Foto: Nathália Schneider (Diário)
A última sessão do ano no Legislativo de Santa Maria, realizada na última quinta-feira, além de confirmar a vitória do vereador Givago Ribeiro (PSDB), teve parlamentar desgostoso e fazendo suspense na hora de anunciar o voto e outro que mudou de lado. Também teve emoção com a presença do pai do futuro presidente do Legislativo, Jorge Ribeiro, ao seu lado logo depois de eleito. Givago recebeu 13 votos, e a vereadora Roberta Leitão (Progressistas), que representou o bloco de oposição, oito. Leia mais abaixo.
Os ensinamentos do seu Jorge
Foto: Nathália Schneider (Diário)
O vigilante Jorge Ribeiro, 58 anos, acompanhou das galerias as movimentações antes da votação da nova Mesa Diretora. Depois que o filho, Givago Ribeiro, foi anunciado presidente, ele foi cumprimentado por algumas pessoas que também estavam nas galerias e por assessores do novo chefe do Legislativo.
Assim que sentou na cadeira de presidente, Givago começou seu discurso e um dos primeiros agradecimentos foi para “o pai e a mãe”, ressaltando a importância de ambos na sua trajetória. Foi quando os parlamentares Tubias Callil (MDB) e Pablo Pacheco (Progressistas) conversaram e o segundo disse que quebraria o protocolo para chamar seu Jorge para a Mesa. Ele foi recebido com um abraço (foto) afetuoso do presidente eleito do Legislativo. “Obrigado, meu pai! Por estar aqui ao lado neste momento”, disse Givago, sem conter as lágrimas.
À coluna, o pai se disse feliz com a trajetória do filho. “É a construção de uma carreira. É uma emoção ver eles crescendo. Que bom que os ensinamentos passados estão sendo aproveitados”, afirmou seu Jorge, referindo-se também ao outro filho, Gilvan Ribeiro, hoje secretário de Esporte, que acompanhou a eleição do irmão das galerias.
Terceiro mais jovem
Com 35 anos, Givago Ribeiro é o terceiro vereador mais jovem da história a assumir o Legislativo de Santa Maria, segundo dados do Arquivo da Câmara. O primeiro foi Giovani Manica (PPR), já falecido, que comandou a Casa aos 29 anos no segundo semestre de 2000. O segundo mais jovem a presidir o Legislativo santa-mariense foi Marco Antonio Machado (PMDB). Com 32 anos, ele exerceu a presidência no ano de 1983.
Águas passadas
Um ano depois do mal-estar causado pela vereadora Marina Callegaro (PT, à esq., na foto) dentro do seu partido, ao não aparecer na sessão da eleição do atual presidente Valdir Oliveira (PT), alegando que não estava se sentindo bem – à época, ela estava grávida –, o tempo mostrou que as arestas foram aparadas.
Antes da eleição da Mesa, em dezembro de 2021, Marina se envolveu numa discussão com o colega Ricardo Blattes, que, no momento, está de licença, e ela tornou público seu descontentamento ao divulgar nota, criticando sua postura. Na quinta, votou afinada com sua bancada. Tudo indica que o episódio são águas passadas.
Vereador muda de lado
Entre os 13 votos recebidos por Givago Ribeiro, um surpreendeu: o do emedebista Rudys Rodrigues. Desde a primeira eleição desta legislatura, ele votou com o grupo de oposição à Mesa Diretora. Entretanto, na quinta-feira, somou-se ao bloco que atualmente administra a Câmara.
Nas últimas votações de projetos, Rudys já demonstrava mais alinhamento com integrantes da esquerda e que, junto com o PSDB e outras siglas, comandam o Legislativo. Repetindo o conhecido bordão do próprio emedebista, Rudys está “confirmadíssimo” no bloco de situação depois da eleição de quinta-feira.
Desconforto visível
Vereador de segundo mandato, Juliano Soares (PSDB), Juba, retornou à Câmara recentemente depois de um ano à frente da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária. Como a vaga de presidente em 2023 no acordo entre o grupo que administra a Casa era reservada ao PSDB, Juba teria tentado se cacifar nos bastidores a ser o candidato tucano. Mas tudo indica que não encontrou respaldo dentro do bloco já fechado com Givago Ribeiro.Sabedor do seu descontentamento, o grupo de oposição tentou atraí-lo e, talvez, trazer mais algum vereador para virar o jogo e levar a presidência. Mas o bloco de situação se mostrou fechado. Na hora de votar, Juba fez certo suspense na frente do microfone, motivando alguns assessores e até vereadores acharem que ele votaria na chapa 2, encabeçada por Roberta Leitão. Acabou votando na chapa 1, mas seu semblante não escondeu o visível desconforto!