Desde que a Câmara retomou as atividades depois do recesso, boa parte das sessões tem se resumido a moções alinhadas com a gestão de Lula (PT) ou com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O cenário do plenário se reproduz nas galerias entre lulistas e bolsonaristas.
Na sessão de quinta-feira, mais uma vez, o clima de rivalidade e disputa predominou, porém foi ainda mais pesado e até desrespeitoso. Na pauta, duas moções que acirraram os ânimos. Uma de congratulação ao deputado licenciado Paulo Pimenta (PT) por ter assumido a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, de autoria da vereadora Helen Cabral (PT), e outra de protesto em relação “às prisões ilegais fundadas em supostas ocorrências de depredações”, em 8 de janeiro, apresentada por Pablo Pacheco (Progressistas).
As propostas incendiaram a discussão. Vereadores na tribuna eram interrompidos pela plateia e tinham de parar de falar e, dependendo do lado na Tribuna, as manifestações eram encerradas com vaias ou aplausos. Como o Regimento Interno da Câmara prevê a manifestação de um parlamentar a favor e outro, contra, vereadores pediram espaço de liderança e arrastavam o debate e o clima de disputa se acirrava nas galerias.
“Isso aqui virou mais um Gre-Nal”, afirmou a vereadora Luci Duartes (PDT), Tia da Moto, que acabou deixando a Tribuna depois de ser interrompida pela plateia, quando já se manifestava sobre seu projeto que institui o “Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.” Isso só comprova o ambiente contaminado no Legislativo de Santa Maria. Mas a falta de respeito, por incrível que pareça, foi além: teve manifestante se dirigindo ao gabinete do vereador Getúlio de Vargas (Republicanos) para xingar seus funcionários pelo fato de o parlamentar ter votado a favor da moção de congratulação ao ministro Pimenta. No discurso, são pregados democracia e liberdade, mas, na prática, não são respeitadas opiniões diferentes.
Quem acompanha a TV Câmara terá a impressão que Santa Maria não tem problemas: que Hospital Regional, depois de quatro anos, funciona integralmente, que os espaços públicos não estão abandonados, que não há escolas interditadas…Afinal, as moções têm dominado a pauta e não fazem diferença na vida das pessoas.
Esse debate chato e improdutivo é bom só para o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), pois, enquanto, digladiam-se sobre malfeitos de Lula e Bolsonaro, vereadores ocupam menos tempo com críticas à gestão tucana, já que olham mais para a realidade de Brasília. Lamentável!
Moção de Congratulação a Paulo Pimenta pela posse como ministro da Secom
A favor
Adelar Vargas (MDB), Bolinha
Admar Pozzobom (PSDB)
Alexandre Vargas (Republicanos)
Danclar Rossato (PSB)
Getúlio de Vargas (Republicanos)
Givago Ribeiro (PSDB)
Helen Cabral (PT)
João Ricardo Vargas (Progressistas), Coronel Vargas
Luci Duartes (PDT), Tia da Moto
Manoel Badke (União Brasil), Maneco
Marina Callegaro (PT)
Paulo Ricardo Pedroso (PSB)
Rudys Rodrigues (MDB)
Tony Oliveira (Podemos)
Tubias Callil (MDB)
Valdir Oliveira (PT)
Werner Rempel (PCdoB)
Contra
Pablo Pacheco (Progressistas)
Roberta Leitão (Progressistas)
Moção de protesto “às prisões ilegais fundadas em supostas ocorrências de depredações”
A favor
Adelar Vargas (MDB), Bolinha
Admar Pozzobom (PSDB)
Alexandre Vargas (Republicanos)
Danclar Rossato (PSB)
Getúlio de Vargas (Republicanos)
Givago Ribeiro (PSDB)
João Ricardo Vargas (Progressistas), Coronel Vargas
Manoel Badke (União Brasil), Maneco
Pablo Pacheco (Progressistas)
Roberta Leitão (Progressistas)
Tony Oliveira (Podemos)
Tubias Callil (MDB)
Contra
Helen Cabral (PT)
Luci Duartes (PDT), Tia da Moto
Marina Callegaro (PT)
Paulo Ricardo Pedroso (PSB)
Rudys Rodrigues (MDB)
Valdir Oliveira (PT)
Werner Rempel. (PCdoB)