Ocupação em Pequenas Centrais Hidrelétricas continua em Quevedos

Gabriel Marques

Ocupação em Pequenas Centrais Hidrelétricas continua em Quevedos
Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Os ex-funcionários que trabalhavam na construção de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em Quevedos, ainda ocupam as PCHs de Rincão São Miguel e de Cinco Veados. Os trabalhadores foram contratados pela Kurzawa Engenharia, de Panambi, que prestava serviços para as empresas Triângulo Engenharia e Kaenge Infraestrutura.

A equipe formada por cerca de 100 pessoas, a maioria de Estados do norte e nordeste do país, teve o contrato rescindido em 19 de maio, e o pagamento das verbas indenizatórias deveria ter ocorrido em 27 do mesmo mês. Ainda foi tentada a prorrogação desse prazo para o dia 30 e, novamente, não foi efetuado o pagamento.

Na PCH Rincão de São Miguel, 10 trabalhadores ocupavam pacificamente o local. Eles se revezam entre os colegas que ocupam a de Cinco Veados, e os que estão no alojamento, em um CTG. No Rincão São Miguel, eles estão sem energia elétrica devido a um problema mecânico que teria ocorrido na segunda-feira. Com o frio, eles tentam se aquecer com fogueiras. Quem fica até a noite, dorme em redes improvisadas.

Conforme o pedreiro Elenilton Souza Ferreira, 28 anos, o pagamento é fundamental para que eles consigam voltar para suas casas, fora do Rio Grande do Sul.– Dependemos desse dinheiro para pagar nossas contas e para voltarmos para nossas família. Um mês sem receber já aperta financeiramente. Vamos permanecer aqui o quanto for possível para não perdermos nossos direitos – conta.

A situação já dava indícios de que havia problemas quando o pagamento referente a abril foi dividido em duas parcelas. E a segunda atrasou para ser paga. A PCH Rincão São Miguel está cerca de 60% concluída, enquanto a Cinco Veados já está 97% finalizada, segundo os pedreiros.

ALOJAMENTOO local onde os trabalhadores que não estão no “turno” na ocupação permanecem é o CTG Mangueira de Pedra, que fica a aproximadamente 20km da PCH Rincão São Miguel e a 50km da Cinco Veados. De acordo com os funcionários da obra, o aluguel do local estaria pago pela Kurzawa até novembro. Eles ainda recebem alimentação da Kaenge, que também fornecia o transporte quando a obra estava ativa.

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

São mais de 30 quartos que podem comportar de duas a três pessoas, mas as condições não são das melhores. Há muitas infiltrações em algumas peças e pouco espaço, o que deixa os quartos com aparência desorganizada. Para o servente Jailson Alves da Costa, que divide quarto com o soldador Marcos Gallet, a situação é muito difícil:

– Não está sendo fácil para nós, que viemos de longe. Precisamos desse acerto para voltarmos para nossas famílias. Saímos do nosso Estado para conseguir serviço, e ainda passamos por uma dessas. É complicado – diz Jailson.

REUNIÃONa tarde desta quinta-feira, uma comissão formada por quatro ex-funcionários das obras e pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Rio Grande do Sul (Siticepot), para definir quais seriam os próximos passos da ocupação e das tentativas legais. Conforme o tesoureiro do sindicato, Leandro Salvador, um possível bloqueio de contas das empresas poderia chegar R$ 1,5 milhão, mais multa por não pagamento da rescisão, conforme artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em média, os funcionários recebiam R$ 2,3 mil.

O grupo pede direitos trabalhistas, como multa rescisória, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), 13º salário, aviso-prévio e férias proporcionais até a rescisão de contrato. Até o momento, a reunião não havia sido finalizada.

Gabriel Marques, [email protected]

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