Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, participa de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Foto: Agência Brasil (Divulgação)
Habituado a decretar prisões, inclusive de políticos e grandes empreiteiros no processo da Lava-Jato, o ex-juiz e agora senador Sergio Moro (União Brasil) virou alvo de um pedido de encarceramento pela Procuradoria-Geral da República (PGR), na segunda-feira. O pedido é motivado por uma declaração do ex-ministro da Justiça que teria sugerido “comprar” um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Moro, segundo a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, “caluniou” Mendes, “imputando-lhe falsamente o crime de corrupção passiva”.
Em vídeo, o ex-magistrado admitiu a frase “infeliz”, contudo disse que a declaração foi retirada de contexto. “Sempre tratei o Supremo Tribunal Federal com respeito, seja quando elogiei, seja quando, exercendo a liberdade de expressão, o critiquei (…) ”, afirmou o senador e reproduzido pelo site Poder 360. “Venho aqui registrar para vocês a minha indignação pela denúncia que foi oferecida contra mim pela PGR. Na última sexta-feira, pessoas inescrupulosas publicaram na internet vídeos editados com o único objetivo de me indispor com o Supremo Tribunal Federal. Naquela ocasião, eu disse à imprensa que os vídeos haviam sido retirados do contexto, que aquilo fazia parte de contexto de brincadeira e que, ainda a fala pode ser considerada infeliz, não contém nenhuma acusação contra qualquer ministro”, acrescentou o ex-magistrado.
Na era do celular, tudo é gravado. E uma figura como Moro, alvo de muitos políticos e até de autoridades e que já teve conversas nada republicanas reveladas, não poderia brincar com declaração desse tipo.