pessoas acima de 65 anos.

Com mais gente chegando à terceira idade, o planejamento de políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade de vida se torna fundamental. Apesar disso, poucos candidatos ao governo do Estado e à presidência da República apresentam propostas concretas (veja abaixo) para a área. O Diário analisou os planos de governo dos oito concorrentes ao Palácio Piratini e dos 13 presidenciáveis

A TERCEIRA IDADE NOS PLANOS DE GOVERNO
Confira as propostas que os candidatos ao governo do Estado e à Presidência trazem para a terceira idade em seus planos de governo. Alguns apresentam medidas mais específicas, enquanto outros, mais genéricas e em poucas linhas. Veja:

Candidatos ao governo do Estado* 

Eduardo Leite (PSDB)
 "O Rio Grande passa por um sério período de mudança de perfil demográfico. Nossa população envelhece mais que rejuvenesce. Teremos, em consequência, menos mão de obra no futuro. Eis a importância de qualificá-la em níveis de excelência para que possamos nos destacar naquilo que o mercado de trabalho da nova economia irá demandar".  

Jairo Jorge (PDT)
 "O RS é o Estado brasileiro com maior proporção de população de terceira idade. Será desenvolvido programa multidisciplinar para melhorar a qualidade de vida dos gaúchos nessa faixa etária e dos que entrarão nessa faixa etária nos próximos anos, incluindo incentivo e informação sobre hábitos saudáveis, adaptação de equipamentos públicos, ambientes públicos e regulação de transportes (...)".  

José Ivo Sartori (MDB)
" (...) Estimular o envelhecimento ativo. Em longo prazo, o envelhecimento populacional representa oportunidade para repensar o modelo de saúde e o que fazer para que anos ganhos com a expectativa de vida sejam revertidos em anos de vida saudável, de acordo com o que é definido pela organização mundial da saúde." 

Mateus Bandeira (Novo)
"O gaúcho envelheceu antes dos demais brasileiros e, a mão de obra motora da pequena propriedade, a família, encolheu. A mão de obra que ora suportou o crescimento industrial já não se apresentava abundante. (...) Assim, dentro do contexto brasileiro, o Rio Grande do Sul apresenta uma série de questões a serem enfrentadas, como rápida mudança demográfica com envelhecimento da população."   

Miguel Rossetto (PT)
Não faz menção a políticas públicas para a área.  

Roberto Robaina (PSol)
Não faz menção a políticas públicas para a área.  

* Os planos de governo dos candidatos Júlio Flores (PSTU) e Paulo de Oliveira Medeiros (PCO) não estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Candidatos a presidente 

Álvaro Dias  (Podemos) 
Não faz menção a políticas públicas para a área.  

Cabo Daciolo (Patriota)  
Não faz menção a políticas públicas para a área  

Ciro Gomes (PDT)  
"Garantia e ampliação da oferta de tratamentos e serviços de saúde para que atendam às necessidades especiais da população LGBT no SUS e suas especificidades, assim como o acolhimento dessa população em sua melhor idade (acima dos 60 anos)".  

Fernando Haddad (PT)  
"Enfrentar com serenidade questões relacionadas ao envelhecimento da população exige atenção especial e planejamento do governo federal com relação aos serviços públicos visando o bem-estar e as demandas de saúde, previdência, cuidados e atenção à pessoa idosa. Serão desenvolvidas políticas específicas voltadas à proteção socioeconômica e ao envelhecimento ativo da população (...)."  

Geraldo Alckmin (PSDB)  
"Vamos estabelecer um pacto nacional para a redução de violência contra idosos, mulheres e LGBTI (...)."  

Guilherme Boulos (PSol)  
"Os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS) constituem a Proteção Especial, e em 2016 eram 2521 (sendo 230 para atendimento às pessoas em situação de rua). Eles também deverão ser fortalecidos, equipados, ampliados e repensados, tendo em vista o atendimento consistente, de modo a impactar nas condições de vida de seus usuários, em maioria idosos (as) (...)."  

Henrique Meirelles (MDB)  
Não faz menção a políticas públicas para a área.  

Jair Bolsonaro (PSL)  
"Fraternidade é lutar por quem não pode se defender dos maus. Brigar para que os jovens tenham um futuro e os idosos não fiquem desamparados por um estado falido, uma educação aparelhada ideologicamente e uma Saúde em frangalhos. É combater o roubo do dinheiro público e não ser passivo ou indiferente com o sofrimento dos brasileiros".  

João Amoêdo (Novo)
"A previdência brasileira atualmente é injusta e insustentável. Injusta, pois um servidor público aposentado do Legislativo recebe, em média, R$ 28.547, no Executivo, R$ 7.583, enquanto um aposentado do INSS recebe, em média, R$ 1.240. É insustentável porque já consome 56% do orçamento primário da União."  

João Goulart Filho (PPL)  
"Formalizar em lei a participação da Confederação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap) nas negociações sobre o valor das aposentadorias e pensões. Revogar o teto do INSS (R$ 5.579,06) para aposentadorias do setor privado e público." 

José Maria Eymael (DC) 
Não faz menção a políticas públicas para a área.  

Marina Silva (Rede)  
"Segundo o IBGE, em 2030, o número de pessoas com 60 anos ou mais será maior do que o de jovens de 14 anos. Essa mudança na estrutura da população brasileira exige novas formas de organizar as políticas públicas que garantam qualidade de vida para os idosos."  

Vera Lúcia (PSTU)
Não faz menção a políticas públicas para a área.

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