"O sentimento é de muita tristeza; havia uma expectativa constante durante as buscas", diz capitão sobre corpo de servidora da Fepam localizado no Jacuí

Por Bibiana Pinheiro |

20/12/2025 11:51
Atualizado em: 20/12/2025 12:03

Foto: CBMRS (Divulgação)

O corpo da servidora da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) Roberta dos Reis Constantin, de 21 anos, foi encontrada,na manhã deste sábado (20), por pescadores depois de quatro dias de intensas buscas por uma força-tarefa. Ela,que era natural de caxias do Sul, desapareceu após cair no rio durante a coleta de amostras de água no município de Dona Francisca, na tarde de terça-feira (16).

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De acordo com o capitão Hortênsio Costa Júnior, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Maria, o corpo foi encontrado por volta das 7h, por pescadores da região, em um ponto conhecido como Poço das Taquareiras,localidade de Várzea de Agudo, entre Dona Francisco e Agudo, distante mais de 2 quilômetros abaixo do local onde a jovem submergiu.

— O corpo foi localizado por um pescador, que avisou imediatamente nossas guarnições, que já estavam na água. A equipe do 4º Pelotão de Bombeiros Militares de Restinga Sêca se deslocou até o local e confirmou que se tratava da Roberta — informou o capitão em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da CDN.

Segundo os bombeiros, a área onde o corpo foi encontrado apresenta muitos galhos, árvores e outros materiais naturais, o que faz com que corpos tendam a se deslocar para as margens do rio. As equipes haviam passado diversas vezes pelo local durante as buscas na sexta-feira (19), mas a vítima, possivelmente, emergiu apenas durante a madrugada ou início da manhã deste sábado.

Tempo para o corpo emergir varia

Questionado sobre o tempo necessário para que um corpo possa boiar após um afogamento, o capitão destacou que não há um padrão fixo, pois diversos fatores influenciam o processo, como temperatura da água, condições do local e características da vítima.

— Trabalhamos com uma média de dois a quatro dias, mas isso varia muito. Já tivemos casos em que o corpo emergiu após um dia e outros em que levou até sete dias, especialmente no inverno — afirmou.

Roupa pode ter dificultado retorno à superfície

O capitão confirmou que Roberta utilizava uma roupa pantaneira no momento do acidente, vestimenta comum em atividades de campo, mas inadequada para situações de imersão total.

— É uma roupa que não é utilizada para adentrar profundamente na água. Ela possui bota acoplada, o que acaba gerando um peso maior quando entra em contato com a água, dificultando o retorno à superfície — explicou.

Além disso, conforme as informações levantadas pelas equipes, a jovem não utilizava colete salva-vidas no momento da queda.

Procedimentos e comoção

Após a confirmação, a Polícia Civil foi acionada, assim como a funerária, que realizou a remoção do corpo. Familiares da jovem — entre eles pai, mãe, irmãos e o namorado — estavam na localidade no momento do resgate, além de colegas de trabalho da Fepam.

— O sentimento é de muita tristeza. Havia uma expectativa constante durante as buscas, e esse luto acabava se prolongando. É uma perda muito grande, de uma menina tão jovem — disse Júnior.

Operação mobilizou grande efetivo

As buscas se iniciaram ainda na terça (16) e mobilizaram entre 15 e 20 bombeiros por dia, com apoio de viaturas, embarcações, mergulhadores, drones e, na sexta (19), até um helicóptero do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS).

Equipes de Santa Maria, Restinga Sêca, São Pedro do Sul e Cachoeira do Sul atuaram de forma integrada. Segundo o capitão Hortênsio, todos os recursos disponíveis foram empregados na tentativa de localizar a vítima o mais rápido possível.

— Utilizamos tudo o que estava ao nosso alcance para dar uma resposta às famílias. Infelizmente, o desfecho não foi o que esperávamos, mas encerramos a ocorrência com a localização da vítima — concluiu.