Foto: Vinicius Becker (Diário)
A sessão desta terça-feira marcou a despedida do presidente Admar Pozzobon, a entrega do relatório da gestão e a confirmação do novo comando do Legislativo: Sérgio Cechin (Progressistas) foi eleito presidente da Câmara de Santa Maria para 2026. Em clima de fechamento de ciclo, situação e oposição avaliaram o primeiro ano da atual legislatura e a relação com o Executivo.
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Líder do Governo afirma que ano serviu para consolidar pautas sensíveis para a comunidade

Pelo governo, o líder na Câmara, Givago Ribeiro (PSDB), encerra o primeiro ano de seu segundo mandato. Ele destacou a experiência acumulada ao retornar como presidente em 2023, e afirmou que 2025 serviu para consolidar pautas sensíveis para a comunidade, como as mudanças no Plano Diretor que vinculam contrapartidas urbanísticas aos bairros impactados.
— Este segundo mandato começa muito diferente do primeiro. Hoje eu tenho mais experiência, conheço melhor o cenário e venho com a bagagem de ter presidido a Câmara em 2023, o que aproxima ainda mais da gestão pública — constatou.
Segundo ele, a intenção é evitar que compensações se dispersem pela cidade, direcionando investimentos em saúde, educação e pavimentação nas regiões afetadas pelos empreendimentos. Givago também comemorou ações no esporte, como a realização da Maratona de Santa Maria com patrocínio da Caixa, o que reduziu o impacto sobre recursos públicos.
Também citou articulações com o governo do Estado para obras estruturantes, como o Parque da Barragem, além de avanços na saúde — a reforma da unidade do Bairro Itararé e a futura construção do posto do Bairro Campestre do Menino Deus, viabilizada por financiamento aprovado pelos vereadores.
Na condição de líder do governo, Ribeiro tratou da Reforma da Previdência municipal, suspensa após pressão de servidores e sindicatos. Para ele, o recuo ajudou a evitar decisões precipitadas.
— Esse tema já deveria ter sido discutido há bastante tempo. A suspensão serve para amadurecer cenários e ampliar o diálogo com servidores e sindicatos, equilibrando direitos e as questões econômicas do Instituto de Previdência e Assistência à Saúde dos Servidores Públicos Municipais de Santa Maria (Ipassp) — declarou.
Vereadora de oposição faz avaliação negativa do ano na Câmara e relembra episódios truculentos

Já a vereadora Helen Cabral (PT) fez um diagnóstico duro sobre o primeiro ano do governo Rodrigo Decimo e sobre a postura da mesa diretora, apontando atropelos regimentais na tramitação de projetos como a Reforma da Previdência e o parcelamento do 13º salário dos servidores.
— A Câmara se comportou como uma extensão do governo: projetos em regime de urgência, sem debate, sem construção e sem ouvir os interessados. A retirada da reforma foi uma vitória da pressão dos servidores e da mobilização — disse.
Helen lembrou que o tema foi anunciado em janeiro, mesmo após ter sido negado na campanha eleitoral, e criticou a alegação do Executivo de que não haveria recursos para pagar salários em maio. Segundo ela, o conselho criado para o tema reuniu-se apenas duas vezes e não debateu o conteúdo, ou seja, foi sem a participação da oposição.
A vereadora citou episódios que classificou como truculentos por parte da mesa, como a tentativa de convocar sessão extraordinária que terminou em discussão acalorada e na denúncia de violência política de gênero envolvendo o vereador Tony Oliveira (União Brasil). O caso resultou em boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher e foi encaminhado à Polícia Federal. Helen afirmou que o sinal da TV da Câmara foi cortado no momento da confusão, impedindo acesso público ao episódio.
A avaliação negativa se estendeu ao Executivo, citando colapso do transporte, falta de merenda, déficit de professores e falhas no fornecimento de medicamentos e exames. Ela também criticou o encerramento da CPI da Corsan, substituída pela CPI da Água, cujo relatório não tratou dos contratos firmados em 2021 e 2024.
Para finalizar, Helen resumiu o impacto político e institucional do que considera excesso de autoritarismo:
— Foi um ano marcado por autoritarismo e falta de diálogo. Quando falo em reforma da Previdência, falo na precarização dos servidores e dos serviços públicos para quem precisa de saúde, educação, segurança e assistência — afirmou.