Ela ganhou o apelido de Piratinha, após chamar a atenção nas redes sociais, em 2013, por ser fã do jogador argentino Hernán Barcos, na época atacante do Grêmio. Depois de três anos e sete meses de tratamento contra a leucemia, Gabrieli Medeiros, cinco anos, sonha ter uma infância como a de qualquer criança. Coisas simples como brincar no barro e na grama, fazer carinho nos animais e ir à escola agora fazem parte dos planos e do futuro da Piratinha.
Na terça-feira,ela fez a última sessão de quimioterapia no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Diferente de outros dias, em que a apreensão tomava conta, dessa vez a viagem de São Sepé, onde mora, até o hospital foi mais animada e calma, já que ia ser a última. Segundo a mãe, Cristieli Rangel Van Oudheusden, daqui a três meses as brincadeiras já estarão liberadas e Gabi estará pronta para levar uma vida normal.
Eu não podia brincar no barro, não podia comer amendoim nem ir à praia. Eu quero montar castelo de areia, pegar conchas, pegar os gatinhos no colo e cuidar dos filhotinhos da Pink (cachorrinha de estimação) comenta, entusiasmada.
Hoje, Pink e o outros dois cachorros da família moram na casa dos avós, que fica ao lado de onde ela mora. Mas em breve, os animais devem voltar a pular e rolar na grama da casa da Piratinha. O amor por futebol é tanto que até os bichos de estimação receberam uma homenagem: além da Pink, há também o Pirata, que tem uma mancha no olho, e o Suárez, batizado assim por causa do jogador uruguaio, famoso por morder o zagueiro italiano Chiellini na Copa do Mundo.
O cabelinho de Gabrieli já está crescido e o sorriso largo e a força de vontade seguem cativando as pessoas.
Os planos dela são nossos também. Quando ela vê um cachorrinho, vejo que os olhos dela brilham querendo pegá-los no colo e brincar. Agora, ela vai poder fazer tudo isso, e é emocionante, porque nós tivemos muitos momentos complicados e, enfim, esse dia chegou. Vê-la fazendo essas coisas vai ser muito gratificante, ver que a nossa luta valeu a pena emociona-se a mãe.
Além dos desejos de infância, a menina ainda quer outro "presente":
Eu queria uma irmãzinha. A mãe anda muito ocupada e não tem tempo de brincar comigo, e eu não ando ocupada. Todo mundo vai ficar feliz quando ela nascer.
Sobre um possível reencontro com o ex-atacante do Grêmio em março de 2013, Barcos visitou a pequena no Husm , ela manda um recadinho singelo ao jogador, que hoje defende o Tianjin Teda, da China:
Eu gostaria que tu viesse me visitar, mas só se não der muito trabalho pra ti.
A menina garante que segue acompanhando os jogos do tricolor, mesmo sem a presença de Barcos. No coração da pequena fã, no entanto, sempre haverá espaço para o grande ídolo.
Eu amo ele e torço muito para ele. Se eu falasse com ele, primeiro ia dizer "oi", depois, contar que acabei a químio e que quero muito ver ele de novo afirma.
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